Francisco Amêndola
![Buracão, 1963 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/000147003019.jpg)
Buracão, 1963
Francisco Amêndola
Óleo sobre tela, c.i.e.
100,00 cm x 80,00 cm
Texto
Francisco Amêndola da Silva (Ibitinga, São Paulo, 1924 – Ribeirão Preto, São Paulo, 2007). Pintor, ilustrador, publicitário, artista gráfico e fotógrafo. Seu pai, líder político, funda o banco Melhoramentos de Ibitinga e o vilarejo de Cambaratiba. Em 1938, muda-se para Campinas e estuda no colégio interno Ateneu Paulista. Nessa época, passa a interessar-se por arte, principalmente pelo desenho. Transfere-se, em 1941, para o Colégio Estadual, em Araraquara, onde permanece até 1944. Nesse ano, com a morte do pai, volta a Ibitinga para administrar a fazenda da família. Mais tarde, retorna à Araraquara, onde estuda na Escola de Belas Artes e tem aulas de pintura com Mario Ybarra de Almeida (1893-1952) e Domenico Lazzarini (1920-1987). Forma-se em 1950 e, em 1951, participa do Salão de Belas Artes de Araraquara, ao lado de Alfredo Volpi (1896-1988), Tarsila do Amaral (1886-1973), Flávio de Carvalho (1899-1973) e Aldemir Martins (1922-2006). A exposição repercute na mídia e atrai a atenção de críticos, como Ivo Zanini (1929) e Sérgio Milliet (1898-1966). Participa da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951. Em 1954, torna-se diretor da Escola de Belas Artes de Araraquara, onde leciona. Faz trabalhos em publicidade e ilustrações para a imprensa. Em 1959, dá aulas na Escola de Artes Plásticas de Ribeirão Preto. Envolve-se com as atividades promovidas pela escola, como os clubes de fotografias, mostras de acervos de museus, festivais de cinema, noites de autógrafos, cursos e palestras. Em 1966, funda com outros artistas o Atelier 1104.
Análise
Francisco Amêndola é um dos artistas mais representativos da ebulição cultural vivida pelos municípios paulistas de Araraquara e Ribeirão Preto, entre as décadas de 1940 e 1960. Essas cidades tornam-se polos artísticos locais, interlocutoras culturais em relação à capital do estado e protagonistas da passagem da arte tradicional para a arte moderna no interior de São Paulo. Amêndola estuda na Escola de Belas Artes de Araraquara entre as décadas de 1940 e 1950, tendo como mestres Mario Ybarra de Almeida e Domenico Lazzarini. Em meados dos anos 1950, a pintura de Amêndola elege como referência a corrente geométrico-abstrata, presente nas Bienais de São Paulo. Não adere, porém, à pura geometria. O artista organiza de maneira mais geométrica a composição, sem renunciar às modulações das cores, elaboradas com rica gama de tons. Pode-se ver o acréscimo de outra referência à obra desse artista, a partir do fim dos anos 1960. Como seu mestre Lazzarini, Amêndola liga-se à abstração informal, então em voga no Brasil. O crítico Tadeu Chiarelli (1956) observa que “o grafismo da produção de Amêndola entre os anos 50 e 60 pode ser entendido como recriação do grafismo presente na produção pictórica de Lazzarini nos anos 50”. Seria o caso, por exemplo, da tela Buracão, de 1963.
Obras 6
Buracão
Composição em Vermelho
Embalos
Lenda
Mulher de Neon
Exposições 134
Fontes de pesquisa 16
- 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
- AMÊNDOLA, Francisco. Amêndola. Araraquara/SP: Itaugaleria, 1983. 1 folha dobrada.
- AMÊNDOLA, Francisco. Exposição retrospectiva. Texto Ignácio de Loyola Brandão. São Paulo: Galeria SESC Paulista, 1987. [16] p., il. p&b color.
- AMÊNDOLA, Francisco. Francisco Amêndola: exposição retrospectiva. Ribeirão Preto: Casa de Cultura de Ribeirão Preto, 1980.
- AMÊNDOLA, Francisco; CICCI, Ulieno. Dez Artistas Plásticos da Cidade. Ribeirão Preto/SP: Itaugaleria, 1979. 1 brochura.
- ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
- BIENAL INTERNACIONAL DE SÃO PAULO, 9., 1967, SÃO PAULO, SP. Catálogo geral. São Paulo: Fundação Bienal, 1967.
- CHIARELLI, Tadeu (cur.). Mostra - modernidade/experimentalismo. Ribeirão Preto: USP, 1992.
- EXPOSIÇÃO de artistas jovens. São Paulo: MAC/USP, 1965. 11 p.
- EXPOSIÇÃO no Paço das Artes: Ribeirão Preto. São Paulo: Paço das Artes, 1984. 16 p., s. il.
- EXPOSIÇÃO: DOAÇÕES RECENTES; OBRAS RESTAURADAS; ACERVO. Ribeirão Preto: Marp, 2002.
- Franciso Amêndola foi um dos precursores da arte moderna em Ribeirão Preto. RibeirãoPretoOnline. Disponpivel em: [http://www.ribeiraopretoonline.com.br/noticia.php?id=20621]. Acesso em: 23 set. 2009.
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
- MOSTRA - modernidade/experimentalismo: artes plásticas em Ribeirão Preto. Produção Maria Alice Coelho Nunes; curadoria Tadeu Chiarelli. Ribeirão Preto: USP, 1992. 27p. s.il.
- SARP 25 ANOS. Ribeirão Preto: Sarp, 2000.
- ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.
Como citar
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FRANCISCO Amêndola.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa9010/francisco-amendola. Acesso em: 03 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7