Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Renata Pallottini

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 08.08.2024
20.01.1931 Brasil / São Paulo / São Paulo
08.07.2021 Brasil / São Paulo / São Paulo
Renata Monachesi Pallottini (São Paulo, São Paulo, 1931 – idem, 2021). Dramaturga, ensaísta, escritora e tradutora. Destaca-se pela intensa atividade na dramaturgia e tradução, com obras encenadas por criadores assíduos da cena nacional, além de se dedicar à poesia.

Texto

Abrir módulo

Renata Monachesi Pallottini (São Paulo, São Paulo, 1931 – idem, 2021). Dramaturga, ensaísta, escritora e tradutora. Destaca-se pela intensa atividade na dramaturgia e tradução, com obras encenadas por criadores assíduos da cena nacional, além de se dedicar à poesia.

Gradua-se em filosofia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1951, e em direito na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), em 1953. Muda-se para a França, onde inicia estudos de teatro nos cursos livres da Sorbonne Nouvelle, em Paris, no ano de 1959. De volta ao Brasil, entra para a Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD/USP), e se forma em dramaturgia em 1964. Conclui o doutorado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 1982, onde também leciona.

A Lâmpada, texto de sua autoria, é encenado em 1960, em Campinas, São Paulo, com direção de Tereza Aguiar (1933). No ano seguinte, adapta Sarapalha, de Guimarães Rosa (1908-1967), para direção de Alberto D'Aversa (1920-1969). Dirige seu próprio texto, O Exercício da Justiça, para a EAD, em 1962. Nu Para Vinícius (1964), escrito em parceria com Lauro César Muniz (1938), é levado para o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). "O espetáculo se compõe de um drama, um balé e uma comédia, versando sobre um mesmo tema, fornecido por uma crônica de Helena Silveira: as vicissitudes de um rapaz do interior à busca de modelo para a Vênus de Milo que deseja esculpir".1

Estreia no teatro profissional com O Crime da Cabra (1965), com direção de Carlos Murtinho, numa produção da Companhia Nydia Licia, já arrematando os Prêmios Molière e Governador do Estado de melhor texto.

Pedro Pedreiro (1967), texto de Renata, com música de Chico Buarque (1944) e direção de Silnei Siqueira (1934-2013), é o primeiro espetáculo da EAD a excursionar ao exterior, participando do Festival de Teatro Universitário de Manizales, na Colômbia. No ano seguinte, escreve O Escorpião de Numância, baseado no O Cerco de Numância, do espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616), espetáculo dirigido por José Rubens Siqueira (1945), com Cláudio Corrêa e Castro (1928-2005) no papel principal, ganhando o Prêmio Anchieta da Comissão Estadual de Teatro (CET), de melhor texto teatral. 

Ainda em 1968, traduz Hair, de James Rado (1932) e Gerome Ragni (1935-1991), que ganha prestigiada encenação de Ademar Guerra (1933-1993) e atribui-lhe o Prêmio de Melhor Tradução da União Cultural Brasil-Estados Unidos. Em 1969, parte para outra adaptação, João Guimarães: Veredas, uma edição de trechos das obras Sagarana, Corpo de Baile e Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, outra parceria com a diretora Tereza Aguiar.

Traduz Godspell, de John Mitchell Tebelak para um espetáculo de Altair Lima, levando mais um Prêmio da União Cultural Brasil-Estados Unidos de melhor tradução, em 1973. Um ano depois é a vez de Lulu, de Frank Wedekind (1864-1918), numa nova direção de Ademar Guerra, em que leva o Prêmio Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) de melhor tradução.

Em 1978, traduz A Vida é Sonho, de Calderón de La Barca, para um espetáculo de Celso Nunes, tradução que é utilizada na montagem de 1991 de Gabriel Villela. Ademar Guerra realiza uma montagem de seu texto Colônia Cecília (1984), em Curitiba. Dois anos depois roteiriza e traduz textos de Federico García Lorca (1898-1936), intitulando a obra de Caminho que Fazem o Darro e o Genil Até o Mar, com direção de Tereza Aguiar.

Em 2001, Renata traduz e adapta Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino (1923-1985), para direção de Marcia Abujamra (1959). E, em 2002, Zé Carlos de Andrade dirige, para a Faculdade Paulista de Artes, Enquanto Se Vai Morrer, peça sobre a experiência da autora na Faculdade de Direito, focalizando os problemas da pena de morte e da tortura. A obra é escrita em 1972 e censurada no ano seguinte. 

Na mesma década, publica os livros de poesia Um Calafrio Diário (2006) e Chocolate Amargo (2008), e, mais tarde, é eleita membro da Academia Paulista de Letras, em 2013.

Renata Pallottini contribui com sua produção no teatro, na TV, como escritora, professora e nas áreas administrativa ou política. Todas as linguagens em que se debruça levam a marca inconfundível do poético, o que a caracteriza e diferencia como criadora.

Nota

1. MAGALDI, Sábato; VARGAS, Maria Thereza. Cem Anos de Teatro em São Paulo. São Paulo: SENAC, 2000. p. 243.

Obras 47

Abrir módulo

Espetáculos 32

Abrir módulo

Exposições 4

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 20

Abrir módulo
  • Ah!Mérica com Raul Cortez, Um Retrado da América Latina. Palco e Platéia, São Paulo, ano 0, julho de 1985.
  • BERRETINI, Célia. O assunto é: "Numâmcia". O Estado de S. Paulo, São Paulo, 31 out. 1970, p. 6. (análise do texto "O Escorpião de Numância", de Renata Pallotini).
  • CARVALHO, Tania. Ney Latorraca: uma celebração. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2004. (Aplauso Especial).
  • CASTILHO, Alceu Luís. Peça transporta o Bexiga para a USP. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 7 nov. 1995. Seu Bairro, p. Z3.
  • FONTA, Sérgio. [Currículo]. Enviado pelo artista em 2011.
  • LIMA, Mariângela Alves de. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 6 jun. 1975, p. 24. MAGALDI, Sábato. O reencontro emocionado de ex-colegas. Jornal da Tarde, São Paulo, 18 mar. 1976, p. 20.
  • LULU. São Paulo: Teatro Sesc Anchieta, 1974. 1 programa do espetáculo.
  • MAGALDI, Sábato; VARGAS, Maria Thereza. Cem anos de teatro em São Paulo (1875-1974). São Paulo: Senac, 2000.
  • MORRE Renata Pallottini, poeta, dramaturga e professora, aos 90 anos. Folhapress, 8 jul. 2021. Disponível em: https://www.folhape.com.br/cultura/morre-renata-pallottini-poeta-dramaturga-e-professora-aos-90-anos/189743/. Acesso em: 12 jul. 2021.
  • Morre Renata Pallottini, poeta, dramaturga e ensaísta, aos 90 anos. Folha de S. Paulo, São Paulo, 08 jul. 2021. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2021/07/morre-renata-pallottini-poeta-dramaturga-e-professora-aos-90-anos.shtml. Acesso em: 08 jul. 2021.
  • NÉSPOLI, Beth. Livro sobre Cacilda é aula de teatro visceral. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 26 nov. 1997, p. D 10.
  • O CRIME da Cabra. (Programa). CCSP/ Divisão de Pesquisas - Idart, 1965.
  • PALLOTTINI, Renata. A História do Juiz. Revista de Teatro SBAT. No 407, set./out. 1975.
  • Programa do Espetáculo - Divinas Palavras - 1986.
  • RENATA PALLOTTINI. In: ACADEMIA Paulista de Letras, São Paulo, [s.d.].
  • ROZÁRIO, Denira. Renata Pallottini. In: ______. Palavra de poeta: coletânea de entrevistas e antologia poética. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.
  • SALOMÃO, Marici. Peça de Renata Pallottini estréia 30 anos depois. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 10 jul. 2002. Caderno 2, p. D7.
  • SERENATA Cantada aos Companheiros. Programa. Biblioteca Jenny Klabin Segall, 1976.
  • SZOKA, Elizbieta. Fourteen female voices from Brazil: interviews and Works. Austin: Host Publications, 2002.
  • VASCONCELLOS, Ana Lúcia. Entre o teatro e a poesia. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 26 ago. 1979. Suplemento Cultural Artes no. 147, ano III, p. 13.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: