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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Ralé

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 18.07.2021
05.08.1951 Brasil / São Paulo / São Paulo – Teatro Brasileiro de Comédia
Registro fotográfico Fredi Kleemann

Ralé, 1951
Fredi Kleemann
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Primeiro espetáculo de Flaminio Bollini (1924-1978) para o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), introduz inovações na metodologia de interpretação dos atores e na concepção de encenação.

Texto

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Primeiro espetáculo de Flaminio Bollini (1924-1978) para o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), introduz inovações na metodologia de interpretação dos atores e na concepção de encenação.

Nesta sua estreia como diretor do TBC, o jovem italiano Flaminio Bollini, então com 33 anos, emprega pela primeira vez uma metodologia extraída do Actor's Studio. Se até então o elenco acostumara-se com o estilo mais cerebral de Adolfo Celi (1922-1986), sobretudo voltado para a compreensão das filigranas do texto e do subtexto, experimenta agora as possibilidades da composição física e do improviso criativo baseado nas associações livres para a construção das personagens.

A peça de Máximo Gorki é ambientada numa habitação coletiva, nos anos imediatamente anteriores à Revolução Russa. Seu tema são os conflitos entre os indivíduos, pobres e marginalizados que ali convivem, explorados pelo senhorio e por um barão. A cenografia de Tulio Costa é magistral, não apenas por revelar com dramático impacto o ambiente degradado da ação como, muito especialmente, pela criação de planos que conseguem ampliar o acanhado palco do TBC. Uma iluminação bem dosada e os figurinos também de Tulio são fatores que ajudam a equipe a atingir resultados considerados brilhantes.

Destacam-se, no numeroso elenco, Maria Della Costa (1926-2015), em sua primeira e única aparição numa produção da companhia, Ziembinski (1908-1978), Luiz Linhares, Ruy Affonso (1920-2003), Elisabeth Henreid, Marina Freire, Rubens de Falco, Maurício Barroso, Nydia Licia (1926-2015). A montagem é considerada um dos maiores sucessos artísticos da companhia.

A crítica é amplamente favorável, como evidencia o comentário de Miroel Silveira (1914-1988): "Foi um ato de coragem, por parte do Teatro Brasileiro de Comédia, a encenação da peça Ralé, de Górki. Ato de coragem imensamente louvável, porque coloca o teatrinho da Rua Major Diogo em posição cultural de nítida importância, ao mostrar ao público, em vez de um original gracioso, de intuitos meramente recreativos, um drama que constitui marco histórico na evolução do teatro. Górki foi um mestre e influiu poderosamente na criação do teatro moderno. Conhecendo-o, compreendemos melhor o fenômeno da realidade teatral a que chegamos. Além do mais, o conteúdo evidentemente anticapitalístico da peça, seu apelo impreciso mas pungente a favor de um mundo mais humano e mais justo, fazem com que sua apresentação se aureole de simpatia, recomendando à nossa estima aqueles que tão paradoxalmente se resolveram a encená-la".1

Notas

1. SILVEIRA, Miroel. 'Ralé', um ato de coragem. In: ______. A outra crítica. São Paulo: Símbolo, 1976. p. 49.

Ficha Técnica

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Autoria
Máximo Gorki

Tradução
Brutus Pedreira
Eugênio Kusnet

Direção
Flaminio Bollini

Cenografia
Tulio Costa

Figurino
Tulio Costa

Elenco
Arquimedes Ribeiro / Vagabundo
Carlos Vergueiro / Kastilhof
Cleyde Yáconis / Ana (Prêmio de Atriz Revelação - Associação dos Críticos)
Elizabeth Henreid / Natacha
Fredi Kleemann / Krivoy
José Silva / Vagabundo
Luiz Calderaro / Medredef
Luiz Linhares / Khlech
Maria Della Costa / Vassilissa
Marina Freire / Kvachnhá
Maurício Barroso / Satin
Nydia Licia / Nástia
Paulo Autran / Vaska Pepel
Pedro Petersen / Vagabundo
Rubens Costa / Aliochka
Ruy Affonso / O Barão
Sebastião Ribeiro / Vagabundo
Sergio Cardoso / O Ator
Victor Merinov / O Tártaro
Waldemar Wey / Bubnof
Walter Ribeiro / Vagabundo
Ziembinski / Luká
Zoraide Grego / Vagabundo

Obras 3

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Registro fotográfico Fredi Kleemann

Espetáculos 6

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Fontes de pesquisa 2

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  • GUZIK, Alberto. TBC: crônica de um sonho. São Paulo: Perspectiva, 1986.
  • PRADO, Décio de Almeida. O teatro brasileiro moderno. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 1996. (Debates, 211).

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