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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Franco Velasco

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
03.10.1780 Brasil / Bahia / Salvador
03.03.1833 Brasil / Bahia / Salvador
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Menino com Cão, 1817
Franco Velasco
Óleo sobre tela
70,00 cm x 59,00 cm
Museus Castro Maya - IPHAN/MinC (Rio de Janeiro)

Antonio Joaquim Franco Velasco (Salvador BA 1780 - idem 1833). Pintor, professor. Autor de diversos retratos e pinturas decorativas para igrejas na cidade de Salvador. No início da década de 1810, realiza trabalhos para a Matriz de Santana, por volta de 1813 produz pinturas para o teto da nave e em 1814 é incumbido de fazer o painel da pia batis...

Texto

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Biografia
Antonio Joaquim Franco Velasco (Salvador BA 1780 - idem 1833). Pintor, professor. Autor de diversos retratos e pinturas decorativas para igrejas na cidade de Salvador. No início da década de 1810, realiza trabalhos para a Matriz de Santana, por volta de 1813 produz pinturas para o teto da nave e em 1814 é incumbido de fazer o painel da pia batismal. Entre 1818 e 1820, executa a pintura do forro e de sete painéis retratando os passos da Paixão de Cristo para os altares da Igreja do Senhor do Bonfim, além do douramento da capela-mor, de altares, tribunas, púlpito e coro. É também autor da pintura do forro da capela-mor da Igreja Matriz do Santíssimo Sacramento de Itaparica. Em 1821, é nomeado docente substituto da cadeira pública de desenho de Salvador, possivelmente por incentivo de dom João VI (1767 - 1826), em agradecimento aos dois quadros que lhe são presenteados por Velasco. Em 1825 é efetivado na função. São seus alunos Capinam (1791 - 1874) e José Rodrigues Nunes (1800 - 1881). Velasco obtém reconhecimento como retratista e recebe diversas encomendas, produzindo não só na Bahia, mas também para outros Estados e para Portugal. Em 1831, é confiada a ele a pintura do forro da nave e o douramento da capela-mor da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, em Salvador. Morre antes da conclusão dos trabalhos, que ficam a cargo de José Rodrigues Nunes.

Comentário Crítico
Franco Velasco realiza sua formação em Salvador, tendo sido discípulo do pintor José Joaquim da Rocha (1737 - 1807). Apesar de inserir-se na tradição artística característica da Bahia, conhecida como Escola Baiana de Pintura, que começa a ser criada em meados do século XVIII com José Joaquim da Rocha, sua produção difere significativamente da do mestre, um virtuoso da pintura perspectivista, de temática bíblica. 

Velasco volta-se com especial interesse para o retrato e a figura humana. Segundo o historiador José Roberto Teixeira Leite, sua pintura, estilisticamente, mistura elementos setecentistas herdados de seus mestres e novos ingredientes neoclássicos, em voga em princípio do século XIX.

Entre os diversos retratos de sua autoria, Velasco realiza um retrato de dom João VI (1767 - 1826), em 1826, de acordo com Laudelino Freire. Outras fontes, como Walmir Ayala, mencionam um provável retrato de dom Pedro I (1798 - 1834) feito por ocasião de uma visita do imperador a Salvador. Que se tenha notícia, nenhuma dessas obras, contudo, chega aos dias atuais.

É sabido que faz o retrato de dom Marcos de Noronha e Brito, o oitavo conde dos Arcos, vice-rei do Brasil e governador e capitão-general da Capitania da Bahia em 1817. A tela é queimada em praça pública em 1821, num período de agitações políticas precedentes à independência do Brasil. De sua autoria há também retratos de dom Romualdo Antônio de Seixas, arcebispo da Bahia, João Ladislau de Figueiredo e Mello e Pedro Gomes Ferrão.

Segundo a pesquisadora Marieta Alves, entre as diversas obras pertencentes à coleção do médico inglês Jonathan Abbott (1796 - 1868), compradas pelo governo da província da Bahia em 1871 para constituir uma galeria no Liceu de Artes e Ofícios, constam pinturas de Velasco que, possivelmente, estão entre as obras do artista pertencentes ao acervo do Museu de Arte da Bahia - MAB. No museu encontram-se os estudos realizados por ele para os painéis que retratam a Paixão de Cristo, pintados para a Igreja do Nosso Senhor do Bonfim.

A Fundação Castro Maya tem duas obras de Velasco, Retrato de Senhora e Menino com Cachorro, ambas de 1817.

Obras 8

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Reprodução fotográfica Autoria desconhecida

Dom Pedro I

Óleo sobre tela
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Menino com Cão

Óleo sobre tela

Exposições 6

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Fontes de pesquisa 15

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989. R703.0981 P818d
  • ALVES, Marieta. Dicionário de Artistas e Artífices da Bahia. Salvador: Editora UFBA, 1976. 210 p.
  • ARAÚJO, Emanoel (coord.). Reflexões iconográficas: memória. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 1994.
  • ARAÚJO, Emanoel (org.). A Mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica. São Paulo, SP: Tenenge, 1988.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997.
  • CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • GUIMARÃES, Argeu. História das artes plásticas no Brasil. Revista do Instituto Histórico e Geográphico Brasileiro, Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, volume IX, p. 401-497, 1930. Número especial.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO PAULO, SP. Arte do século XIX. Curadoria Luciano Migliaccio, Pedro Martins Caldas Xexéo; tradução Roberta Barni, Christopher Ainsbury, John Norman. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000. 709.034 M9161a
  • OTT, Carlos. A Escola bahiana de pintura: 1764-1850. Edição Emanoel Araújo. São Paulo: MWM-IFK, 1982. 153 p., il. p&b. color. (Coleçao MWM-IFK).
  • OTT, Carlos. Noções sobre a procedência d´arte de pintura na província da Bahia: manuscrito da Biblioteca Nacional. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Rio de Janeiro, n. 11, p. 197-224, 1947.
  • VALLADARES, Clarival do Prado. Nordeste histórico e monumental - II. Versão em inglês Sonia Zyngier. Salvador, BA: Fundação Emílio Odebrecht, 1982. v. 2.

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