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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Jorane Castro

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 07.11.2022
Jorane Ramos de Castro (Belém, Pará, 1968). Roteirista, diretora, fotógrafa. Com raízes na fotografia, sua produção cinematográfica prioriza a nacionalização do cinema brasileiro, evidenciando a multiplicidade e a riqueza cultural da região amazônica.

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Jorane Ramos de Castro (Belém, Pará, 1968). Roteirista, diretora, fotógrafa. Com raízes na fotografia, sua produção cinematográfica prioriza a nacionalização do cinema brasileiro, evidenciando a multiplicidade e a riqueza cultural da região amazônica.

Forma-se em Comunicação Social pela Universidade Federal do Pará (UFPA), em 1990, e em Cinema pela Universidade de Paris 8, em 1994, na França. Estuda roteiro e direção de elenco na Escuela Internacional de Cine y Television (EICTV), em San Antonio de Los Baños, Cuba, em 2004. Desde 2009, atua como professora do curso Cinema e Audiovisual, na Universidade Federal do Pará. Atualmente, realiza doutorado em arte contemporânea no Colégio das Artes, na Universidade de Coimbra, em Portugal. Diretora de mais de vinte filmes, entre documentários e obras de ficção, que se destacam em festivais no Brasil e no exterior. Em 2000, a cineasta decide criar a produtora Cabocla Filmes, com o objetivo de desenvolver projetos audiovisuais que propõem um novo olhar sobre a Amazônia. 

O filme de ficção As mulheres choradeiras (2000) e o documentário Invisíveis prazeres xotidianos (2004) são os primeiros trabalhos audiovisuais lançados pela Cabocla Filmes. No primeiro, adaptação livre do conto “As mulheres choradeiras”, do escritor Fábio Horácio-Castro (1968), a história de três senhoras carpideiras acusadas pelo desaparecimento de um cadáver. No documentário, a cineasta investiga o que leva uma pessoa a expor sua vida na internet no período de surgimento dos blogs. Substituindo o diário na vida de adolescentes, o blog funciona como confessionário e espaço de liberdade, portanto os conteúdos publicados pelos jovens são um retrato das realidades locais. Para a realização de Invisíveis prazeres cotidianos, 33 blogueiros paraenses são entrevistados. 

A investigação de realidades locais ocorre também no documentário Mulheres de Mamirauá (2008). Com filmagens realizadas em Tefé, no Amazonas, município localizado dentro da Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, o documentário relata a vida das mulheres e o cotidiano das comunidades residentes da reserva. Nesta obra, a natureza não é um elemento de contemplação, mas um exemplo de como mulheres e homens vivem em total integração com a terra. 

Mulheres de Mamirauá é exibido na edição de 2021 da Arte Pará, que tem como tema a história da videoarte na Amazônia. Artista convidada da edição online da tradicional mostra, a diretora apresenta também o curta-metragem de ficção Ribeirinhos do asfalto (2011), que discorre sobre a cultura, modos de vida e saberes dos ribeirinhos da Amazônia. O curta, exibido em mais de vinte festivais nacionais e internacionais, ganha dois prêmios no Festival de Cinema de Gramado (RS): melhor atriz para Dira Paes (1969) e melhor direção de arte para o cenógrafo Rui Santa-Helena (1955-2020).

Em 2017, lança seu primeiro longa-metragem de ficção, Para ter onde ir, com foco no universo feminino, sobretudo na mulher amazônica. A obra acompanha as histórias de três mulheres que partem de um cenário urbano para outro, onde a natureza prevalece. A narrativa sensorial questiona os limites das linguagens, colocando o tempo em questão. A diretora torna o espectador uma peça ativa da obra ao levar a contemplação para o cotidiano. Além de ser o primeiro longa-metragem realizado e distribuído por uma paraense, o filme recebe os prêmios de melhor direção, melhor atriz coadjuvante, melhor trilha sonora original e melhor desenho de som no Festival Guarnicê 2017.

Em seguida, a cineasta trabalha em dois novos longa-metragens. O documentário de longa-metragem Mestre Cupijó e seu ritmo (2019) parte da pesquisa realizada na Amazônia sobre as influências da cultura africana na música brasileira. A obra de ficção A herança, com roteiro de Ângela Gomes (1971), é totalmente filmado em Belém, nos bairros da Cidade Velha e Campina. Um drama com doses de comédia, o filme narra a jornada de um paulistano que tem a vida transformada ao receber uma herança inesperada em Belém, o que o leva a uma descoberta de seu passado e suas origens. Em paralelo, inicia as filmagens do documentário Terruá Pará, sobre a história da música paraense, ambientado em diferentes regiões do estado.

Pautada pela defesa do cinema local, Jorane Castro constrói uma sólida trajetória como artista e cineasta, além de ampliar o campo de atuação dos criadores de cinema em Belém.

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