Waltercio Caldas
![Sem Título, 2002 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/012580001019.jpg)
Sem Título, 2002
Waltercio Caldas
Esmalte sobre aço inoxidável
Texto
Waltercio Caldas Júnior (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1946). Escultor, desenhista, artista gráfico, cenógrafo. Destaca-se pela produção eclética e original realizada em suportes distintos (desenhos, gravuras, cenografias, esculturas, figurinos).
No início dos anos 1960, Waltércio Caldas se interessa pela arte e passa a frequentar exposições no Rio de Janeiro. Em 1964, estuda pintura com Ivan Serpa (1923-1973) no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro. O dia a dia das aulas e as visitas ao acervo do museu o aproximam da produção moderna e contemporânea. Em 1967, começa a trabalhar como desenhista técnico e diagramador da Eletrobrás e participa de sua primeira exposição coletiva profissional, na Galeria Gead. Na época desenha e faz maquetes de projetos arquitetônicos improváveis.
Em 1969, realiza Condutores de Percepção, trabalho-chave em sua carreira. Com ele, inicia uma série de obras feitas a partir da inserção de objetos rotineiros em estojos bem-cuidados com o nome do trabalho, elemento definidor da obra, inscrito em uma plaqueta. Essas obras são montadas em sua primeira exposição individual, realizada em 1973 no MAM do Rio de Janeiro, com ótima repercussão. Segundo o crítico de arte Ronaldo Brito (1949), as obras expostas são "muito menos objeto de contemplação do que uma forma ativa de veicular um pensamento, de produzir uma crise nos hábitos mentais do espectador"1.
Entre 1969 e 1975, cria desenhos, objetos e fotografias de caráter conceitual. Durante a década de 1970, leciona no Instituto Villa-Lobos, no Rio de Janeiro. Também atua como coeditor da revista Malasartes e integra a comissão de Planejamento Cultural do MAM/RJ. Participa igualmente da publicação A Parte do Fogo e publica o artigo "O Boom, o Pós-Boom, o Dis-Boom", no jornal Opinião, em coautoria com Carlos Zilio (1944), Ronaldo Brito (1949) e José Resende (1945).
Em 1975, realiza a exposição individual A Natureza dos Jogos, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), apresentando cem obras, entre desenhos, objetos e fotografias. Três anos mais tarde, realiza esculturas como Convite ao Raciocínio e Objeto de Aço. Nessa época, cria obras que comentam trabalhos de nomes consagrados da história da arte. Realiza Experiência Mondrian e Talco sobre Livro Ilustrado de Henri Matisse. Este último trabalho dá início a outras obras feitas com base em livros, como Aparelhos (1979), Manual de Ciência Popular (1982) e Velázquez (1996).
Em 1979, a produção de Waltércio Caldas é analisada no livro Aparelhos, com ensaio de Ronaldo Brito, e, em 1982, no Manual da Ciência Popular, publicado na série Arte Brasileira Contemporânea, pela Funarte.
A partir da década de 1980, o artista cria um maior número de instalações. Em 1980, realiza Ping Pong, e 0 É Um. Três anos depois, expõe A Velocidade na 17ª Bienal Internacional de São Paulo. Ao mesmo tempo, trabalha em uma série de esculturas, modalidade a que se dedica na segunda metade da década. Faz vídeos, desenhos e intervenções quase invisíveis no espaço; a atividade principal, entrentanto, é a escultura.
Em 1986, o vídeo Apaga-te Sésamo, de Miguel Rio Branco (1946), enfoca a produção do artista. Em 1989, instala sua primeira escultura pública: O Jardim Instantâneo no Parque do Carmo, em São Paulo, e, cinco anos depois, produz outra peça em espaço aberto: Omkring, na Noruega.
Em 1993, recebe o Prêmio Mário Pedrosa, da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) pela mostra individual realizada no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), no Rio de Janeiro.
Em 1996, realiza no centro carioca o monumento Escultura para o Rio, no qual se evidencia a síntese de seu trabalho: a sutileza conceitual que o caracteriza aliada à capacidade de mobilização de espaço público. No mesmo ano, realiza a mostra individual Anotações 1969/1996, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, apresentando pela primeira vez seus cadernos de estudos.
Waltércio Caldas consagra-se como um artista plástico brasileiro premiado, reconhecido nacional e internacionalmente, autor de uma produção importante, consistente e desenvolvida em diferentes suportes desde os anos 1960.
Notas
1. BRITO, Ronaldo. Racional e absurdo. In: CALDAS, Waltercio. Waltercio Caldas: 1985-2000. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 2001.
Obras 24
Aparelho de Arte
As Sete Estrelas do Silêncio
B.....A
Circunferência com Espelho a 30º
Exposições 611
Mídias (1)
Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 38
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WALTERCIO Caldas.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
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