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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Jorge Margalho

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 06.03.2024
1963 Brasil / Pará / Abaetetuba
Jorge Luis Margalho Matos (Abaetetuba, Pará, 1963). Artista plástico, fotógrafo. É por meio da arte, sobretudo pela produção em pintura, que se dedica a pensar a memória, história e cultura do território paraense. 

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Jorge Luis Margalho Matos (Abaetetuba, Pará, 1963). Artista plástico, fotógrafo. É por meio da arte, sobretudo pela produção em pintura, que se dedica a pensar a memória, história e cultura do território paraense. 

Autodidata, inicia sua produção pictórica em 1986, ao investigar a relação entre a tela e a moldura, buscando criar relações geométricas entre os elementos. Suas experimentações com objetos lúdicos durante a infância o levam a utilizar a figura de maneira não ilustrativa, muitas vezes gerando um estranhamento formal. Margalho estabelece relações de afinidade entre as suas pinturas, que ganham aspecto objetual ao longo de sua trajetória, proporcionando a percepção de conexões a quem as vê.

Em 1991, com a criação da Fundação Curro Velho, em Belém, Pará, Margalho é chamado para realizar oficinas de pintura, teatro e cinema, o que o leva a trabalhar cada vez mais com essas diversas práticas. A partir dessas experiências, estabelece laços com a Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (UFPA) e com o Núcleo de Teatro e Dança da Universidade da Amazônia (Unama). Nos anos 2000, dedica-se a criar a cenografia de alguns filmes como Festa das raças (2002), A descoberta da Amazônia pelos turcos encantados (2005) e Origem dos nomes (2005).

Ao longo de sua carreira, participa de inúmeras edições do Salão Arte Pará, como artista convidado, premiado e curador, tornando-se reconhecido no meio artístico. A obra Verde-água-verde (1988), escultura em alumínio que representa uma onça, marca sua primeira aparição no Salão Arte Pará, em 1988. Ganha seu primeiro prêmio no Salão em 1991, com o conjunto de obras: Queimadas, Aldeia dos Pintadinhos e Cobra, todas de 1991. A pesquisa de Margalho ganha visibilidade nacional com a participação na exposição Panorama de Arte Brasileira 1995, realizada pelo Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP) e também exibida no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ). O artista apresenta um conjunto de três trabalhos: Procissão, Poros e Garimpo. Produzidas em 1995, as obras são assemblages com materiais como vidro, alumínio, cordas, objetos industriais, mercúrio, esmaltes e borracha sintética, aludindo aos ciclos econômicos do Pará.

Para o curador Ivo Mesquita (1951), é possível falar num imaginário da Amazônia a partir das obras do fotógrafo Luiz Braga (1956), do artista Emmanuel Nassar (1949), do escritor Milton Hatoum (1952) e de Jorge Margalho. Mesquita defende, em ensaio publicado no catálogo da mostra Panorama da Arte Brasileira 1995, que a qualidade deste imaginário é que ele não está a serviço de apropriações ideológicas geradas pelo provincianismo cultural, pois existe como uma manifestação aguda de uma condição de existência em uma paisagem específica, dotada de luz própria. Em sua forma abstrata, as assemblages do artista, feitas com os materiais que causaram a falência de um projeto desenvolvimentista no Norte do Brasil, expressam, segundo o curador, o sentimento universal da vontade de arte.

Em 2006, exibe na Sala Quilombola do Salão Arte Pará a instalação Porta-corpo (2006), assinando com uma de várias grafias que já adotou como nome artístico, Margalho Açu. A obra é uma espécie de moradia portátil, levemente elevada do chão, com acesso por duas tábuas de madeira, que pode conter um único corpo devido às dimensões diminutas. Em 2009, o trabalho é exposto no Fórum Social Mundial como síntese das problemáticas sociais de moradia e do direito de ir e vir.

Em 2013, por edital do Banco da Amazônia, faz a curadoria da mostra Memória do Soldado de Borracha, do pintor Paulo Sampaio (1923-2014), sendo convidado, no ano seguinte, para curar a exposição paralela à 13ª edição do Salão Arte Pará, em homenagem a Sampaio, falecido no mesmo ano. No Salão Arte Pará 2019, Margalho é artista convidado com a instalação Imbiricica em chamas – uma trama de varas amarradas com cipó que, uma vez aglomeradas, são soltas no rio –, que passa a integrar a Coleção Amazoniana de Artes da UFPA, inicialmente estabelecida com doações daquela edição do Salão.

A produção de Jorge Margalho retrata um imaginário amazônico, estabelecendo diálogos entre os ciclos econômicos e os embates ambientais da região onde vive, além de referenciar os debates sociais do país. O artista circula habilmente entre as linguagens da pintura, da escultura e da instalação.

Exposições 13

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