Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Dança

Rainer Vianna

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 10.07.2024
24.01.1958 Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte
23.08.1995 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Rainer Abras Vianna (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1958 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1995). Bailarino, coreógrafo, professor e ator. 

Texto

Abrir módulo

Rainer Abras Vianna (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1958 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1995). Bailarino, coreógrafo, professor e ator. 

Em 1965, seus pais Angel (1928) e Klauss Vianna (1928-1992) mudam-se para o Rio de Janeiro, mas Rainer permanece na capital mineira com a avó paterna. Aos 12 anos, assiste Hoje é Dia de Rock (1971), peça em que Klauss atua e assina a coreografia. O encantamento pela peça e o testemunho do pai como artista desperta o interesse de Rainer pelas artes. No documentário Memória em Movimento (1992), o bailarino relata que antes disso resiste à dança por causa do ciúme que sente dos pais pelo intenso envolvimento deles com a arte.

Inicia os estudos em dança e teatro aos 15 anos, com os pais, em trabalho pautado na concepção de consciência corporal. Nos anos 1970, estuda Expressão Corporal, no Rio de Janeiro, com Ausonia Bernardes Monteiro (1945), e na Argentina, com as precursoras Patrícia Stokoe (1919-1996) e Lola Brickman.   

A década de 1970 é marcada por atuações no cinema, como em Estranho Triângulo (1969), de Pedro Camargo (1941-2015), e o Feminino Plural (1976), de Vera de Figueiredo (1934). Nos anos 1980, trabalha como preparador corporal de Ele, o Boto (1987), filme dirigido por Walter Lima Jr. (1938).

Ao lado de nomes, como Graciela Figueroa (1944), Michel Robin e Regina Vaz, idealiza o projeto Encontros de Dança, entre 1977 e 1978, buscando reunir os artistas de dança contemporânea. Ainda em 1978, estuda Eutonia, uma abordagem de Educação Somática, com a pioneira Gerda Alexander (1908-1994), e teatro, com Maria Clara Machado (1921-2001), no Teatro Tablado.

Entre 1975 a 1980, leciona no Centro de Pesquisa Corporal de Arte e Educação, conhecido como o Corredor Cultural do Rio de Janeiro, fundado pelos pais e pela coreógrafa Teresa D’Aquino. 

Em 1979, integra a Associação de Dança Contemporânea do Rio de Janeiro, com Angel e Klauss, criada com o objetivo de colaborar com possibilidades de subsistência para as danças modernas e contemporâneas na cidade carioca.

Dança o solo Reflexões Poéticas de uma Mão Desesperada (1980), coreografia de Klauss Vianna, no 3o Ciclo de Dança Contemporânea, no Rio de Janeiro.  

Atua como assistente da coreografia Pé de Pato Mangalô Três Vezes (1981), de Angel Vianna. Em 1983, inaugura com a parceira Neide Neves e Angel o Espaço Novo – Centro de Estudos do Movimento e Artes. A escola tem como carro-chefe o curso profissionalizante em Dança Contemporânea.

Atua como preparador corporal em uma série de peças de teatro, como Eu Posso? (1982), de Luiz Carlos Ripper (1943-1996) e Os Mal Amados (1982), de Pierre Astrie

Cria Movimento Cinco Mulher (1987), marco do retorno de Angel à cena, compartilhada com Neide Neves, depois de 20 anos de intervalo. Meses depois, já com a filha Tainá Vianna, Rainer e Neide mudam-se para São Paulo, em busca de outras perspectivas profissionais. 

Na capital paulista, sistematiza os conhecimentos do pai e propõe a técnica Klauss Vianna. Para Rainer, existe no trabalho de Klauss uma estrutura de estudos anatômicos encoberta pela ideia de consciência corporal. Em 1992, ao lado de Neide e Klauss, funda a Escola Klauss Vianna, onde oferece um curso que propõe a organização dessa técnica.

Em 1991, é convidado a iniciar a série documental Memória Presente, produzida pelo Departamento de Informação e Documentação Artísticas (Idart) da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Na série, Rainer propõe o fim da oposição entre técnica e espontaneidade. Embora não haja consenso sobre técnica, método ou metodologia, nas linhas de pensamento sobre o trabalho de Klauss Vianna, Rainer reafirma o receio de o trabalho do pai, no qual reconhece fundamento "científico", perder-se. 

Uma das últimas encenações do dançarino é o solo Reflexões de uma Mão Desesperada, sobre o qual afirma: “Eu me expressava timidamente, tinha medo de me mostrar e ser livre, e Klauss representou tudo isso por meio de uma mão, que só liberta quando mergulha num balde de tinta azul”. 

Após sua morte, o escritor Caio Fernando Abreu (1948-1996) publica a crônica O Mergulho do Príncipe Bailarino, que poeticamente deflagra a inquietude investigativa de Rainer: “É que, além de príncipe, era artista. E um artista sempre acha que as coisas podem ser ainda mais bonitas ou melhores do que são. Pelo menos os artistas príncipes, que são poucos, insatisfeitos. Como príncipe e artista, aquele queria sempre o mais belo. De tudo: pessoas e pedras e plantas e estrelas e bichos”.

A herdeira intelectual de Rainer Vianna é Neide Neves, que produz mestrado e doutorado para pensar a sistematização de uma técnica Klauss Vianna. Ela cria o primeiro curso de pós-graduação lato sensu em técnica Klauss Vianna, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP).

 

Espetáculos 1

Abrir módulo

Espetáculos de dança 1

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 16

Abrir módulo
  • ABREU, Caio. O mergulho do príncipe bailarino. Disponível em: http://caiofabreu.blogspot.com.br/2010/09/o-mergulho-do-principe-bailarino.html. Acesso em: 20 fev. 2018.
  • ACERVO Angel Vianna. Disponível em: http://www.angelvianna.art.br/. Acesso em: 17 fev. 2018.
  • ACERVO Klauss Vianna. Patrocínio: Programa Petrobras Cultural – Memória das Artes 2006. Disponível em: http://www.klaussvianna.art.br/. Acesso em: 15 fev. 2018.
  • ALVARENGA, Arnaldo L. Klauss Vianna e o Ensino de Dança: Uma experiência pedagógica em movimento (1948 - 1990). Tese de doutorado, FAE/UFMG. Belo Horizonte, 2009.
  • ANGEL VIANNA. Escola e Faculdade de Dança. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: https://www.angelvianna.com.br/. Acesso em: 27 set. 2019.
  • CASALI, Eleonora; NAVAS, Cássia. Memória presente: Klauss Vianna. Formato U-matic. São Paulo, TV Anhembi; Secretaria Municipal de Cultura, 1992.
  • FARO, Antonio José; SAMPAIO, Luiz Paulo. Dicionário de balé e dança. Rio de Janeiro: Zahar, 1989.
  • MILLER, Jussara. A escuta do corpo: sistematização da técnica Klauss Vianna. São Paulo, Summus, 2007.
  • NEIDE NEVES. Corpo em movimento. Disponível em: http://neideneves-corpoemmovimento.blogspot.com/. Acesso em: 29 jul. 2013.
  • NEVES, Neide. A técnica como dispositivo de controle do corpomídia. 2010. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.
  • NEVES, Neide. Klauss Vianna: Estudos para uma dramaturgia corporal. São Paulo: Cortez, 2008.
  • NEVES, Neide. O movimento como processo evolutivo gerador de comunicação: técnica Klauss Vianna. 2004. Dissertação (Mestrado em Comunicação e Semiótica) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2004.
  • RAMOS, Enamar. Angel Vianna: A pedagoga do corpo. São Paulo: Summus, 2007.
  • VIANNA, Klauss. A Dança. 3ª ed. São Paulo: Summus, 2005.
  • VÍDEO: Memória presente, depoimento de K.V. à pesquisadora Cássia Navas, 1992.
  • WIKIDANÇA. Rainer Vianna. Disponível em: http://wikidanca.net/wiki/index.php/Rainer_Vianna. Acesso em: 29 jul. 2013.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: