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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Cláudia Leão

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 05.09.2022
01.09.1967 Brasil / Pará / Belém
Registro fotográfico Orlando Maneschy

O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam, 2000
Cláudia Leão
Fotografia manipulada montada entre lâminas de vidro e espelhos [14 imagens]

Ana Cláudia do Amaral Leão (Belém, Pará, 1967). Fotógrafa, pesquisadora e professora universitária. Vive entre Belém, ilhas e rios da Amazônia. Sua atuação é fortemente marcada pela experimentação com fotografia, vídeo, teoria da imagem, antropologia da paisagem, ética e afetação em imagens na/da Amazônia paraense, destacando-se pela participaçã...

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Ana Cláudia do Amaral Leão (Belém, Pará, 1967). Fotógrafa, pesquisadora e professora universitária. Vive entre Belém, ilhas e rios da Amazônia. Sua atuação é fortemente marcada pela experimentação com fotografia, vídeo, teoria da imagem, antropologia da paisagem, ética e afetação em imagens na/da Amazônia paraense, destacando-se pela participação ativa nos debates sobre a construção de novas narrativas sobre a paisagem, os modos de vida e a história das comunidades indígenas e ribeirinhas do Pará. 

Gradua-se em jornalismo pela Universidade Federal do Pará (UFPA), em 1996. É mestre (2003) e doutora (2012) em comunicação e semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). É uma das fundadoras do Caixa de Pandora Núcleo de Imagens, grupo dedicado à pesquisa em arte da fotografia, e articuladora do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP (COS-PUC). Cláudia Leão dedica o início de sua trajetória às investigações sobre a imagem em processos criativos ou psicossociais. Em sua prática artística inicial, trabalha com a manipulação da imagem por meio de experimentações em laboratório fotográfico, utilizando como suportes espelhos oxidados e vidros pontilhados. 

Entre 2005 e 2009, atua como professora convidada no curso de pós-graduação em criação de imagem e styling de moda no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Em 2008, realiza a edição de imagens para o livro do estilista André Lima (1971), que integra a Coleção brasileira de moda. Depois de viver e trabalhar em São Paulo por mais de dez anos, a artista percebe que o horizonte que deseja investigar não é o urbano, mas sim o que se encontra no interior do Pará. Entre 2009 e 2013, Cláudia vive entre São Paulo e Belém e volta definitivamente a sua cidade natal em 2012, quando dá início ao projeto “Atlas, paisagens e pele”, seguindo para o interior por meio fluvial e descobrindo lugares, igarapés e trechos de rios que não estão registrados em mapas oficiais. 

Professora do curso de licenciatura e bacharelado em artes visuais e do Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará (UFPA) desde 2009, realiza, a partir de 2011, projetos de viagens como processos de criação e de ensino/aprendizagem em arte, aliando suas atuações de artista e professora. As experiências de longas travessias de barco pela Amazônia insular começam em 2013, com viagens a Breves e Chaves, municípios do arquipélago do Marajó. Cláudia Leão considera esses percursos uma forma de atravessamento e deslocamento em fluxos contínuos. A interlocução com moradores desses locais logo se transforma em projetos colaborativos, que irão pautar sua pesquisa e atuação a partir daí. Isso traz uma nova percepção para sua vida e redireciona suas proposições artísticas para o trabalho coletivo pautado por uma perspectiva ética no que se refere ao uso de imagens. Ainda em 2013, é contemplada pela bolsa de pesquisa e experimentação artística do então Instituto de Artes do Pará com o projeto “A nau e a paisagem: diários de bordo entre Belém e Chaves”. 

Em 2014, o projeto “Atlas, paisagens e pele: fluxos de viagens na Amazônia insular” é selecionado na categoria de livre criação fotográfica do 14º Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, da Fundação Nacional de Artes (Funarte). Em 2015, a série é apresentada em exposição homônima no Museu Casa das Onze Janelas, em Belém, com vídeos, fotografias, textos e desenhos resultantes de viagens pelos rios Amazonas e Xingu. O projeto, desenvolvido a partir de abordagens artísticas e antropológicas, retrata a ideia de navegação por águas e experiências – sejam essas estéticas, pessoais ou coletivas.

Coordena, desde 2014, o grupo de pesquisa Laboratório de Experimentação em Filosofia, Arte e Política nas/das Amazônias (Lab AMPE), na UFPA, em que desenvolve, em colaboração com artistas, articuladores de coletivos e estudantes da universidade, os projetos “Sobre pele, o rio: a paisagem no território da cultura atravessando o campo da arte” (2013), “Registros permeáveis: falas de artistas para cadernos e escrituras e diálogos entre arte e política na Amazônia” (projeto de extensão, 2013-2016) e “História crítica de imagens da Amazônia paraense” (projeto de pesquisa em curso). Em 2018, colabora com a criação da Sala Arthur Leandro Táta Kinamboji de Ensino, Arte e Cultura Afro-Amazônica e em projetos artísticos independentes e movimentos autônomos vinculados a povos tradicionais na/da Amazônia.

A partir de 2019, dedica-se ao projeto “Sobre outras histórias críticas da fotografia e da arte na Amazônia paraense”, com participantes da UFPA e convidados, que consiste no mapeamento da região para a constituição de narrativas e contranarrativas à história oficial, a partir dos interesses de interlocutores locais. O trabalho também realiza ações de formação em arte a partir de conversas, encontros, aulas abertas e oficinas de interesse mútuo, bem como atividades de apoio a audiências, mobilizações e articulações. O projeto integra sua pesquisa de pós-doutorado e tem como principal objetivo analisar a transformação do ponto de vista sobre o agenciamento por pessoas indígenas, quilombolas e negras de suas próprias imagens. O protagonismo destes em relação a como são retratados é um tema particularmente importante para a história da fotografia na região amazônica.

Cláudia Leão atua como artista e pesquisadora, desde a sua consistente formação crítica em relação à imagem fotográfica até o desenvolvimento de metodologias colaborativas para problematizar, por meio da arte, a instrumentalização antropológica das narrativas hegemônicas sobre populações socialmente marginalizadas. Além disso, pauta-se na relação ética com as comunidades com que trabalha no interior do Pará, resultando numa obra que mescla ativismo, educação e arte.

 

Obras 1

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Exposições 40

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Fontes de pesquisa 10

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  • CLÁUDIA Leão navega imagens da Amazônia insular. Holofote Virtual, 20 ago. 2015. Disponível em: http://holofotevirtual.blogspot.com/2015/08/claudia-leao-navega-imagens-da-amazonia.html. Acesso em: 28 out. 2021.
  • CLÁUDIA Leão. Cultura Pará, Belém. Disponível em: http://www.culturapara.art.br/fotografia/claudialeao/index.htm. Acesso em: 9 out. 2021.
  • KLATAU FILHO, Mariano. Prêmio Diário de fotografia contemporânea: Brasil Brasis. Belém: Diário do Pará, 2010.
  • LAB AMPE: Laboratório de Experimentação em Filosofia, Arte e Política nas/das Amazônias. Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, Brasília. Disponível em: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/167476. Acesso em: 22 out. 2021.
  • LEÃO, Ana Cláudia do Amaral. Currículo do sistema currículo Lattes. [Brasília], 10 de junho de 2021. Disponível em: http://lattes.cnpq.br/3091200390689592. Acesso em: 9 out. 2021.
  • LEÃO, Cláudia; TREMEMBÉ, Izabelle Louise Anaúa. Histórias críticas da fotografia nas Amazônias e arte é resistência decolonial. Revista Poiésis, Niterói, v. 22, n. 37, p. 77-90, jan./jun. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.22409/poiesis.v22i37.47236. Acesso em: 28 out. 2021.
  • PAES, Matheus. Artista apresenta paisagens e cotidiano da região amazônica. Leal Moreira, Belém, 21 ago. 2015. Disponível em: https://www.lealmoreira.com.br/paginas/revista/imprime.lm?id=3952. Acesso em: 31 out. 2021.
  • PANORAMA DA ARTE DIGITAL NO PARÁ, 2012, Belém: Espaço Cultural Banco da Amazônia, 2012. 12p. Exposição realizada entre os dias 10 maio a 25 jun. 2012. Disponível em: https://xumucuis.wordpress.com/projetos/panorama-da-arte-digital-no-para/. Acesso em: 5 set. 2022.
  • PEREGRINO, Nadja (coord.). Fotografia contemporânea do Pará: Novas visões. Curadoria Paulo Máttar. Rio de Janeiro: EdUFF, 1997.
  • RUMOS ITAÚ CULTURAL ARTES VISUAIS. Vertentes da produção contemporânea: arte: sistema e redes; poéticas da atitude; o transitório e o precário; entre o mundo e o sujeito. Curadoria Cristina Freire, Jailton Moreira, Moacir dos Anjos. São Paulo: Itaú Cultural, 2002. (Rumos Itaú Cultural Artes Visuais).

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