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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Joubert de Carvalho

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 10.02.2021
06.03.1900 Brasil / Minas Gerais / Uberaba
20.09.1977 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Correio da Manhã/Acervo Arquivo Nacional

Joubert de Carvalho, 1959

Joubert Gontijo de Carvalho (Uberaba, Minas Gerais, 1900 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 1977). Compositor e médico. Joubert de Carvalho caracteriza-se por sua versatilidade para produzir composições de diferentes estilos musicais (da valsa ao cateretê) e canções de sucesso.   

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Joubert Gontijo de Carvalho (Uberaba, Minas Gerais, 1900 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 1977). Compositor e médico. Joubert de Carvalho caracteriza-se por sua versatilidade para produzir composições de diferentes estilos musicais (da valsa ao cateretê) e canções de sucesso.   

Desde criança toca piano e se interessa pelas bandas locais. Em 1913, muda-se com a família para São Paulo, onde tem aulas de música com sua tia, a pianista e compositora Dinorah de Carvalho (1905-1980). Em 1920, influenciado pelo pai, vai para o Rio de Janeiro cursar a faculdade de medicina, e forma-se em 1925, com a tese Sopros Musicais do Coração.  

Apesar da formação educacional formal, Joubert de Carvalho não estuda música de maneira regular. Suas composições obedecem à intuição presente nos músicos populares, que o próprio compositor identifica como "escutar o ouvido interno". Acompanhado desse tipo de experiência intuitiva, cria vários sucessos, como o foxtrote “Príncipe”, gravado em 1922 pela Orquestra Augusto Lima. De relativo sucesso no Brasil, ele é musicado em francês, apresentado em Paris e circula em diversos países da Europa. Também compõe tangos, como “Agonia”, gravado em 1926, por Pedro Celestino.  

As criações que recebem mais reconhecimento do público e da crítica são as identificadas com os chamados "gêneros nacionais". Com o poeta Olegário Mariano (1889-1958), Joubert de Carvalho forma uma inventiva dupla e compõe uma série de canções de gênero sertanejo, entre elas “Cai, Cai Balão” (1929), “Tutu Marambá” (1929), “Zíngara” e “De Papo pro Ar” (ambas de 1931). Essas canções integram definitivamente o imaginário sonoro brasileiro, chegando algumas vezes a serem confundidas com o folclore. A música “De Papo pro Ar” é gravada, em diferentes momentos, por diversos intérpretes, como Inezita Barroso (1925-2015), Ney Matogrosso (1941) e Maria Bethânia (1946).

Porém, seu maior êxito da carreira é a brejeira e animada marchinha carnavalesca “Pra Você Gostar de Mim” (1930), composta especialmente para Carmen Miranda (1909-1955) antes de a cantora ser famosa. A canção fica conhecida popularmente como Taí, já que a letra da canção inicia com "Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim". A música é um dos maiores sucessos da época, vende aproximadamente 40 mil cópias e se torna uma referência de marchinha, sendo uma das canções mais executadas no Carnaval. 

A toada “Maringá”, gravada pelo cantor Gastão Formenti (1894-1974) em 1932,  envolve uma história curiosa. Ambicionando um posto de médico no Instituto dos Marítimos, o compositor recebe a recomendação de fazer uma música com o objetivo de agradar o poeta e político paraibano José Américo de Almeida (1887-1980), bastante influente na época. Carvalho, então, compõe a canção que conta a história da migrante paraibana que foge da seca Maria do Ingá. A fusão dos nomes, Maringá, batiza a canção, que fica famosa e acaba influenciando na decisão do nome de uma cidade no norte do Paraná. Em 1933, Carvalho é nomeado médico do Instituto, cargo que exerce até sua aposentadoria.

A produção do Carvalho cresce consistentemente até o fim da década de 1940. Suas canções “Em Pleno Luar” e “Maria, Maria” (ambas de 1940) são gravadas por Orlando Silva (1915-1978), enquanto “Minha Casa” e “Nunca Soubeste Amar” (ambas de 1946) são gravadas por Sílvio Caldas (1908-1988), dois famosos intérpretes na época. Nos anos 1950, Joubert de Carvalho torna-se membro e diretor da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (Sbacem) e membro do Conselho Federal da Ordem dos Músicos. 

Participa, em 1969, do 4º Festival Internacional da Canção (FIC), com “Fragrância”, em parceria com o compositor Mário Rossi (1911-1981), interpretada pelo cantor Francisco Petrônio (1923-2007). Em 1970, a canção “A Flor e a Vida” vence o 2° Festival da Seresta na voz de Antônio João. Carvalho a registra em piano em gravação de 1971 para o fascículo História da MPB, da Editora Abril.

Joubert de Carvalho compõe centenas de canções ao longo de sua vida, contribuindo com um vasto acervo para o cancioneiro popular brasileiro. Muitas delas, imortalizadas nas vozes de intérpretes famosos, são bastante conhecidas do público brasileiro.

Obras 3

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Espetáculos 1

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Fontes de pesquisa 6

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  • ALENCAR, Edgar de. Carnaval carioca através da música. Rio de Janeiro: Francisco Alves, Brasília: INL, 5ª ed, 1985.
  • CARVALHO, Joubert. A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes. CD, direção de J.C. Botezelli, SESC/SP. Gravação original do Programa Ensaio, Fundação Padre Anchieta, direção de Fernando Faro, 1991.
  • CARVALHO, Joubert. História da música popular brasileira. São Paulo: Abril Cultural, 1971.
  • MARCONDES, Marcos Antônio. (Ed.). Enciclopédia da Música Popular Brasileira: erudita, folclórica e popular. São Paulo: Art Editora,1977. 2 v.
  • MARIZ, Vasco. História da música no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
  • RANKING inédito do Ecad mostra as canções interpretadas por Carmen Miranda. Ecad, 5 ago. 2015. Disponível em: https://www3.ecad.org.br/em-pauta/Paginas/Ranking-inedito-do-Ecad-mostra-as-cancoes-interpretadas-por-Carmen-Miranda-.aspx. Acesso em: 13 jun. 2020.

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