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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Aracy Amaral

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 26.08.2024
22.02.1930 Brasil / São Paulo / São Paulo
Registro Fotográfico André Seiti

Aracy Amaral, 2017

Aracy Abreu Amaral (São Paulo, São Paulo, 1930). Crítica de arte, curadora, historiadora de arte, arquiteta, jornalista, professora. Destaca-se pela inédita pesquisa desenvolvida sobre o modernismo brasileiro e por ser a maior especialista em Tarsila do Amaral (1886-1973). 

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Aracy Abreu Amaral (São Paulo, São Paulo, 1930). Crítica de arte, curadora, historiadora de arte, arquiteta, jornalista, professora. Destaca-se pela inédita pesquisa desenvolvida sobre o modernismo brasileiro e por ser a maior especialista em Tarsila do Amaral (1886-1973)

Gradua-se na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), em 1959. Antes de concluir os estudos, trabalha no jornal A gazeta como redatora responsável pela página feminina.

Em 1969, obtém título de mestra em história da arte pela Universidade de São Paulo (USP) com o trabalho As artes plásticas na Semana de 22, publicado em 1970. É um dos seus livros mais importantes, tornando-se referência para estudantes e pesquisadores, com sucesso comprovado pelas várias reedições. O movimento modernista, de acordo com Aracy, constitui um grito de renovação emitido pela elite cultural da década de 1920 e 1930, uma vontade de atualização da inteligência e das linguagens. A autora observa que tal mobilização não retorna mais com a mesma força depois, com a internacionalização do Brasil nos anos 1940. 

Nas décadas seguintes, lança outros títulos, como Blaise Cendrars no Brasil e os modernistas (1970), que demonstra a influência do escritor e poeta suíço (1887-1961) na formação do pensamento modernista brasileiro, e Tarsila: sua obra e seu tempo (1975). O último é resultado da pesquisa para o doutorado, concluído no mesmo ano, na USP. Recebe bolsa de fomento à pesquisa da Fundação Calouste Gulbenkian, de Lisboa, e da Fundação John Simon Guggenheim, de Nova York.

Inicia na área de museologia como assistente de direção do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC/USP), na década de 1960. 

Em 1973, é premiada pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) na categoria de pesquisa. No mesmo ano, organiza a primeira grande exposição de obras dos precursores da videoarte. Com indicações de Hélio Oiticica (1937-1980) e Antonio Dias (1944-2018), seleciona cem artistas. A exposição tem sucesso de público e segue para Buenos Aires. Em 2013, o Sesc São Paulo reedita essa mostra, atualizando as obras para o contexto contemporâneo.

Entre 1975 e 1979, assume a direção técnica da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Enquanto gestora, conduz uma política de renovação das atividades do museu ao propor maior vínculo com instituições e profissionais da América Latina. Observa no acervo quais são as lacunas a suprir e desenvolve um programa para aquisição sistemática de obras de arte. A artista identifica e distingue personagens cuja atuação histórica se revela importante. 

Em 1982, torna-se diretora técnica do MAC/USP, cargo que ocupa até 1986. Durante os anos 1980, obtém os títulos de livre docente (1983) e professor titular (1988) na USP, aposentando-se anos depois. Também na década de 1980, publica A hispanidade em São Paulo: da casa rural à capela Santo Antônio (1981), pelo qual recebe o prêmio Jabuti, em 1982, Arte e meio artístico: Entre a feijoada e o x-burger (1982) e Arte para quê? A preocupação social na arte brasileira, 1930-1970 (1984). Seus livros aliam fluência jornalística e rigorosa dedicação de pesquisadora, rastreando documentos dispersos em arquivos particulares e bibliotecas.

Ainda no campo editorial, organiza antologias, compila volumes, redige textos para catálogos de arte e arquitetura, escreve ensaios. Também colabora para diversos órgãos de imprensa no Brasil e no exterior, como O Estado de S. Paulo, Correio da Manhã, Folha de S.Paulo, AUT AUT (Milão) e Arts Magazine (Nova York).        

Ao longo da trajetória profissional, realiza importantes curadorias de exposições, como Tarsila: 50 anos de pintura, em 1969, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ); Modernidade: Arte brasileira do século XX, em 1987, no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris (França); e as edição de 1999 e 2015 do Panorama de arte brasileira, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Também é a curadora da 1ª Trienal do Chile, em Santiago (2009), e da 8ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre (2011).

Como maior especialista em Tarsila do Amaral, Aracy entrevista a pintora diversas vezes durante a pesquisa nas décadas de 1960 e de 1970. É consultora para a pesquisa que origina o website e Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral, com cerca de mil obras da artista, publicado em 2008. Atua também como membro do Comitê Internacional de Premiação do Prince Claus Fund em Haia, na Holanda, de 2003 a 2005, e participa da comissão julgadora de salões e bienais de arte.

Como crítica de arte, além da sólida formação teórica, Aracy é uma profissional atuante. Polêmica, acompanha e questiona a produção de arte contemporânea brasileira, com críticas contundentes à espetacularização das exposições de arte no fim do século XX e à alienação dos artistas jovens do século XXI. Para ela, o trabalho do curador é vinculado à pesquisa histórica e à crítica, o que permite objetivar determinado enfoque com seleção de obras e de temas específicos. Também acredita que o papel do curador é o de acompanhar ativamente, do início ao fim, a realização da exposição.

Aracy Amaral se inscreve no panorama artístico brasileiro como um nome fundamental no campo da pesquisa, da curadoria, da gestão e do ensino.

Obras 1

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Exposições 53

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Fontes de pesquisa 11

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