Emílio Di Biasi
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Retrato de Emílio Di Biasi
Emílio Di Biasi
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo
Texto
Biografia
Costabile Emílio Di Biasi (São Paulo, São Paulo, 1939 - idem, 2020). Ator e diretor. Figura de destaque quer no campo da interpretação quanto da direção, um dos fundadores do Grupo Decisão.
Após algumas experiências amadoras, estréia em José, do Parto à Sepultura, texto de Augusto Boal dirigido por Antônio Abujamra para o Teatro Oficina, em 1961. Ele e Antônio Abujamra juntam-se a Antônio Ghigonetto, Berta Zemel, Wolney de Assis e Lauro César Muniz, e fundam o Grupo Decisão, com a montagem de Sorocaba, Senhor, adaptação de Fuenteovejuna, de Lope de Veja, em 1963, primeira de uma série de significativas realizações do conjunto.
Com o Decisão, Emílio destaca-se em O Inoportuno, de Harold Pinter, com direção de Antônio Abujamra, em 1964; no mesmo ano, como o protagonista de O Patinho Torto, comédia satírica de Coelho Neto, dirigido por Antônio Ghigonetto; e como Orestes, em Electra, de Sófocles, ao lado de Glauce Rocha, em 1965, também sob o comando de Abujamra.
Estagia em 1965, no Piccolo Teatro di Milano, com Giorgio Strehler, na Itália; no Berliner Ensemble, na Alemanha; e no Royal Court, de Londres, retornando ao país em 1966. No ano seguinte, atua em O Olho Azul da Falecida, de Joe Orton, direção de Maurice Vaneau; e em Os Inconfidentes, roteiro e direção de Flávio Rangel.
Faz sua primeira direção em 1968, com Cordélia Brasil, de Antônio Bivar, montagem que eleva Norma Bengell como protagonista, causando alvoroço pela temática e repercussão. Em sua carreira de diretor, destaca-se ainda com A Massagem, de Mauro Rasi, 1972; A Morta, de Oswald de Andrade, 1973; Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, 1974; Tio Vania, de Anton Tchekhov, 1975; A Moratória, de Jorge Andrade, 1976; Caixa de Sombras, de Michael Cristofer, que lhe vale o Prêmio Governador do Estado de melhor diretor, 1978; e Direita Volver, de Lauro César Muniz, 1985.
Em 1987, lança-se numa experiência ousada, criando um espetáculo baseado nas teorias teatrais de Bob Wilson, denominado A Vida de Carlos e Carlos, obtendo prestígio da crítica. Em 1998 dirige os Parlapatões, Patifes & Paspalhões em ppp@WllmShkspr.br, engraçadíssima síntese de textos shakespearianos, arrebatando o público, e recebendo o Prêmio Apetesp de melhor direção.
Emílio se interessa por diferentes formatos dramatúrgicos, imprimindo rigor e rendimento às realizações. Alguns trabalhos fora do circuito tradicional alcançam ressonância: Prometeu Acorrentado, de Ésquilo, com os alunos da Escola de Arte Dramática (EAD), 1969; Ninguém Telefonou, baseado em improvisações, com alunos do Teatro Escola Macunaíma, 1980; no mesmo ano, Auto do Burro de Belém, de Chico de Assis, com detentos da Penitenciária do Estado de São Paulo, num projeto social capitaneado por Ruth Escobar. Para o Teatro Guaíra de Curitiba, encena o balé O Grande Circo Místico, de Naum Alves de Souza e música de Chico Buarque e Edu Lobo.
Ainda como ator trabalha em Os Convalescentes, de José Vicente, direção de Gilda Grillo em 1970; Hamletto, de Giovanni Testori, dirigido por Abujamra, 1982; Cais Oeste, de Bernard-Marie Koltès, direção de Marcelo Marchioro, 1989; O Natal de Harry, de Lee Blessing, 1995, e Um Passeio no Bosque, de Lee Blessing, 1999, ambos dirigidos por ele próprio. Por este último ganha o Prêmio Shell de melhor ator.
No cinema participa de três filmes de Carlos Reichenbach: Filme Demência e Anjos do Arrabalde, ambos de 1985; e Alma Corsária, 1993. Para a TV Globo co-dirige algumas novelas de sucesso, como Renascer, 1993, e O Rei do Gado, 1996, ambas de Benedito Rui Barbosa; Anjo Mau, de Maria Adelaide Amaral, 1997, e Os Maias, adaptação de Maria Adelaide da obra de Eça de Queiroz, 2001. Paralelamente, torna-se um dos melhores preparadores de elencos da TV Globo, concorrendo para garantir resultados nas produções ligadas à teledramaturgia.
Segundo o crítico Yan Michalski: "Homem de teatro empenhado, culto e inquieto, Emílio Di Biasi vem construindo uma carreira marcada pelo rigor das suas escolhas, sempre em busca da qualidade e da renovação".1
Notas
1. MICHALSKI, Yan. Emílio Di Biasi . In: __________. PEQUENA Enciclopédia do teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.
Obras 1
Espetáculos 68
Fontes de pesquisa 14
- ALBUQUERQUE, Johana. Emílio Di Biasi (ficha curricular) In: ___________. ENCICLOPÉDIA do Teatro Brasileiro Contemporâneo. material elaborado em projeto de pesquisa para a Fundação VITAE. São Paulo, 2000.
- ANUÁRIO de teatro 1994. São Paulo: Centro Cultural São Paulo, 1996. R792.0981 A636t 1994
- BIASI, Emilio Di. (currículum vitae). Cronologia das atividades realizadas ao longo da carreira profissional .Rio de Janeiro, 2001.
- Comédia no Paiol! Direita, Volver! De Lauro César Muniz. Palco e Platéia, São Paulo, ano 0, julho de 1985. Não catalogado
- EICHBAUER, Hélio. [Currículo]. Enviado pelo artista em: 24 abr. 2011. Não catalogado
- JOSÉ, do Parto à Sepultura. São Paulo: Teatro Oficina Uzyna Uzona, [1961]. 1 programa do espetáculo realizado no Teatro Oficina.
- MICHALSKI, Yan. Emílio Di Biasi. In: __________. PEQUENA Enciclopédia do teatro Brasileiro Contemporâneo. Material inédito, elaborado em projeto para o CNPq. Rio de Janeiro, 1989.
- Programa do Espetáculo - Boca Molhada de Paixão Calada - 1984. Não catalogado
- Programa do Espetáculo - Caixa de Sombras - 1978. Não catalogado
- Programa do Espetáculo - Direita Volver - 1985. Não Catalogado
- Programa do Espetáculo - Dois Perdidos Numa Noite Suja - 1992. Não Catalogado
- Programa do Espetáculo - O Acidente - 2000. Não Catalogado
- Programa do Espetáculo - O Hamlet - 1982. Não catalogado
- Programa do espetáculo -Cinema Éden - 2005. Não catalogado
Como citar
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EMÍLIO Di Biasi.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa207695/emilio-di-biasi. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7