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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Octávio Cardoso

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 06.03.2024
13.02.1963 Brasil / Pará / Belém
Octavio Cardoso (Belém, Pará, 1963).  Fotógrafo, engenheiro civil. Um dos nomes mais emblemáticos da cena fotográfica paraense, relaciona sua produção ao contexto amazônico, com destaque à cultura marajoara, a partir da mescla do registro documental com o onírico. Sua poética propositadamente não idealiza a natureza, nem a retrata de forma hiper...

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Octavio Cardoso (Belém, Pará, 1963).  Fotógrafo, engenheiro civil. Um dos nomes mais emblemáticos da cena fotográfica paraense, relaciona sua produção ao contexto amazônico, com destaque à cultura marajoara, a partir da mescla do registro documental com o onírico. Sua poética propositadamente não idealiza a natureza, nem a retrata de forma hiper-realista: suas imagens geram uma “contração da realidade”, nas palavras do teórico da fotografia Mariano Klautau Filho (1964). São imagens etéreas e intimistas, ao mesmo tempo que colocam o observador diante de espaços amplos, criando paisagens.

Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Pará (UFPA), começa a fotografar na Associação FotoAtiva em 1984. A partir dessa experiência, desenvolve trabalhos de documentação e publicidade, atuando como repórter fotográfico no jornal O Liberal, entre 1985 e 1986. Atuando nesse periódico, vence o prêmio Prêmio ExxonMobil de Jornalismo, na época chamado de Esso Regional Norte de Jornalismo. Aprofunda sua relação com a fotografia artística quando, em 1987, torna-se assistente do fotógrafo Luiz Braga (1956), abrindo caminho para a fundação da agência Kamara – Kó Fotografias, em 1990, ao lado do fotógrafo Miguel Chikaoka (1950) e do artista visual Patrick Pardini (1953). Em 1995, funda com a fotógrafa Walda Marques (1963) a WO Fotografia, onde mantém estúdio próprio. Nesse momento, participa ativamente de produções cinematográficas: trabalha como cinegrafista e diretor de fotografia na DCampos Produções e no projeto Academia Amazônia da UFPA, além de assinar a fotografia still de curtas-metragens paraenses, como As mulheres choradeiras, da roteirista Jorane Castro (1968), em 1999.

No ano seguinte, torna-se presidente da FotoAtiva, onde permanece até 2007. Lugares imaginários (2009), primeira produção em fotografia digital do artista, é realizada nessa associação. São fotos em preto e branco, posteriormente convertidas em imagens de profundo azul. As imagens são captadas em regiões de Santarém, Marabá e Ilha do Marajó e buscam revelar a multiplicidade de facetas dos povos dessas localidades, retratando cenas incomuns do cotidiano, com predomínio do silêncio e da solidão.

É convidado, em 2012, a participar da exposição coletiva Amazônia: lugar da experiência, organizada pelo Museu da Universidade Federal do Pará (Mufpa), que pretende dar visibilidade às pesquisas estéticas que caracterizam a região amazônica. A exposição conta com obras realizadas entre os anos 1980 e 2020 por artistas no Norte do Brasil. Os trabalhos Sem Título (1985) e Sem Título (1987) passam a compor a Coleção Amazoniana de Arte da UFPA, curada pelo artista e pesquisador Orlando Maneschy (1968).

A vontade de registrar os campos abertos e o vínculo entre o homem e o gado desdobra-se na exposição Minha ilha – Campos abertos do Marajó (2015), no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém (PA). A mostra é selecionada pelo Prêmio Marc Ferrez, organizado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), do Ministério da Cultura. A série fotográfica é resultado de seis meses de registro pautado por um olhar poético e pessoal do fotógrafo sobre a relação existente entre o homem e a natureza na porção oriental da ilha do Marajó, especificamente nos municípios de Cachoeira do Arari, Santa Cruz, Muaná e Soure. Cardoso retrata o cotidiano do personagem que compõe o cenário social e cultural do arquipélago do Marajó: o vaqueiro marajoara.

Atua como editor de fotografia do jornal Diário do Pará, com acesso a um vasto acervo de imagens que alimenta sua pesquisa visual e sua prática artística, além de somar um repertório crítico ao trabalho de editor. Sua relação com o Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia vem desde a primeira edição, em 2010, quando a série Lugares imaginários (2009) é premiada. Em 2011, é um dos curadores da mostra Diários da Cidade, que exibe trabalhos de fotojornalistas. Em 2012, realiza a oficina Ensaio – Resumindo uma ideia, sobre a narrativa na edição fotográfica. Cinco obras de Lugares imaginários são posteriormente selecionadas para a mostra Antilogias: o fotográfico na Pinacoteca (2017), com curadoria de Mariano Klautau Filho (1964). A exposição abre espaço inédito para novas narrativas da fotografia no tradicional museu paulistano. De acordo com o curador, os temas da série, como uma praia vazia coberta de nuvens, a cidade retratada do alto como uma incandescência no meio da mata e a quietude de uma vila de interior, evidenciam a não idealização da natureza pelo artista. Evitando o bucólico e o exótico, ainda de acordo com Klautau Filho, Cardoso realiza uma espécie de contração da realidade e cria um lugar protegido. Ou seja: há um sentido de recolhimento e de invenção em suas fotos.

O fotógrafo Octavio Cardoso é um dos principais expoentes da representação do território amazônico, paisagem que ele não apenas registra, mas também recria por meio de imagens oníricas e etéreas, marcadas pelo imaginário local e pela forma como ele o sente e vive.

Exposições 17

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