Cacilda Teixeira da Costa
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Cacilda Teixeira da Costa (São Paulo, São Paulo, 1941). Historiadora, crítica, curadora de arte. Especializada em arte moderna e contemporânea brasileira, é uma das maiores especialistas no trabalho do artista Wesley Duke Lee (1931-2010). Trabalha no projeto pioneiro de videoarte e se torna uma das primeiras curadoras a se debruçar no tema. Dirige a programação de importantes instituições culturais de São Paulo, como Centro Cultural São Paulo (CCSP) e o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Realiza projetos para a televisão na tentativa de aproximar o grande público das artes visuais.
Enquanto cursa artes plásticas na Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), faz estágio com o historiador, crítico e curador Walter Zanini (1925-2013), no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP). Em 1977, o curador a convida para coordenar o recém-criado setor de vídeo do museu. No cargo, torna-se responsável por pesquisar profissionais que trabalham com essa tecnologia, auxiliar e convidar artistas como Regina Silveira (1939), Julio Plaza (1938-2003), Gabriel Borba (1942) entre outros para participarem dos primeiros experimentos de vídeo no Brasil.
Depois da saída de Zanini da instituição, em 1978, Costa trabalha com o diretor em mais dois projetos importantes: o primeiro, como editora executiva da ambiciosa publicação História geral da arte no Brasil (1983), organizada por Zanini para o Instituto Moreira Salles. A obra trata da história da arte no Brasil desde a pré-história até a contemporaneidade. O segundo projeto é a curadoria do setor de videoarte na XVI Bienal Internacional de São Paulo (1981).
Entre os anos de 1984 e 1985, assume a chefia de programação da Divisão de Artes Plásticas do CCSP. Neste período, organiza com a curadora, historiadora e crítica de arte Annateresa Fabris (1947) a mostra Tendências do Livro de Artista no Brasil, em 1985, que reúne pela primeira vez no país um expressivo conjunto de duzentas publicações, com grande variedade de estilos e formatos de projetos.
Em 1994, sua dissertação de mestrado O sonho e a técnica: arquitetura do ferro no Brasil é publicada em formato de livro e vence o Prêmio Jabuti no ano seguinte. A pesquisa trata sobre importação da arquitetura metalúrgica britânica, entre meados do século XIX e início do século XX, utilizada, por exemplo, na construção da Estação da Luz.
Entre os anos de 1994 e 1995, ocupa o cargo de Diretora técnica do Museu de Arte Moderna de São Paulo, responsável pela política cultural e pelo programa de exposições. Em vez de propor mostras com curadoria sua, prefere convidar outros realizadores para exposições no espaço do museu. Um dos convidados é Zanini, que realiza, em parceria com Marília Saboya, uma retrospectiva do Grupo Santa Helena.
Em seu doutorado, estuda o trabalho do artista Wesley Duke Lee, tema de seus dois livros anteriores: Cartografia anímica: viagem utópica contemporânea de Wesley Duke Lee (1980) e Wesley Duke Lee (1980).
A pesquisa se desdobra em uma retrospectiva apresentada no Museu de Arte de São Paulo (Masp), em 1992, e no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1993. Anos mais tarde, a investigação sobre o artista também frutifica na publicação Wesley Duke Lee: um salmão na corrente taciturna ( 2005) e no curta-metragem A última viagem de Arkadin d'y Saint Amér (2007), feito em parceria com o diretor Sérgio Zeigler. Todos esses anos dedicados ao trabalho de Duke Lee fazem de Costa uma das especialistas sobre o artista.
O interesse pelo vídeo, brotado da participação nas primeiras experiências no MAC, leva Costa a realizar trabalhos na televisão. No começo dos anos 2000, roteiriza e produz séries sobre artes visuais – Arte & matemática (2000-2001), Grandes mestres da pintura (2000), Todo passado dentro do presente (2001-2002) e Jovens mestres contemporâneos (2002-2003) –, todas para a TV Cultura, com o objetivo de aproximar o grande público dos trabalhos de artistas brasileiros. Com a mesma proposta, escreve o livro Arte no Brasil 1950-2000: movimentos e meios (2004), com linguagem sucinta e acessível para quem deseja ter um primeiro contato com arte brasileira.
Em 2013, cria, em parceria com o historiador André Malta e o diretor Sérgio Zeigler, o espetáculo Ilíada e Odisseia: ritmo & poesia (2013), uma versão atualizada dos versos do clássico texto de Homero feita pelos rappers Max B.O. (1979) e DJ Babão. Em 2009, dedica-se à pesquisa da relação entre arte e moda, publicada no livro Roupa de artista, no qual investiga a interpretação do vestuário pelos artistas desde o Renascimento até os dias atuais.
Em mais de trinta anos dedicados às artes visuais, Cacilda Teixeira da Costa dedica-se a diferentes projetos, com diferentes formatos, voltados para arte moderna e contemporânea brasileira. Embora trabalhe nos primeiros experimentos de videoarte e seja uma das maiores especialistas sobre o trabalho do artista Wesley Duke Lee, nunca se limitou a um único tema, nem a um único formato para disseminação de conhecimento: escreve livros, cura exposições, produz e roteiriza programas para televisão e realiza até uma peça teatral.
Exposições 18
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11/1977 - 12/1977
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16/10/1981 - 20/12/1981
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16/5/1985 - 23/6/1985
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21/11/1985 - 20/12/1985
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15/12/1993 - 6/2/1992
Como citar
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CACILDA Teixeira da Costa.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa641/cacilda-teixeira-da-costa. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7