Miguel Rio Branco

Amaú, 1983
Miguel Rio Branco
Matriz-positivo
Texto
Miguel da Silva Paranhos do Rio Branco (Las Palmas de Gran Canaria, Espanha, 1946). Fotógrafo, diretor de fotografia, pintor. Conhecido por seu trabalho com a cor, o artista explora em suas fotos os contrastes cromáticos, a diluição dos contornos, os jogos de espelhamentos e as diversas texturas, criando atmosferas também por meio da luz. A passagem do tempo, a violência, a sensualidade e a morte são temas constantes.
Filho de diplomata, vive a infância e a adolescência entre Espanha, Portugal, Brasil, Suíça e Estados Unidos. Pintor autodidata, em 1964 expõe pela primeira vez numa galeria em Berna, Suíça. Em 1966, estuda no New York Institute of Photography [Instituto de Fotografia de Nova York] e, dois anos depois, na Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), no Rio de Janeiro. A partir da década de 1970, dedica-se ao cinema experimental e à fotografia.
Na série Maciel (1979), fotografa o Maciel, parte mais antiga do bairro do Pelourinho, em Salvador, Bahia, local bastante degradado e ligado à prostituição. Fotografa pessoas com rostos na penumbra, corpos marcados por cicatrizes e também se interessa por casas arruinadas pelo tempo. Capta o que resta de dignidade nas situações cotidianas do local, em ambientes cercados pela violência e pela solidão.
De 1969 a 1981, dirige filmes experimentais e trabalha como diretor de fotografia e cameraman para cineastas como Gilberto Loureiro (1947) e Júlio Bressane (1946). Paralelamente, atua como fotógrafo documental. Entre 1978 a 1982, é correspondente da Agência Magnum, em Paris, e se destaca pelo uso de cores saturadas em seus trabalhos. Nos anos 1980, realiza instalações audiovisuais, utilizando fotografia, pintura e cinema e expõe com frequência no Brasil e no exterior.
Em instalações criadas na década de 1990, exibe projeções fotográficas juntamente com recortes de jornais, cacos de espelhos ou retalhos de tecido. O espectador percorre assim um mundo em fragmentos, composto por imagens dramáticas. Utilizando recursos como transparências, justaposições, cortes e colagens, Miguel Rio Branco cria situações de continuidade e descontinuidade.
Recebe diversos prêmios, entre eles o Prêmio Kodak de Crítica Fotográfica, em 1982, a Bolsa de Artes da Fundação Vitae, em 1994, e o Prêmio Nacional de Fotografia da Fundação Nacional de Arte (Funarte), em 1995. É autor dos livros Dulce sudor amargo (1985), Nakta (1996), Silent Book (1997), Miguel Rio Branco (1998) e Entre os olhos, o deserto (2001).
Não apenas por transitar entre diferentes linguagens relacionadas à imagem, mas também por confrontá-las na composição de suas obras, Miguel Rio Branco é autor de uma produção que se situa no limite entre arte, fotografia e cinema.
Obras 28
Exposições 243
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 47
- A IMAGEM do som de Caetano Veloso: 80 composições de Caetano Veloso interpretadas por 80 artistas contemporâneos. Curadoria Felipe Taborda. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1998. 179 p., il. color. (A imagem do som, 1).
- ARTE Amazonas. Texto Alfons Hug, Nikolaus A. Nessler, Günter Metken; texto Reynaldo Roels Jr., Perdita von Kraft-Lottner, Ailton Krenak, Darcy Ribeiro, Maria Heloisa Fénelon Costa, Paulo Herkenhoff. Brasília: Goethe Institut, 1992. 224 p., il. color.
- ARTISTAS brasileiros na 5. Bienal de la Habana, 1994. Havana: Centro Wifredo Lam, 1994.
- AS DIMENSÕES da arte contemporânea: Coleção João Carlos de Figueiredo Ferraz. Texto Agnaldo Farias. Ribeirão Preto: MARP, 1998. 36 p., il. color.
- BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 24. , 1998, São Paulo, SP. Um e/entre outros/s. Curadoria Paulo Herkenhoff, Adriano Pedrosa. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1998.
- BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 24., 1998, São Paulo, SP. Representações nacionais. Curadoria Paulo Herkenhoff, Adriano Pedrosa. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1998.
- BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 24., 1998, São Paulo, SP. Roteiros. roteiros. roteiros. roteiros. roteiros. roteiros. roteiros. Curadoria Paulo Herkenhoff, Adriano Pedrosa. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo, 1998.
- BRASIL. Plural y singular. Curadoria Laura Buccellato, Clelia Taricco. Buenos Aires: MAMba, 2000.
- BRIL, Stefania. Imagens de vida-inferno. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 18 out. 1980. p. 15.
- COLEÇÃO Pirelli/MASP de Fotografias: v. 7. Versão em inglês Kevin M. Benson Mundy. São Paulo, SP: Masp, 1997.
- CONTEMPORARY brazilian photography: a selection of photographs from the collection of Joaquim Paiva. São Francisco: Center For the Arts Yerba Buena Gardens, 1994.
- DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
- DICTIONNAIRE mondial de la photographie: des origines à nos jours. Paris: Larousse, 1994. 735 p., il. p&b color.
- ENXERGANDO o planeta: Miguel Rio Branco. IrisFoto, São Paulo, ano 45, n. 451, p. 60, jan./fev. 1992. Edição de aniversário.
- FARIAS, Agnaldo. Arte brasileira hoje. São Paulo: Publifolha, 2002. (Folha explica, 40).
- FERNANDES JÚNIOR, Rubens. Labirinto e identidades: panorama da fotografia no Brasil [1946-1998]. São Paulo: Cosac & Naify, 2003.
- FOTOGRAFIA brasileira contemporânea: uma seleção de fotografias da coleção Joaquim Paiva. Rio de Janeiro: Centro Cultural Banco do Brasil, 1995. folha dobrada, il. p.b., color.
- I Prêmio Nacional de Fotografia. Tradução Julian Leites. Rio de Janeiro: Funarte, 1995. 20p., il. color.
- I Quadrienal de Fotografia. Curadoria Paulo Klein. São Paulo: MAM, 1985. 40 p. il. p.b.
- LIBERTINOS/LIBERTÁRIOS. Curadoria Paulo Herkenhoff; texto Márcio Souza, Adauto Novaes. Rio de Janeiro: Funarte, 1995. 28 p., il.
- LOBACHEFF, Georgia e BOFFA, Marcelo (Coord.). Fotógrafos e fotoartistas na Coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo: fotografia contemporânea brasileira. Curadoria Georgia Lobacheff. São Paulo: Espaço Porto Seguro de Fotografia, 1999.
- MIGUEL Rio Branco. Novidades Fotoptica, São Paulo, ano 15, n. 55, p. 11-15, jun. 1972.
- MORAIS, Frederico. Corpos e casas corroídos. In: ______. Chorei em Bruges: crônicas de amor a arte. Rio de Janeiro: Avenir, 1983. 105 p.
- MORAIS, Frederico. Na fotografia, o compromisso com a realidade: denúncia e documento social. O Globo, Rio de Janeiro, 23 out. 1978.
- MOSTRA DO REDESCOBRIMENTO, 2000, SÃO PAULO, SP. Arte contemporânea. Curadoria geral Nelson Aguilar; curadoria Nelson Aguilar, Franklin Espath Pedroso; tradução Arnaldo Marques, Ivone Castilho Benedetti, Izabel Murat Burbridge, Katica Szabó, John Norman. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo : Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000.
- MOSTRA de fotografia 5: fotógrafos mexicanos. Rio de Janeiro: Funarte, 1980.
- O ESPÍRITO da nossa época: coleção Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz. Curadoria Stella Teixeira de Barros, Ricardo Resende; versão em inglês Thomas William Nerney, Izabel Murat Burbridge. São Paulo: MAM, 2001.
- OLIVEIRA, Moracy R. de. Rio Branco, polêmico, instigante. Jornal da Tarde, São Paulo, 03 nov. 1980.
- OS ANJOS estão de volta. Curadoria Maria Lúcia Montes; tradução Maria Lúcia Montes. São Paulo: Pinacoteca do Estado, 2000.
- PAIVA, Joaquim (org.). Visões e alumbramentos: fotografia brasileira contemporânea na coleção Joaquim Paiva. Versão em inglês Katica Szabó, Laura Ferrari. São Paulo: BrasilConnects Cultura & Ecologia, 2002.
- PAIXÃO do olhar: instalação, pintura, fotografia e vídeo. Rio de Janeiro: MAM, 1993.
- PANORAMA da Arte Brasileira, 1995. Curadoria Ivo Mesquita. São Paulo: MAM, 1995. Catálogo de exposição.
- PERSICHETTI, Simonetta. Imagens da fotografia brasileira 2. São Paulo: Estação Liberdade: Senac, 2000.
- POÉTICAS da cor. Curadoria e texto Ligia Canongia; versão em inglês Stephen Berg. Rio de Janeiro: Centro Cultural Light, 1998. 125 p., il. color.
- RIO BRANCO, Miguel. Entre os olhos, o deserto. Texto David Levi Strauss; tradução Vera Adami. São Paulo: Cosac & Naify, 2001. 168 p., il. p&b color. 1 DVD.
- RIO BRANCO, Miguel. Miguel Rio Branco. Ensaio David Levi Strauss. São Paulo: Rio, 1998. 149 p., il. color.
- RIO BRANCO, Miguel. Miguel Rio Branco. Rio de Janeiro: MAM, 1996. , il.
- RIO BRANCO, Miguel. Miguel Rio Branco. São Paulo: Companhia das Letras, 1998. 149p. il. color.
- RIO BRANCO, Miguel. Miguel Rio Branco. São Paulo: Cosac & Naify, 1998. 148 p., il. p&b, color.
- RIO BRANCO, Miguel. Miguel Rio Branco: pele do tempo. Texto Paulo Sérgio Duarte. Rio de Janeiro: Centro de Arte Hélio Oiticica, 2000. [48] p., il. color. 1 CD-ROM.
- RIO BRANCO, Miguel. Out of Nowhere. Curadoria Ligia Canongia. Rio de Janeiro: Museu de Arte Moderna; Salvador: Museu de Arte Moderna da Bahia, 1996.
- RIO BRANCO, Miguel. Silent Book. São Paulo: Cosac & Naify, 1997. 96 p., il. color.
- RIO BRANCO, Miguel; CALAFERTE, Louis. Nakta. Texto Orlando Azevedo. Curitiba, 1996. 140 p., il. color.
- RIO: mistérios e fronteiras. Tradução Antonio Carioca. Rio de Janeiro: MAM, 1995. 55 p.
- SEMANA Fernando Furlanetto, 1., 1998, São João da Boa Vista. 1º Semana Fernando Furlanetto. Produção Samantha Moreira. São João da Boa Vista: Prefeitura Municipal, 1998.
- SÉCULO 20: arte do Brasil. Curadoria Nelson Aguilar, Franklin Espath Pedroso. Lisboa: Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, 2000.
- URBAN, João; ARAÚJO, Zeka; CHAVES, Ricardo. Mostra de fotografia 3: proposta : Lazer. Rio de Janeiro: Funarte, 1979. 14 folhas soltas, il. p&b.
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
-
MIGUEL Rio Branco.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa10743/miguel-rio-branco. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7