Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Jef Golyscheff

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 25.10.2023
20.09.1897 Ucrânia / a definir / Kherson
25.09.1970 França / Ile de France / Paris
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Paisagem, 1966
Jef Golyscheff
Óleo sobre tela
99,40 cm x 80,50 cm

Jefim Golyscheff (Kherson, Ucrânia, 1897 – Paris, França, 1970). Pintor, músico e químico. Durante a primeira década do século XX, atua como violinista solista da Orquestra Sinfônica de Odessa, Ucrânia, e frequenta aulas de pintura na Escola de Belas Artes da mesma cidade. Em 1909, estuda teoria musical e composição em Berlim, Alemanha. Em 1914,...

Texto

Abrir módulo

Jefim Golyscheff (Kherson, Ucrânia, 1897 – Paris, França, 1970). Pintor, músico e químico. Durante a primeira década do século XX, atua como violinista solista da Orquestra Sinfônica de Odessa, Ucrânia, e frequenta aulas de pintura na Escola de Belas Artes da mesma cidade. Em 1909, estuda teoria musical e composição em Berlim, Alemanha. Em 1914, compõe Trio para Cordas, sob o princípio dodecafonista. Integra o Clube Dadá de Berlim e participa da organização da 1ª Exposição do grupo, em 1919, na Galeria J. B. Neumann. No mesmo ano, o arquiteto alemão Walter Gropius (1883-1969) convida-o para lecionar na escola Bauhaus, mas ele recusa o convite. Em 1920, participa da formação do  Novembergruppe1, grupo que busca criar nova unidade entre arte, arquitetura, artesanato e planejamento urbano e aproximar o artista do trabalhador comum. Em 1922, o artista expõe em mostras individuais em Dusseldorf e Hamburgo. Com o surgimento do nazismo nos anos 1930, foge para a Espanha em 1933. Devido à Guerra Civil Espanhola (1936-1939), busca refúgio na França em 1938, de onde é enviado a um campo de concentração. Entre 1945 e 1956, trabalha como químico em Paris. Transfere-se para São Paulo em 1957. Em 1965, integra o Grupo Phases, movimento de caráter internacional ligado ao surrealismo e à abstração lírica, e expõe no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP). Em 1966, participa da Exposição Comemorativa do Cinquentenário do Movimento Dadá, em Berlim e Paris. Retorna à França em 1966, estabelecendo-se na capital francesa. Em 1975, o Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC/USP) realiza retrospectiva de sua obra.

Análise

Por volta de 1965, em São Paulo, Jef Golyscheff revela ter participado do Clube Dadá e do Novembergruppe, de Berlim, ao historiador e crítico da arte Walter Zanini (1925-2013), à época diretor do MAC/USP. Entendendo a importância da obra dispersa do artista devido a perseguições antissemitas, Zanini esforça-se para reabilitar o nome de Golyscheff na cena artística internacional, estabelecendo contato com críticos e museus. Propõe ainda que o artista se alie ao movimento Phases, cuja representação local conta com o apoio do diretor do MAC/USP.

No período, Golyscheff produz pinturas de referência surrealista, frequentemente no limite entre figuração e abstração. Essas obras participam de exposição organizada por Zanini em 1965, no MAC/USP. Durante a abertura, a Orquestra de Câmara de São Paulo, sob a regência de George Olivier Toni (1926-2017), apresenta a peça dodecafônica Trio para Cordas (1914), de autoria do artista.

Devido ao contato entre Zanini e Golyscheff, a coleção do museu conta com várias obras do artista produzidas na década de 1960. Em Interplanetário (1964), observa-se justaposição de estampas abstratas em tons rebaixados, enquanto nas posteriores Composição n. 3 e Paisagem, ambas de 1966, surgem figuras espectrais de fundos indefinidos.

Nota

1. Novembergruppe, grupo de artistas berlinenses reunidos em dezembro de 1918. Recebe este nome em referência ao mês da Revolução de Weimar, ocorrida na Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). A atividade principal do grupo são exposições públicas, mas também promove palestras, concertos de vanguarda e apresentações de filmes. O apoio do grupo ao socialismo e seu ideal de unificação das artes são preocupações compartilhadas por outras organizações alemãs desse período, notadamente a Bauhaus de Weimar, criada em 1919 por Walter Gropius.

Obras 1

Abrir módulo
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Paisagem

Óleo sobre tela

Exposições 24

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 9

Abrir módulo
  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • GOLYSCHEFF, Jef. Jef Golyscheff . Sao Paulo: MAC/USP, 1975. , il. p&b color.
  • GOLYSCHEFF, Tondeur e Wong: pinturas, esculturas, desenhos. Apresentação de Frederico Morais e Walter Zanini. Belo Horizonte: Museu de Arte, 1966.
  • GRUPO Austral do Movimento Phases. Apresentação de Walter Zanini. Texto de Eduard Jaguer. São Paulo: MAC/USP, 1967.
  • HAUSMANN, Raul. Golyscheff. Mirante das Artes. São Paulo, n. 8, mar./ abr. 1968. p. 26
  • JEF Golyscheff. Introdução de Walter Zanini. São Paulo: MAC/USP, 1975.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Fundação Djalma Guimarães: Instituto Walther Moreira Salles, 1983. v. 1.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: