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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Dirceu Maués

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 06.03.2024
13.07.1968 Brasil / Pará / Belém
Dirceu da Costa Maués (Belém, Pará, 1968). Pesquisador e oficineiro, tem experiência na área das artes plásticas, principalmente em fotografia. Sua pesquisa sobre a câmera pinhole e o uso expandido desse dispositivo em panorâmicas e vídeos situam o seu trabalho entre os mais inventivos no campo da fotografia.  

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Dirceu da Costa Maués (Belém, Pará, 1968). Pesquisador e oficineiro, tem experiência na área das artes plásticas, principalmente em fotografia. Sua pesquisa sobre a câmera pinhole e o uso expandido desse dispositivo em panorâmicas e vídeos situam o seu trabalho entre os mais inventivos no campo da fotografia.  

Cursa Artes Plásticas na Universidade de Brasília (UnB) entre 2008 e 2013. Em 2015, finaliza o mestrado em Artes pela mesma instituição, com a dissertação Caixas de ver – (Des)construção do dispositivo: invenção da paisagem. É doutorando em Artes pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Apesar da formação universitária tardia, fotografa desde 1991, quando participa de oficina promovida pela

Associação FotoAtiva e ministrada pelo fotógrafo Miguel Chikaoka (1950). O objetivo do curso é desenvolver,  por meio da fotografia, outra educação do olhar tanto no aprendizado do ofício de fotógrafo, como no exercício da cidadania. No mesmo ano, trabalha como fotógrafo freelancer na área.

Em 1992, participa do I Salão Paraense de Arte Contemporânea (SPAC), em Belém (Pará), ao lado de artistas como Octávio Cardoso (1963), Paulo Amorim (1967) e Patrick Pardini (1953). No mesmo ano, ministra oficinas de fotografia no Programa Curro Velho, da Fundação Cultural do Pará. 

Em 1994, realiza a primeira exposição individual, intitulada Estações do olhar, na Galeria Theodoro Braga, na capital paraense. Em 1997, recebe o Prêmio Aquisição do II Salão de Fotografia do Centro Cultural Brasil – Estados Unidos (CCBEU). 

Entre 1997 e 2008, atua como repórter fotográfico em grandes jornais impressos de Belém. Em 2002, participa da exposição Húmus, no Espaço Cultural Hindemburgo, em Macaé, Rio de Janeiro, com curadoria de Mariano Klautau Filho (1964). No mesmo ano, é um dos artistas selecionados para compor a publicação Fotografia contemporânea paraense: panorama 80-90, lançada pela Secretaria de Estado de Cultura do Pará e financiada pela Petrobrás, com a proposta de reunir fotógrafos paraenses – entre eles, Flavya Mutran (1968), Cláudia Leão (1967), Elza Lima (1952).

A partir de 2003, desenvolve projetos nas áreas da fotografia, cinema e vídeo a partir da construção de câmeras artesanais com materiais reutilizados e da técnica pinhole – câmera sem lente, com exposição do negativo por meio de um pequeno “furo de agulha” na caixa vedada – como linguagem estética. Sua experiência na reconstrução de imagens e objetos remonta à infância, quando desenvolve a habilidade de construir os próprios brinquedos. Utilizando câmeras pinhole artesanais, realiza Ver-o-peso pelo furo da agulha (2004), ensaio documental sobre o Mercado Ver-o-Peso, em que explora as dimensões do tempo na realidade e na fotografia. O projeto recebe o Prêmio Aquisição no Salão do Pará, em 2004, e é contemplado com a Bolsa de Pesquisa, Experimentação e Criação Artística do Instituto de Artes do Pará. 

Em 2005, expõe fotografias essa série em espaços que ampliam o alcance geográfico de seu trabalho: Espaço Furnas Cultural, no Rio de Janeiro (RJ); Galeria dos Arcos – Usina Gasômetro, em Porto Alegre (RS); Museu de Arte de São Paulo (Masp), em São Paulo (SP); Casa de Cultura da América Latina, em Brasília (DF); Bibliothèque municipale Saint-John Perse, em Aubervillers, e Théatre de la Photographie, em Nice, ambos na França. O projeto se desdobra no vídeo Feito poeira ao vento (2006), que faz uma cobertura fotográfica de 360º do mercado central de Belém, utilizando mais de quarenta câmeras fotográficas operadas coletivamente com a ajuda de amigos. 

Para a curadora Giselle Beiguelman (1962), a obra do fotógrafo trata de um enfrentamento da filosofia da caixa-preta: em tempos de câmeras digitais que fazem tudo, ele prefere começar por um dispositivo artesanal, concebendo a câmera de que precisa para a imagem que vai inventar. Ainda que o trabalho com pinholes permita que o artista participe da produção da imagem desde a construção da câmera, isso não implica o apagamento do rastro maquínico do processo de criação, mas de sua acentuação, justamente por contradizer a lógica industrial. As câmeras industriais vêm das fábricas com programas e subprogramas, o que limita sua utilização, pois está programado para seguir padrões de perfeição que não interessa ao fotógrafo.

Em 2009, reside por seis meses em Berlim, na Alemanha, e produz uma instalação para uma exposição coletiva na instituição Künstlelrhaus Bethanien. Realizada especialmente para a mostra, a obra é composta por seis vídeos criados com imagens da praça Alexanderplatz, em Berlim, registradas por câmeras pinholes. Entre 2009 e 2011, o trabalho é exposto no Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia em Belém; na exposição 3rd Polish Festival Pinhole Photography, em Katowice, na Polônia; na nona edição do Prêmio Porto Seguro de Fotografia, em São Paulo; no Centro de Fotografia (CMDF) de Montevidéu, no Uruguai; e no 7º Paraty em Foco – Festival Internacional de Fotografia de Paraty, no Rio de Janeiro. 

Optando deliberadamente pelo trabalho com câmeras artesanais e técnicas fotográficas low tech, Dirceu Maués ganha notoriedade pela criação de uma visualidade autoral e marcada por uma leitura social e poética particular da região Norte do Brasil. Sua obra confere contemporaneidade, novidade e complexidade a uma técnica tradicional como a fotografia pinhole. 

Exposições 44

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Fontes de pesquisa 9

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