Vera Martins
![Sem Título, 1996 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/013302025729.jpg)
Sem Título, 1996
Vera Martins
Tela desfiada sobre estrutura de madeira
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo (SP)
Texto
Biografia
Vera Martins (São Paulo SP 1962). Artista visual. Frequenta o curso Trabalhar com Materiais Usados - Escultura, Objeto Encontrado, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP em 1989. No ano seguinte, participa de workshops com Iole de Freitas, Dudi Maia Rosa e Carlos Fajardo. Coordena as oficinas Escultura com Sucata, Arte e Ilustração Publicitária e Introdução à Arte Publicitária, na Oficina Cultural Amácio Mazzaropi, entre 1990 e 1991. Neste mesmo ano, cursa desenho de observação com Carlos Fajardo e faz workshop com Antonio Dias; também participa do 18º Salão de Arte Jovem CCBEU, em Santos. Em 1996, leciona pintura no Museu Brasileiro de Escultura - MuBE, em São Paulo, e participa das coletivas Avesso do Avesso, em São Paulo, e O único, O mesmo, O A-Fundamento, na mesma cidade. Em 2000, é contemplada com a Bolsa Vitae, concedida pela Fundação Vitae, e integra as mostras coletivas Os Anjos estão de Volta e Ars Erótica: sexo na arte brasileira, ambas na capital paulista. No ano seguinte, coordena oficinas com pacientes do Hospital Psiquiátrico Pinel, além de realizar a exposição individual Desmaterializando o Suporte da Pintura, na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo. Um ano depois, volta a expor individualmente com Claustro e, em 2007, com Galeria 1500mts.
Comentário crítico
No início da década de 1990, Vera Martins desenvolve uma série de relevos sobre lona, tomando o quadrado como base para seus exercícios compositivos e construtivos, sempre conjugados a um cromatismo opaco e sóbrio. Tais trabalhos têm sua origem nas visitas feitas pela artista ao cemitério da Freguesia do Ó, bairro localizado na região norte da cidade de São Paulo. Destas visitas, Vera Martins incorpora a observação atenta das gavetas funerárias e sua regularidade geométrica, registradas em numerosas fotografias, além do tom lúgubre das emoções ali captadas. Valendo-se de lonas, tecidos, têmpera, a artista constrói sua poética fundindo temática fúnebre e estrutura matérica: suas formas geométricas impregnadas de pigmentos de tonalidades oxidadas conduzem a um sentimento de angústia, a opacidade cromática saturada das telas alude a certa obscuridade tumular e o peso dos tons fechados carrega a evocação de ausências. Desse modo, a artista busca formalizar plasticamente questões ligadas aos sentimentos de solidão, incomunicabilidade, religião, sexo. Como observa o crítico Tadeu Chiarelli, a dificuldade auto-imposta pela artista é a de alimentar seu próprio trabalho com tais questões - sentimentos de solidão, impulsos sexuais reprimidos, morte, etc. - sem, no entanto, abdicar da possibilidade de exploração dos elementos próprios das modalidades artísticas tradicionais, sobretudo aqueles ligados à pintura e ao próprio desenho. Seguindo as lições de artistas brasileiros mais velhos, como Amilcar de Castro e Mira Schendel, Vera Martins compreende ser perfeitamente possível interpretar qualquer sentimento existente no mundo por meio da operação do plano e da linha.
Obras 10
Sem Título
Sem Tìtulo
Sem Título
Sem Título
Sem Título
Exposições 46
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 10
- ARTE brasileira contemporânea: doações recentes/ 96. São Paulo: MAM, 1996.
- BIENAL NACIONAL DE SANTOS, 5., 1995, Santos, SP. 5ª Bienal Nacional de Santos: artes visuais. Santos: Prefeitura Municipal, 1995.
- CURTI, Ana Helena (coord.). Poéticas Paulistanas: módulo I. Curadoria Marcelo Araújo, Marcos Moraes, Maria Izabel Branco Ribeiro. São Paulo: Espaço Cultural Citibank, 1994.
- ESPELHOS e sombras. Curadoria Aracy Amaral; tradução William T. Shelton, Noemi Jaffe Cartum. São Paulo: MAM, 1994.
- IN extremis: Eliane Duarte, Fábio de Bittencourt, Marta Strambi, Ronaldo Macedo, Vera Martins e Walter Guerra. Texto Vitória Daniela Bousso; traducao Lucrécia Mendonça; curadoria Vitória Daniela Bousso; projeto gráfico Marta Strambi; fotografia Mauricius Farina, Romulo Fialdini. Campinas: MAC - José Pancetti, 1994. [12 p.], il. color.
- MARTINS, Vera. Claustro, 2002. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2002.
- MARTINS, Vera. Pinturas e objetos. São Paulo: Valu Oria Galeria de Arte, 1998.
- MILLIET, Maria Alice (org.). O orgânico em colapso. Curadoria Maria Alice Milliet; texto Maria Alice Milliet; projeto gráfico Carlo Zuffellato, Paulo Humberto de Almeida; versão em inglês Izabel Murat Burbridge. São Paulo: Valu Oria Galeria de Arte, 2002. 40 p., il. p&b color.
- SALÃO BRASILEIRO DE ARTE, 7., 1992, SÃO PAULO SP. 7º Salão Brasileiro de Arte. Tradução Manabu Yamashita, Ivna Maia Porto. São Paulo: Fundação Mokiti Okada M.O.A., 1992.
- VERA Martins, Zina Graziano. São Paulo: Espaço Cultural Banco Central do Brasil, 1991. , il., p&b.
Como citar
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VERA Martins.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa17854/vera-martins. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7