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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Waldemar Cordeiro: Fantasia Exata

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 19.04.2024
03.07.2013 - 22.09.2013 Brasil / São Paulo / São Paulo – Itaú Cultural
Foto de Reprodução Itaú Cultural

Capa do material educativo da exposição Waldemar Cordeiro: Fantasia Exata, 2013

Waldemar Cordeiro: Fantasia Exata é uma exposição realizada no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo, entre 3 de julho e 22 de setembro de 2013. Com curadoria de Arlindo Machado (1949) e Fernando Cocchiarale (1951), a mostra reúne todas as fases de produção de Waldemar Cordeiro (1925-1973), desde as pinturas figurativas, realizadas em meados dos...

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Waldemar Cordeiro: Fantasia Exata é uma exposição realizada no Instituto Itaú Cultural, em São Paulo, entre 3 de julho e 22 de setembro de 2013. Com curadoria de Arlindo Machado (1949) e Fernando Cocchiarale (1951), a mostra reúne todas as fases de produção de Waldemar Cordeiro (1925-1973), desde as pinturas figurativas, realizadas em meados dos anos 1940, passando pela produção concreta nos anos 1950 e 1960, até chegar à produção eletrônica, que se inicia no fim dos anos 1960 e prossegue até seu prematuro falecimento. A mostra exibe também os primeiros desenhos abstratos da produção do artista, feitos em nanquim. Esses trabalhos enfatizam a relação entre cor e plano, impondo um exercício livre da forma que se afasta cada vez mais da produção figurativa.

É importante destacar que Cordeiro é o artífice do Grupo Ruptura, coletivo de artistas baseado em São Paulo, no início dos anos 1960, que tem importância radical na produção e exibição de obras de tendência construtiva. O grupo é um dos pioneiros da relação entre arte e tecnologia no Brasil: faz uso de computadores, como uma mídia de suporte e produção de obras. Cordeiro torna-se teórico e líder do Ruptura que, em 1952, inaugura exposição homônima no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Nessa mostra, é lançado o manifesto do grupo, que deseja romper com “os que criam formas novas de princípios velhos”1. Toda a produção diretamente ligada ao Ruptura, com fortes vínculos com a arte concreta e a op art, é exibida na mostra no Itaú Cultural. Destaca-se a ordem de elementos progressivos e ilusórios adotados em Ideia Visível (1956): é uma produção singular que expõe as bases da arte abstrata no país. A obra cria alicerces e define ações para uma nova fase nas artes visuais brasileiras: a passagem do moderno para o contemporâneo. Além das obras de Cordeiro, a primeira sala da exposição concentra trabalhos de artistas ligados ao Ruptura, como Geraldo de Barros (1923-1998), Lothar Charoux (1912-1987) e Luiz Sacilotto (1924-2003).

Outra fase da trajetória artística de Cordeiro está na obra Popcretos (ca. 1965), assemblages formadas por objetos derivados de vidro, concreto, madeira, metal e espelho, acoplados a um plano ou com dimensão autônoma. Essa obra representa a continuidade da pesquisa e dos preceitos do artista: a busca pelo novo que transcende em uma arte objetiva, a defesa da arte como realidade autônoma, a utilização de materiais industriais e a intenção de reprodutibilidade. Estas características são importantes para entendermos as associações de Cordeiro com o design, a arquitetura e o paisagismo. 

Em 1967, começam as pesquisas de arte e tecnologia, e uma seção da mostra é dedicada a essa fase. A exposição apresenta suas obras cinéticas, que reproduzem imagens de partes do corpo como tema, mas sempre apresentando-o partilhado (como em Autorretrato Probabilístico). O artista introduz uma imagem virtual, digital e manipulada na produção plástica brasileira. Um ano depois, em parceria com o físico Giorgio Moscati (1934), utiliza o computador como mídia de produção artística. Para Cordeiro, a arte eletrônica é uma consequência lógica da arte concreta. Mulher que não é BB (1973), realizada com base em um programa gerador de combinações probabilísticas, é um exemplo dessa prática. O comentário do artista ajuda-nos a entender as proximidades entre as fases de trabalho: 

A arte concreta, o que fazia? Digitalizava a imagem, números, superfícies com quantidades, relacionava essas quantidades, programava os quadros. A execução era artesanal apenas porque não havia indústria alguma que quisesse fazer isso. [...] Os quadros concretos poderiam ter sido executados por uma tipografia, por uma indústria, por uma máquina, porque eles tinham na sua base um programa numérico – note bem – como a arte digitalizada2.

A exposição tem o mérito, entre outros, de apresentar os mais diversos suportes, mídias e inovações desse artista e crítico que ajuda a construir os rumos da arte abstrata e tecnológica no Brasil.

Ficha Técnica

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Curadoria
Arlindo Machado
Fernando Cocchiarale

Artista participante
Waldemar Cordeiro

Expografia
Ivan Pascarelli

Pesquisa
Aida Cordeiro

Expografia (assistente)
Marina Amaral

Obras 1

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Exposições 1

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Mídias (1)

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Museu Virtual - "Waldemar Cordeiro: Fantasia Exata" (2013)
Itaú Cultural

Fontes de pesquisa 6

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  • AMARAL, Aracy (org.). Arte construtiva no Brasil - Constructive art in Brazil. Tradução Izabel Murat Burbridge. São Paulo: Companhia Gráfica Melhoramentos: DBA Artes Gráficas, 1998. (Coleção Adolpho Leirner).
  • AMARAL, Aracy (org.). Projeto Construtivo Brasileiro na arte (1950-1962). Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna; São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1977.
  • CORDEIRO, Waldemar. Waldemar Cordeiro: fantasia exata. Organização Analívia Cordeiro; curadoria Arlindo Machado, Fernando Cocchiarale; tradução John Norman, Marisa Shirasuna, Izabel Murat Burbridge. São Paulo: Itaú Cultural, 2014.
  • COSTA, Helouise. Waldemar Cordeiro: a ruptura como metáfora. São Paulo: Cosac & Naify : Centro Universitário Maria Antônia, 2002. (Arte concreta paulista).
  • FERREIRA, Glória (Org.). Crítica de arte no Brasil: temáticas contemporâneas. Rio de Janeiro: Funarte, 2006.
  • WALDEMAR CORDEIRO. CD-ROM. Desenvolvimento: Cabo Verde. Design Digital: Álvaro Bussab. Realização: Galeria Brito Cimino, 2001.

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