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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

José Damasceno

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 19.11.2024
28.11.1968 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Wilton Montenegro

Cinemagma, 2000
José Damasceno
Estopa, vidro e cadeira

José Damasceno Albues Júnior (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1968). Escultor. Destaca-se por empregar objetos comuns de modo inesperado em suas criações e por produzir no espectador uma sensação física e vivencial, por meio do contato com a obra artística.

Texto

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José Damasceno Albues Júnior (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1968). Escultor. Destaca-se por empregar objetos comuns de modo inesperado em suas criações e por produzir no espectador uma sensação física e vivencial, por meio do contato com a obra artística.

Estuda arquitetura na Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, sem concluir o curso. No começo da década de 1990, volta-se para as artes plásticas. Segundo o historiador da arte Agnaldo Farias (1955), Damasceno trabalha com o espaço da representação como uma dimensão móvel e constantemente provoca a alteração da percepção acerca desse espaço. Seus trabalhos se ligam, dessa forma, à obra de artistas como Sérgio Camargo (1930-1990), Lygia Clark (1920-1988) e Hélio Oiticica (1937-1980).

Recebe o Prêmio Cidade, no 14º Salão de Arte de Ribeirão Preto, São Paulo, em 1989, e o prêmio aquisição do 13º Salão Nacional de Artes Plásticas, na Fundação Nacional de Artes (Funarte), em 1993. Nesse ano, realiza sua primeira instalação, Método para arranque e deslocamento, na Galeria Sérgio Porto, no Rio de Janeiro. 

O artista cria objetos e instalações em que explora os limites da forma escultórica, utilizando materiais industriais, como a estopa, a madeira, o concreto e o alumínio. Sua poética envolve questões de superfície e profundidade, de solidez e gravidade. Frequentemente utiliza objetos corriqueiros (como lápis e cigarros) de modo inovador em suas obras. Para a crítica de arte Ligia Canongia, o principal ponto de interesse do artista é o das relações mentais que podem ser estabelecidas entre a ideia e a possibilidade de constituição formal de um objeto. 

Em 1995, recebe o Prêmio Unesco Pour la Promotion des Arts, em Paris, e o Price Waterhouse na mostra Panorama da Arte Brasileira, do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP)

Na instalação Cinemagma (2000), o escultor cria labirintos com pequenos tijolos quadrados de mármore e amontoa no chão do espaço expositivo grande quantidade de estopas. No meio do monte, coloca uma porta aberta que permite entrever alguns frascos de vidro. Nas paredes da galeria, apresenta desenhos presos com pregos e elásticos. O trabalho, segundo o próprio artista, pode ser entendido como uma crítica a tudo aquilo que faz pensar de maneira rígida, a formas de pensamento com estruturas definidas.

A partir de 2000, sua obra alcança grande destaque também no exterior. Em produção recente, o artista realiza séries de esculturas cuja disposição se relaciona diretamente com o espaço expositivo, como em

Durante o caminho vertical (2001). Participa, entre outras, da 25ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2002, com a instalação Trilha sonora, e da 51ª Bienal de Veneza, em 2005, com a instalação O final do eclipse.

O trabalho de José Damasceno provoca o espectador e o faz refletir sobre os limites da obra de arte.

Obras 14

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Reprodução fotográfica Eduardo Ortega

A Carta

Colagem sobre pvc
Reprodução fotográfica Eduardo Ortega

A Carta

Colagem sobre pvc
Reprodução fotográfica Vicente de Mello

Árvore Numérica

Madeira, acrílico e bolas de sinuca
Reprodução fotográfica Wilton Montenegro

Cinemagma

Estopa, vidro e cadeira

Espetáculos 1

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Exposições 198

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Mídias (1)

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José Damasceno - Enciclopédia Itaú Cultural
Para José Damasceno, a arte deve estabelecer contato com o desconhecido: “O não saber faz parte do conhecimento”, diz. “Você está diante de uma situação sobre a qual tem de pensar. Assim, tem início um processo de interesse e diálogo com a obra”, acredita. Em suas instalações, isso se materializa em montagens com objetos usados na construção de ambientes em que ganham novos significados, como na 23ª edição da Bienal de São Paulo, onde ele cria uma sequência de pregos na parede, nos quais encaixa martelos, formando uma paisagem. No centro da sala, cadeiras se agrupam de maneira caótica; enquanto, no chão, espalham-se recortes de revista em forma de pegadas. “O martelo produz som, e as linhas reproduzem um gráfico sonoro”, compara. “O auditório está sempre organizado como palco italiano e, aqui, temos supostamente muitos pontos de vista.” Sobre as pegadas, diz: “aí é o seguinte, passo a passo a gente vai aprendendo”.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 10

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  • ANTARCTICA ARTES COM A FOLHA (1996 : São Paulo, SP). Antarctica Artes com a Folha. Curadoria Stella Teixeira de Barros et al. São Paulo, SP: Cosac Naify, 1998.
  • BOUSSO, Vitoria Daniela. José Damasceno. INTERVALOS: evento paralelo à documenta de Kassel. Curadoria Vitória Daniela Bousso; tradução Izabel Murat Burbridge. São Paulo: Paço das Artes, 1997.
  • ESCULTURA carioca. Apres. Lauro Cavalcanti. Textos de Ligia Canongia e Fernando Cocchiarale. Rio de Janeiro: Paço Imperial, 1994. n. p.
  • GALERIA MILLAN. [Página do artista José Damasceno]. Disponível em: https://millan.art/artistas/jose-damasceno/. Acesso em: 15 jan. 2024.
  • MATERIAL immaterial. Textos de Benjamin Genocchio, Lisette Lagnado, Anthony Bond. Sydney: The Art Gallery of New South Wales, 1997.
  • MATERIAL, immaterial. Sydney: Art Gallery of New South Wales, 1994. 709.81 M425
  • PANORAMA DA ARTE BRASILEIRA. São Paulo: MAM, 1995. SPpab 1995
  • PANORAMA da Arte Brasileira, 1995. Curadoria Ivo Mesquita. São Paulo: MAM, 1995. Catálogo de exposição.
  • SITUAÇÕES transitivas. Rio de Janeiro: Joel Edelstein Arte Contemporânea, 1995. RJje 1995/s
  • SITUAÇÕES transitivas. Texto de Fernando Cocchiarale. Rio de Janeiro: Joel Edelstein Arte Contemporânea, 1995/1996. n. p.

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