Pintura Decorativa
Texto
Definição
Os termos arte decorativa e arte ornamentel praticamente se equivalem. Decorar é ornar, é cobrir uma superfície com ornamentos.
No sentido que lhe dá Visconti - ao criar em 1934, na Escola Nacional de Belas Artes - Enba, a cadeira de Arte Decorativa - de arte aplicada à indústria, antecipa o conceito moderno de design. Mas há também uma conotação pejorativa para o termo: é pintura que se desenvolve superficialmente, sem qualquer aprofundamento intelectual, sem uma expressividade fundada na emoção.
Porém como gênero, o termo pintura decorativa diz respeito às pinturas de forros e painéis parietais situados sobretudo no interior de igrejas, representado elementos arquitetônicos, rocalhas, chinesices e grutescos.
A pintura de perspectiva funda-se numa trama arquitetônica que visa, entre outros objetivos, ampliar e elevar o forro da igreja. Para Carlos Ott, trata-se de construir, dentro da igreja real, uma outra, imaginária. Esta outra igreja representa o céu e para sustentá-lo pintam-se colunas que dão continuidade às já existentes. Com o advento do Rococó, a pintura de perspectiva modifica-se: as rocalhas, ornamentos no formato de conchas estilizadas, substituem gradativamente os elementos arquitetônicos, até o desaparecimento do muro-parapeito. As chinesices muito comuns na Europa do século XVIII, que no Brasil parecem só existir em Minas Gerais e na Bahia, apresentam elementos orientais nas cores azul, vermelho e dourado. Já os grutescos reproduzem de maneira rebuscada elementos da natureza, figuras humanas, animais e formas imaginárias.
GÊNEROS na pintura. São Paulo : Instituto Cultural Itaú, 1995. (Cadernos história da pintura no Brasil, 8). p. 28.
Como citar
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PINTURA Decorativa.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/termo3821/pintura-decorativa. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7