Humberto Espíndola
![Homenagem a uma XXXIII Exposição Agropecuária, 1971 [Obra]](http://d3swacfcujrr1g.cloudfront.net/img/uploads/2000/01/001160008013.jpg)
Homenagem a uma XXXIII Exposição Agropecuária, 1971
Humberto Espíndola
Óleo sobre tela, c.i.d.
155,00 cm x 250,00 cm
Texto
Biografia
Humberto Augusto Miranda Espíndola (Campo Grande MS 1943). Pintor e desenhista. Forma-se em jornalismo na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica do Paraná, em 1965. No ano seguinte, organiza a Primeira Exposição dos Artistas Mato-Grossenses, em Campo Grande, onde funda, em 1967, a Associação Mato-Grossense de Arte. Volta-se a temáticas regionais e produz pinturas inspiradas na bovinocultura. Cria, em 1973, o Museu de Arte e Cultura Popular, ligado à Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá, dirigindo-o até 1982. Realiza mural para o Palácio Paiaguás, sede do governo estadual de Mato Grosso, em 1974. Em 1977, recebe o prêmio melhor do ano em pintura da Associação Paulista de Críticos de Arte - APCA. Em Campo Grande, é co-fundador do Centro de Cultura Referencial de Mato Grosso do Sul, em 1983, e realiza o Monumento à Cabeça de Boi, de ferro e aço, instalado na praça Cuiabá, em 1996. Apresenta mostra retrospectiva, em 2000, na Casa Andrade Muricy, em Curitiba, e, em 2002, no Museu de Arte Contemporânea, em Campo Grande, e no Museu de Arte e de Cultura Popular, em Cuiabá.
Comentário Crítico
A produção de Humberto Espíndola parte do tema do boi, visto como símbolo da riqueza de Mato Grosso. Em Bovinocultura, realiza um retrato sarcástico da sociedade do boi, que é principalmente moeda e símbolo de poder. Em seus primeiros trabalhos, Espíndola apresenta o animal envolto em penumbra, provocando estranheza. A efígie do boi, em suas telas, é colocada em um primeiro plano, ou isolada em um oval central, ganhando a dimensão de nobreza de um retrato. Em Glória ao Boi nas Alturas (1967), utiliza uma deliberada frontalidade do animal, em torno do qual se acumulam máscaras, imprimindo ao quadro um ritmo dinâmico.
Alguns quadros possuem um sentido simbólico, com a utilização das cores da bandeira brasileira. Em outros, emprega crachás e medalhas, que remetem a exposições agro-pecuárias. Como nota o crítico Frederico Morais, Espíndola humaniza o boi, para denunciar a vontade de poder do ser humano, como ocorre em O Tirano (1984). Já na série Arqueologia do Boi - Boi Branco (1993), destacam-se o uso de tonalidades rebaixadas e o caráter mágico. O artista realiza posteriormente gravuras geradas e coloridas em computador, nas quais obtém grande potência no colorido, como em Vaca Escada (2001).
Humberto Espíndola tem também relevante atuação na divulgação da cultura regional criando, em 1974, o Museu de Arte e Cultura Popular, ligado à Universidade Federal de Mato Grosso.
Obras 22
Boi-bandeira
Boi-brasão
Boi-society
Bois de Abril
Bovinocultura
Exposições 154
Links relacionados 3
Fontes de pesquisa 17
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- ESPÍNDOLA, Humberto. 1967/1999. Panorama retrospectivo. Curitiba: Casa Andrade Muricy, 2000.
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- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. R759.981 L533d
- MOURA, Carlos Francisco. As Artes plásticas em Mato Grosso nos séculos XVIII e XIX. Cuiabá: Fundação Cultural de Mato Grosso, 1976. 709.81032 Mc929a
- PONTUAL, Roberto. Entre dois séculos: arte brasileira do século XX na coleção Gilberto Chateaubriand. Rio de Janeiro: Edições Jornal do Brasil, 1987.
- REFERÊNCIAS Pantaneiras na pintura de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul. São Paulo: Paço das Artes, 1988. SPpa 1988/r
- SCHENBERG, Mario. Pensando a arte. São Paulo: Nova Stella, 1988.
Como citar
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HUMBERTO Espíndola.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa8706/humberto-espindola. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7