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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Mônica Nador

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.04.2024
1955 Brasil / São Paulo / Ribeirão Preto
Reprodução fotográfica João L. Musa/Itaú Cultural

Van Gogh 2, 1990
Mônica Nador
Mista sobre tela e madeira
168,90 cm x 218,20 cm

Mônica Panizza Nador (Ribeirão Preto, São Paulo, 1955). Pintora, desenhista, gravadora. Destaca-se sobretudo pelo trabalho que realiza em murais de regiões urbanas carentes, estimulando a participação popular e explorando o potencial da arte de provocar transformações sociais.

Texto

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Mônica Panizza Nador (Ribeirão Preto, São Paulo, 1955). Pintora, desenhista, gravadora. Destaca-se sobretudo pelo trabalho que realiza em murais de regiões urbanas carentes, estimulando a participação popular e explorando o potencial da arte de provocar transformações sociais.

Forma-se na Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em São Paulo, em 1983. No mesmo ano, realiza sua primeira exposição individual no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP).

Na época, produz telas de grandes dimensões, nas quais apresenta listras que se justapõem umas às outras sobre o campo da tela, empregando constantemente tons quentes. O observador percebe pequenas nesgas de luz na trama escura das tintas, provenientes do branco do tecido, que a artista deixa à mostra algumas vezes. Assim, explora não apenas as relações entre áreas de cor, mas também um jogo de relações entre figura e fundo.

Em 1985, frequenta um curso de gravura planográfica1 com Regina Silveira (1939) na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). A partir da metade dos anos 1980, sua paleta se amplia e tem predileção por cores claras. Às suas telas, a artista passa a acoplar outras telas, mais claras, com listras mais esgarçadas, criando espaços ilusórios e discutindo procedimentos e possibilidades da pintura.

Como nota o historiador da arte Tadeu Chiarelli (1956), Nador passa a trabalhar a cor como espaço, em telas que apresentam, além das pinceladas livres, áreas intensamente ornamentadas com arabescos, como na série Para orar (1988). Nas obras dessa época, passa a evocar um sentido místico para a arte. Já em Mergulhe (1991) e outras obras da década de 1990, emprega a palavra como sugestão de caminho pelo qual o observador alcança a fruição, o prazer da obra de arte.

Em 1994, a artista recebe uma bolsa de estudos e viaja para os Estados Unidos. De volta ao Brasil, inicia o mestrado na ECA/USP, sob orientação de Regina Silveira. O mestrado é um dos fatores que a estimulam a abandonar os museus. Ela costuma dizer que, na época, percebe que se gastava muita tinta dentro do museu enquanto havia muita parede precisando de cor nas ruas.

A partir de 1999, praticamente abandona a produção de trabalhos de arte tradicionais e se volta para a produção de grandes pinturas em comunidades carentes, nas quais passa a residir. Desenvolve pinturas em fachadas de residências, em trabalho conjunto com seus moradores, alterando a realidade do lugar e explorando o potencial transformador da arte, como no projeto Paredes pinturas, realizado em São José dos Campos, São Paulo, que consiste na criação de desenhos em máscaras de acetato que são pintados nas casas.

A experiência não dura muito, mas a ideia de montar um projeto de caráter duradouro permanece. Três anos depois, cria o Jardim Miriam Arte Clube (Jamac), espaço cultural na periferia da cidade de São Paulo onde são realizadas práticas e oficinas de estêncil, serigrafia, ioga e cinema, entre outras atividades. A artista, moradora do Jardim Miriam, realiza essa iniciativa juntamente com outros artistas, como Lúcia Koch (1966), paisagistas e universitários, além de moradores do bairro. O Jamac se torna referência internacional em ações que mesclam arte e ativismo social, apontando para a possibilidade de transformação por meio da arte.

Embora tenha começado a carreira obtendo conquistas importantes do ponto de vista artístico, Monica Nador não se contenta em construir uma trajetória de artista renomada. Prefere se constituir também como ativista social. Empenhada em explorar o potencial de transformação social da arte, decide atuar e morar em regiões carentes, a fim de conviver mais intensamente com os participantes dos projetos criados por ela e viver essas experiências de forma integral.

Notas

1. Imagem resultante de uma matriz plana, como é o caso da litografia.

Obras 9

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Para Orar

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Para Ver

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Reprodução fotográfica autoria desconhecida

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Reprodução Fotográfica Romulo Fialdini

Sem Título

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Exposições 110

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Mídias (1)

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Mônica Nador - Enciclopédia Itaú Cultural
“A arte é um vínculo consigo próprio”, acredita a pintora e gravadora Mônica Nador. Sua carreira começa na década de 1980, com obras de grandes dimensões, em que listras justapostas criam jogos ópticos de luzes e sombras tendo como destaque o preto. Mais tarde, ela agrega tons e cores ao trabalho, enquanto discute outras possibilidades na pintura. No final da década de 1990, Nador deixa os ateliês tradicionais e começa a se dedicar a pinturas de murais em comunidades carentes. Enquanto ensina os moradores a utilizar técnicas como o estêncil (máscaras de papel que permitem pintura seriada) para pintar suas casas, propõe que eles sejam agentes de mudança no contexto social em que vivem: “O produto final não é o que importa. O que importa é o processo. As pessoas podem fazer arte!”, frisa a artista.

Produção: Documenta Vídeo Brasil
Captação, edição e legendagem: Sacisamba
Intérprete: Erika Mota (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 33

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  • - AO cubo. São Paulo: Paço das Artes, 1997. Sppa 1997/a
  • - MARINHAS. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 1994. SPnr 1994
  • - NADOR, Mônica. Gravuras em colaboração com James Lax. Curitiba: Museu da Gravura, 1995. N138g 1995
  • - NADOR, Mônica. Mônica Nador. São Paulo: Galeria Luisa Strina, 1994. N138 1994
  • - NADOR, Mônica. Mônica Nador: desenhos. São Paulo : MAC/USP, 1983. N138 1983
  • 15 ARTISTAS brasileiros. Curadoria Tadeu Chiarelli; tradução Izabel Murat Burbridge. São Paulo: MAM, 1996.
  • 15 ARTISTAS brasileiros. Curadoria Tadeu Chiarelli; tradução Izabel Murat Burbridge. São Paulo: MAM, 1996. Spmam 1996/q
  • AMARAL, Aracy (org.). Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo: perfil de um acervo. Texto Aracy Amaral, Sônia Salzstein. São Paulo: Techint Engenharia, 1988. 391 p., il.color.
  • AO cubo. São Paulo: Paço das Artes, 1997. s.p. il.
  • ARTE brasileira contemporânea: doações recentes/ 96. São Paulo: MAM, 1996.
  • ARTE brasileira contemporânea: doações recentes/ 96. São Paulo: MAM, 1996. Spmam 1996/ar
  • ARTE híbrida. Rio de Janeiro: Funarte, 1989.
  • ARTE híbrida. Rio de Janeiro: Funarte, 1989. RJfunarte 1989/a
  • ARTE suporte computador. Organização Solange Lisboa e Antonio Ruete. São Paulo: Casa das Rosas, 1997.
  • ARTE suporte computador. Organização Solange Lisboa e Antonio Ruete. São Paulo: Casa das Rosas, 1997. SPcr 1997/a
  • AYALA, Walmir. Dicionário de pintores brasileiros. Organização André Seffrin. 2. ed. rev. e ampl. Curitiba: Ed. UFPR, 1997. R750.81 A973d 2.ed.
  • BR 80: Pintura Brasil Década 80. São Paulo: Instituto Cultural Itaú, 1991.
  • BRITO Cimino 1. Apresentação Fábio Cimino, Luciana Brito; texto Martin Grossmann, Francisco de Castro. São Paulo: Galeria Brito Cimino, 1998.
  • CATÁLOGO: artistas representados e acervo. Apresentação Luciana Brito, Fábio Cimino; tradução Martin Grossmann. São Paulo: Galeria Brito Cimino, 1997. 40 p., il.
  • CENTRO Cultural São Paulo: programa de exposições 91. São Paulo: Pavilhão da Bienal, 1992.
  • EDITH Derdyk; Ester Grinspum; Iran T. do Espírito Santo; Mônica Nador; Paulo Portella Filho : desenhar. Ribeirão Preto: Itaugaleria, 1985. folha dobrada il. p&b.
  • IMAGINE: o planeta saúda o cometa. Fortaleza: Arte Galeria, 1986. il. p.b.
  • MATTOS, Armando (coord. ). Anos 80: o palco da diversidade. Curadoria Armando Mattos, Marcus de Lontra Costa. Rio de Janeiro: MAM, 1995.
  • NADOR, Mônica. Gravuras em colaboração com James Lax. Apresentação Mônica Nador. Curitiba: Museu da Gravura, 1995. f. dobrada, il. color.
  • NADOR, Mônica. Mônica Nador. Tradução Inês Amoroso. São Paulo: Galeria Luisa Strina, 1994. il. color.
  • NADOR, Mônica. Mônica Nador: desenhos. São Paulo: MAC/USP, 1983.
  • O MUSEU de Arte Moderna de São Paulo. São Paulo: Banco Safra, 1998.
  • O PEQUENO infinito e o grande circunscrito. São Paulo: Arco Arte Contemporânea, 1989. , il. p&b.
  • PANORAMA DE ARTE ATUAL BRASILEIRA, 1990, São Paulo, SP. Panorama de Arte Atual Brasileira 1990: papel - desenho, gravura, papel como meio, livro de artista. São Paulo: MAM, 1990. Spmam 1990
  • SALÃO NACIONAL DE ARTES PLÁSTICAS, 8. , 1985, Rio de Janeiro, RJ. 8º Salão Nacional de Artes Plásticas. Rio de Janeiro: MAM, 1985.
  • SALÃO PAULISTA DE ARTE CONTEMPORÂNEA, 3. , São Paulo, 1985. 3º Salão Paulista de Arte Contemporânea. São Paulo: Fundação Bienal, 1985.
  • SEIS artistas. São Paulo: MAC/USP, 1985. 19 p., il. color.
  • STAATLICHE KUNSTHALLE (BERLIN). Werkstatt Berlin - São Paulo 1988. Tradução Sarita Brandt. Berlin, 1988. 94p. il., p.b. color.

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