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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Cristiana Tejo

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 08.08.2024
18.03.1976 Brasil / Pernambuco / Recife
Cristiana Santiago Tejo (Recife, Pernambuco, 1976). Curadora e pesquisadora. É um dos nomes mais atuantes na cena curatorial do Nordeste, em especial, de Recife. Sua trajetória é marcada pela difusão da produção periférica, pela profissionalização do artista e pelo intercâmbio entre agentes da arte de diferentes regiões do Brasil e do mundo.

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Cristiana Santiago Tejo (Recife, Pernambuco, 1976). Curadora e pesquisadora. É um dos nomes mais atuantes na cena curatorial do Nordeste, em especial, de Recife. Sua trajetória é marcada pela difusão da produção periférica, pela profissionalização do artista e pelo intercâmbio entre agentes da arte de diferentes regiões do Brasil e do mundo.

Gradua-se em comunicação social pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) em 1998 e, em 2005, obtém o título de mestre em comunicação pela mesma instituição. No início dos anos 2000, começa a trabalhar como setorista de artes plásticas no Diário de Pernambuco, época em que faz a transição do jornalismo para a curadoria.

Faz parte de uma geração de profissionais que, graças ao incentivo às políticas públicas culturais no estado de Pernambuco na primeira década dos anos 2000, fortalece e consolida um sistema das artes fora do eixo Rio-São Paulo. Neste período, lidera projetos com jovens artistas como Jonathas de Andrade (1982), Bárbara Wagner (1980) e Cristiano Lenhardt (1975), nomes que mais tarde ganham destaque local e internacional.

De 2002 a 2006, atua como curadora da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), em Recife. Tem como principal objetivo criar melhores estruturas de trabalho para os artistas. Reestrutura o programa Trajetórias, voltado para o financiamento de exposições para jovens artistas, aumentando a verba de produção para comissões de obras de arte. Também produz catálogos bianuais que registram a passagem desses artistas na instituição. Ainda nesse período, implementa o Arquivo Internacional de Videoarte, inserindo trabalhos em vídeo de renomados artistas nacionais e internacionais no acervo da Fundaj .

Entre 2003 e 2006 é a curadora visitante da Torre Malakoff, centro cultural localizado no Recife. Diante de escassos recursos, desenha um programa de exposições que proporciona um ambiente de experimentação para artistas em meio de carreira. Dessa experiência resulta a publicação Salto no Escuro (2011), em que relata seu processo curatorial e as dificuldades de trabalhar num sistema periférico das artes.

Ao lado das curadoras Aracy Amaral (1930), Lisette Lagnado (1961), Luisa Duarte (1979) e Marisa Mokarzel (1949), participa do projeto Rumos Itaú Cultural Artes Visuais 2005-2006. Como responsável pelas regiões Sul e Centro-Oeste do país, entrevista e mapeia mais de 250 artistas dessas localidades.

Em 2007, assume a direção do Museu Aloísio Magalhães de Arte Moderna de Recife (Mamam), onde fica até 2009. Entre seus principais trabalhos à frente da instituição, estão a criação de residência artística para artistas brasileiros e a aquisição de obras de artistas nacionais para o acervo, incluindo dez trabalhos do pernambucano Paulo Bruscky (1949), com quem desenvolve importante parceria artístico-curatorial ao longo da carreira. Dentre os projetos que realiza com ele, destacam-se as curadorias da sala especial do artista na X Bienal de Havana (2009), em Cuba, e do Arquivo Paulo Bruscky na mostra Artevida (2015), no Rio de Janeiro, além da publicação do livro Paulo Bruscky – Arte em Todos os Sentidos (2009).

Em 2009, retorna à Fundação Joaquim Nabuco como coordenadora-geral do Departamento de Capacitação e Difusão Científico-Cultural. Nesta segunda passagem, desenvolve vasto programa de formação em arte por meio da organização de seminários, oficinas, ciclos de debates e cria um prêmio para ensaios em arte contemporânea.

É apontada, ao lado de Cauê Alves (1977), como curadora do 32º Panorama de Arte Brasileira no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2011). A edição intitulada Itinerários, Itinerâncias, discute a ideia de deslocamentos no mundo contemporâneo.

Em 2011, deixa a Fundaj, encerrando um ciclo de quase dez anos em instituições recifenses, e passa a trabalhar de forma independente. Entende cada vez mais a curadoria como dispositivo e catalisador para a criação de projetos de coletividade que proponham novas dinâmicas de interação entre diferentes agentes da arte. Nesse período, junta-se a sete ex-alunas do curso de bacharelado em artes plásticas das Faculdades Integradas Barros de Melo (Aeso) e funda o Espaço Fonte ­– Centro de Investigação em Arte. Trata-se de uma organização independente, localizada no Edifício Pernambuco, marco arquitetônico e cultural no centro de Recife. Por quatro anos, o espaço funciona como centro de pesquisa e experimentação para artistas e curadores internacionais.

Paralelamente ao trabalho curatorial, ingressa no doutorado no departamento de sociologia da Universidade Federal de Pernambuco e, em 2017, defende a tese A Gênese do Campo da Curadoria de Arte no Brasil: Aracy Amaral, Frederico Moraes e Walter Zanini. Durante a pesquisa, muda-se para Portugal, em 2015, e passa a trabalhar entre Lisboa e Recife. Desse deslocamento, surge o interesse pela relação colonial entre Portugal e Brasil e pelo processo de independência das colônias lusófonas da África. Ainda em Lisboa, torna-se pesquisadora do Instituto de História da Arte da Universidade de Lisboa, e integra o projeto Artistas e Educação Radical na América Latina: Anos 1960 e 1970, coordenado pela pesquisadora italiana Giulia Lamoni (1977).

Com formação acadêmica e profissional, para Cristiana Tejo a curadoria é uma prática ampla que flutua entre os saberes artísticos, pedagógicos, sociológicos e institucionais. Partindo do Recife como sua principal referência, enxerga na ideia de trânsito a possibilidade de propor novas abordagens para cenas artísticas tidas como periféricas.

Exposições 28

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Fontes de pesquisa 11

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  • ALVES, Cauê; TEJO, Cristiana. Itinerários + Itinerâncias: 32º Panorama da Arte Brasileira. Museu de Arte Moderna de São Paulo, São Paulo, 2011.
  • ARTLOAD, 2016 (6 min). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EAnnxiLBN8g. Acesso em: 22 out. 2019
  • ARTLOAD. Cristiana Tejo – Curator. Depoimento gravado em novembro de 2016. São Paulo.
  • FONSECA, Victor Pinto e VAHIA, Liz. Eugénia Mussa e Cristiana Tejo. Artecapital, Lisboa, s.d. Disponível em: https://www.artecapital.net/entrevista-218-eugenia-mussa-e-cristiana-tejo. Acesso em: 28 out. 2019
  • MAUS, Lilian (Org.). A palavra está com elas. Porto Alegre: Panorama Crítico, 2014.
  • SESC TV. Curta Artes: Panorama da Arte Brasileira (Parte II). Depoimento gravado em 2011. São Paulo: Sesc TV, 2011 (5 min.). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1uahDeh17-4.
  • TEJO, Cristiana S. A gênese do campo de curadoria de arte no Brasil: Aracy Amaral, Frederico Morais, Walter Zanini. 2017. 262 f. Tese (Doutorado em Sociologia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2017.
  • TEJO, Cristiana S. Currículo do artista. Plataforma Lattes, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Disponível em: http://lattes.cnpq.br/5260112726883326. Acesso em: 13 nov. 2019
  • TEJO, Cristiana S. Paulo Bruscky: arte em todos os sentidos. Recife: Zolu Design, 2009.
  • TEJO, Cristiana S. Salto no escuro: curadoria de arte como experimento. Recife: Funcultura, 2011.
  • TEJO, Cristiana S. Um novo estado para a arte produzida em Pernambuco. Revista Sim, Pernambuco, 10 set. 2003.

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