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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Dalva de Barros

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 09.08.2024
27.10.1935 Brasil / Mato Grosso / Cuiabá

Grupo Jovem Mato-grossense, 1968
Dalva de Barros
Óleo sobre tela, c.i.e.

Dalva Maria de Barros (Cuiabá, Mato Grosso, 1935). Pintora. Com formação em cursos livres de importantes instituições de arte nacionais, é referência da pintura mato-grossense. Aborda, em sua obra, temas locais e nacionais, utilizando a estética da pintura popular. 

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Dalva Maria de Barros (Cuiabá, Mato Grosso, 1935). Pintora. Com formação em cursos livres de importantes instituições de arte nacionais, é referência da pintura mato-grossense. Aborda, em sua obra, temas locais e nacionais, utilizando a estética da pintura popular. 

Em 1959, inicia seus estudos em pintura por meio de um curso por correspondência mantido pelo Instituto Universal Brasileiro, na cidade de Diamantino, Mato Grosso, onde mora com a família. No começo da década de 1960, frequenta o curso livre de pintura na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo. Já no fim dos anos 1960, recebe uma bolsa para estudar na Escola de Belas Artes (EBA), no Rio de Janeiro, que frequenta por três anos. 

Suas pinturas, durante seu período de formação, seguem uma linha acadêmica, seguindo rigidamente as noções de perspectivas e cores mais realistas nas paisagens e retratos. Já nesta época, apresenta um tema que vai seguir durante toda sua carreira: pintar acontecimentos que vivencia, desde os mais corriqueiros até os de repercussão nacional, como nas telas Batizado na roça (1975) e Impeachment presidencial (1992). Devido à dedicação em registrar o que testemunha, seja ao vivo ou pela televisão e jornais, a crítica de arte mato-grossense do sul Aline Figueiredo (1946) classifica Barros como uma pintora-repórter. 

Outro assunto que aparece com frequência em sua obra é o futebol. Dos torneios mundiais, como as Copas de 1994 e de 1998, representados em Parreira (1994), em que faz um retrato do técnico Carlos Alberto Parreira (1943) dando entrevista, aos jogos de campeonatos nacionais, como, por exemplo, São Paulo e Náutico (2013), em que representa a partida dos dois clubes no estádio do Morumbi, na capital paulista. 

Independentemente do tema, a artista trata os assuntos de maneira equivalente, sem hierarquizá-los, utilizando as mesmas pinceladas pequenas, um colorido suave e uma estética popular. O crítico Frederico Morais (1936) aponta que a artista tem a mesma sensibilidade dos pintores Alberto da Veiga Guignard (1896-1962) e Francisco Rebolo (1902-1980). Para ele, em sua forma de retratar o mundo, Barros substitui o intelectualismo pela simplicidade – o que Figueiredo vai chamar de realismo ingênuo. Esse estilo fica evidente tanto nas cores escolhidas quanto na despreocupação com a perspectiva e proporção das construções da tela Vista de Cuiabá II (1979).

Além da pintura, Barros se aplica ao ensino da técnica. De 1976 a 1980, supervisiona o Ateliê Livre da Fundação Cultural de Mato Grosso e, em 1982, o Ateliê Livre da Universidade Federal de Mato Grosso  (UFMT), ambos em Cuiabá. 

Por ser uma referência das artes visuais em Mato Grosso, em 2004, a artista é homenageada pelo governo do estado com a instituição da data de seu aniversário, dia 27 de outubro, como o Dia Estadual do Artista Plástico, por meio da Lei nº 8.204.

Com uma estética popular, Dalva de Barros registra os acontecimentos locais e nacionais em suas pinturas, dando à eles o mesmo grau de importância. Atua ainda no ensino da pintura em instituições culturais e de ensino mato-grossenses.

Obras 8

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Exposições 18

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Fontes de pesquisa 12

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ADIR Sodré, Dalva de Barros e Gervane de Paula: pinturas. Cuiabá: Espaço BEMAT, 1983.
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997.
  • AYALA, Walmir. Le Brésil par ses artistes. Rio de Janeiro, RJ: Nórdica, s.d. 211 il. color.
  • D'AMBRÓSIO, Oscar Alejandro Fabian. Um mergulho no Brasil Naif: A Bienal Naifs do Brasil do SESC Piracicaba 1992 a 2010. 202f. Tese (Doutorado em Educação, Arte e História da Cultura) - Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2013.
  • DALVA 80 ANOS. Sempre Dalva, 2022. (13 min). Cuiabá: Secretaria de Estado de Cultura, Esporte, 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=pWSwUw4WTpM. Acesso em: 18 ago. 2022.
  • DALVA DE BARROS [ARTISTA PLÁSTICA BRASILEIRA]. Revista Biografia, Cuiabá, 2012. Disponível em: https://sociedadedospoetasamigos.blogspot.com/2012/04/dalva-de-barros-artista-plastica.html. Acesso em: 18 ago. 2022.
  • DALVA Maria de Barros. Apresentação de Aline Figueiredo. Cuiabá: Palácio da Instrução, 1977.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • FIGUEIREDO, Aline. Arte aqui é mato. Cuiabá: UFMT, 1990.
  • FIGUEIREDO, Aline. Artes Plásticas no Centro-Oeste. Apresentação Aline Figueiredo. Cuiabá: UFMT/MACP, 1979. 360 p., il. color.
  • REFERÊNCIAS Pantaneiras na pintura de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul. São Paulo: Paço das Artes, 1988.

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