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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Fleiuss

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 15.10.2024
28.08.1823 Alemanha / Nordrhein-Westfalen / Colônia
15.11.1882 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Henrique Fleiuss (Colônia, Alemanha 1823 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1882). Litógrafo, pintor, gravador e desenhista. Inicia os estudos artísticos em sua cidade natal, concluindo-os em Düsseldorf. Posteriormente termina o curso de ciências naturais na Universidade de Munique. Muda-se em 1858 para o Brasil e, depois de percorrer a Região No...

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Henrique Fleiuss (Colônia, Alemanha 1823 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1882). Litógrafo, pintor, gravador e desenhista. Inicia os estudos artísticos em sua cidade natal, concluindo-os em Düsseldorf. Posteriormente termina o curso de ciências naturais na Universidade de Munique. Muda-se em 1858 para o Brasil e, depois de percorrer a Região Norte, instala-se definitivamente no Rio de Janeiro, em 1859. Funda, com seu irmão Karl Fleiuss e o pintor alemão Karl Linde (ca.1830 - 1873), uma empresa lito-tipográfica chamada Fleiuss, Irmãos e Linde, que logo recebe o nome de Instituto Artístico. Em 1860, inicia a publicação da revista Semana Ilustrada, sendo ele o único responsável pelas ilustrações litografadas nos dez primeiros números deste periódico, para o qual cria os personagens Dr. Semana, Negrinha e Moleque. Em 1863, funda a primeira escola de xilogravura do país nas dependências do Instituto Artístico, que passa a chamar-se Imperial Instituto Artístico. Nas páginas da Semana Ilustrada, começa a publicação de suplementos sobre a Guerra do Paraguai, em 1864. Em 1876 suspende a publicação da revista e lança outro periódico, Ilustração Brasileira, editado até 1878, data em que, por motivos financeiros e de saúde, abandona a direção do Imperial Instituto Artístico. Dois anos depois lança a revista Nova Semana Ilustrada.

Análise

Artista de origem alemã, Fleiuss freqüenta curso de belas-artes, em Colônia e em Düsseldorf, e de ciências naturais, em Munique. Vem para o Brasil em 1858, por sugestão do naturalista Carl Friedrich Phillipp von Martius (1794 - 1868), acompanhado por seu irmão, o pintor e litógrafo Carlos Fleiuss, e pelo pintor e gravador Karl Linde. Em 1860, no Rio de Janeiro, eles fundam uma oficina de artes denominada Instituto Artístico, com a proposta de realizar pinturas, aquarelas, daguerreótipos e fotografias. O Instituto Artístico, em 1863, passa a se chamar Imperial Instituto Artístico, em decorrência do título honorífico concedido pelo imperador Dom Pedro II (1825 - 1891). Com a aquisição de uma tipografia, começa a imprimir mapas e catálogos de exposição.

Os artistas iniciam em 1860 a publicação da Semana Ilustrada, que alcança em pouco tempo imensa popularidade. É o primeiro periódico ilustrado humorístico que tem uma existência duradoura no país, até fins de 1876, quando Fleiuss o substitui pela revista Ilustração Brasileira, veiculada até 1878. Quase todas as ilustrações são realizadas por ele, mas conta com a participação de outros artistas, como Flumen Junius (19-? - 1905) e Aurélio de Figueiredo (1854 - 1916) e, por algum tempo, com a de Angelo Agostini (1843 - 1910). Os textos são escritos por Castro Alves (1847 - 1871) e Quintino Bocaiúva (1836 - 1912), entre outros.

Vários personagens são criados por Fleiuss, como o Dr. Semana, a Negrinha e o Moleque. O Dr. Semana, um tipo atarracado, com a cabeça grande e quase sempre de lápis em riste, comenta os assuntos correntes. No frontispício da revista, há uma lanterna mágica onde se estampa a divisa: Ridendo castigat mores (Rindo castigam-se os costumes). Na Semana Ilustrada, de forma bem-humorada, encontra-se uma sátira à sociedade, à moda, a cenas domésticas e de rua, aos acontecimentos políticos e à administração da cidade. Durante a Guerra do Paraguai, são apresentados retratos dos heróis do combate e diversas ilustrações do conflito, realizadas mediante croquis remetidos do campo de combate por Von Hoonholtz, o barão de Tefé (1837 - 1931), e outros. O periódico posiciona-se a favor da abolição da escravidão, principalmente fazendo a divulgação da Lei do Ventre Livre, de 1871.

Fleiuss realiza diversas aquarelas de valor histórico e artístico, como o esboço do Encerramento da Assembléia Geral (1859) e um quadro em que mostra um amplo panorama do Rio de Janeiro. O artista destaca-se por sua importante atuação no desenvolvimento da sátira e da caricatura e no aperfeiçoamento das artes gráficas no país.

Obras 1

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Exposições 1

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Fontes de pesquisa 17

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ANDRADE, Joaquim Marçal Ferreira de. História da fotorreportagem no Brasil: a fotografia na imprensa do Rio de Janeiro de 1839 a 1900. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. 281p. il. p&b.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
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  • FLEIUSS, Max. Centenário de Henrique Fleiuss. Rio de Janeiro : Imprensa nacional, 1923. 21 p.
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • LAGO, Pedro Corrêa do. Caricaturistas brasileiros: 1836-1999. Rio de Janeiro: Sextante Artes, 1999.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil I. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963.
  • MORALES DE LOS RIOS FILHO, Adolfo. O ensino artístico: subsídio para a sua história, 1816-1889. Rio de Janeiro: [s.n.], [1938?].
  • RUBENS, Carlos. Pequena história das artes plásticas no Brasil. São Paulo: Editora Nacional, 1941. (Brasiliana. Série 5ª: biblioteca pedagógica brasileira, 198).
  • SODRÉ, Nelson Werneck. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Civilização Brasileira, 1966. 583p.
  • TAUNAY, Visconde de. Estrangeiros illustres e prestimosos. Revista do Instituto Histórico e Geographico Brasileiro, Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, v. 58, p. 225-248, 1895.
  • VIANA, Ernesto da Cunha de Araujo. Das artes plásticas no Brasil em geral e na cidade do Rio de Janeiro em particular: curso, em cinco licções, professado no Instituto Histórico e Geographico Brasileiro. Revista do Instituto Histórico e Geographico Brasileiro, Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, v. 78, p. 507-608, 1916.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

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