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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Tárik de Souza

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 27.08.2024
1946 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Tárik de Souza Farhat (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1946). Jornalista, crítico musical. Dono de um estilo de texto inconfundível e de uma análise profunda e bem informada, assume papel importante na crítica do que aconteceu e acontece na arte da canção brasileira.

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Tárik de Souza Farhat (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1946). Jornalista, crítico musical. Dono de um estilo de texto inconfundível e de uma análise profunda e bem informada, assume papel importante na crítica do que aconteceu e acontece na arte da canção brasileira.

Na infância, em Copacabana, no Rio de Janeiro, o ambiente doméstico é sonorizado pela Rádio Nacional. Sua mãe ouve o dia inteiro a programação musical da rádio, que, na época, conta com o maior e melhor elenco de arranjadores, músicos e cantores do país. Aos 9 anos, tem curiosidade em saber quem são os cantores e compositores das músicas que ouve e, aos 11, compra seu primeiro disco. Ainda menino, entra em contato com o samba dos subúrbios cariocas. Essas experiências educam sua escuta e lançam as bases de sua sofisticada cultura musical. Não por acaso é considerado um dos maiores conhecedores e pesquisadores de nossa música popular em seus diferentes gêneros e estilos.

Em 1961, o pai, escritor, publicitário e jornalista Emil Farhat (1914-2000), então diretor da McCann Erickson Publicidade, muda com a família para São Paulo. Na capital paulista, Tárik passa a adolescência e, mais tarde, ingressa na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Em 1968, matricula-se no curso da Editora Abril, organizado para formar jornalistas para a recém-criada revista Veja. Nesse ano, inicia a atividade profissional como repórter, redator e editor de música daquele veículo. Realiza uma longa entrevista com o cantor Luiz Gonzaga (1912-1989) para a primeira edição da revista . A partir daí, consolida sua carreira no jornalismo musical. Sua produção documenta diálogos e análises de um amplo conjunto de artistas e obras que referenciam a criação da música popular brasileira. Entre as raras entrevistas concedidas à imprensa por João Gilberto (1931-2019), uma delas é concedida a Tárik e publicada na revista Veja em 1971. Além de editor da revista, é contratado como consultor e colaborador da coleção História da Música Popular Brasileira, publicada entre as décadas de 1970 e 1980 pela Editora Abril. Sucesso editorial na época, a coleção contribui para a sedimentação da memória musical brasileira para o grande público. Por meio dos fascículos da coleção, o leitor tem acesso a dados biográficos, fonogramas e análise crítica da obra musical de um conjunto de artistas do final do século XIX até os anos 1970.

Em 1973, retorna ao Rio de Janeiro para integrar a redação de O Pasquim, publicação de grande importância e influência na cena cultural e de resistência política no contexto da ditadura dos anos 1970. Nas páginas do semanário, entrevista um arco amplo de personalidades da música popular.  Ali também conhece o cartunista Henfil (1944-1988), com quem cria o personagem Ubaldo, o Paranoico. Em 1974, passa a colaborar com a revista Rock: A História e a Glória – Jornal de Música, da qual é um dos fundadores e editores, além de atuar em outros veículos ao longo da carreira, como Carta Capital, Elle e ShowBizz

Concomitante ao jornalismo musical, em 1991 produz e apresenta o programa Na Batucada da Vida, levado ao ar pela Rádio Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro. Em 1994, compila faixas e escreve resenhas críticas de encartes dos discos da coleção Mestres da MPB, lançada pela Warner Music. Desse ano até 2004, dirige a coleção Todos os Cantos, publicada pela Editora 34, onde organiza uma série de livros com biografias, canções e análises sobre movimentos em torno da música popular, como Tropicália, história de uma revolução musical , de Carlos Calado (1956), e A canção no tempo: 85 anos de músicas brasileiras (2 volumes), de Zuza Homem de Mello (1933-2020) e Jairo Severiano (1927), ambas de 1997

Nas duas primeiras décadas do século XXI, a produção de Tárik se mantém intensa. Além da publicação impressa e digital de textos, realiza trabalhos de consultoria musical e mantém programas no rádio e na televisão. Nesse período, lança Tem mais samba: das raízes à eletrônica (2003), uma compilação de textos escritos ao longo de sua carreira como crítico e jornalista musical. A obra aborda a trajetória do gênero samba desde seu aparecimento nas primeiras décadas do século XX até sua fusão com o rap e a música eletrônica. Lança também Sambalanço – A bossa que dança: um mosaico (2016), no qual descreve e analisa o movimento musical, que, nas décadas de 1950 e 1960, toma conta das boates do Rio de Janeiro, o sambalanço. Com essa obra, Tárik resgata a memória desse movimento musical e de artistas ligados a ele. O livro inspira o documentário homônimo lançado em 2019, roteirizado pelo próprio jornalista e dirigido por Fabiano Maciel (1965).

De 2005 a 2018, produz e apresenta o programa Bossamoderna na Rádio MEC do Rio de Janeiro. De 2009 a 2014, roteiriza e apresenta o programa MPBambas, para o Canal Brasil. Na mesma emissora é responsável pela pauta e pesquisa do programa O som do vinil, apresentado desde 2009 por Charles Gavin (1960). 

Em 2010, escreve sobre a trajetória e obra musical de Luiz Gonzaga e Nelson Cavaquinho (1911-1986) para a Coleção Folha Raízes da Música Popular Brasileira. Desde 2015, mantém a coluna "Supersônicas" no site do Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB), onde atua como colaborador e editor do Jornalmusical desde 2006.

Com abordagem inovadora e ampla do conjunto de artistas e gêneros musicais que sua análise contempla, além de sensibilidade para descobrir novas tendências, Tárik de Souza é considerado um dos maiores nomes da crítica musical sobre criação e desenvolvimento da canção brasileira.

Obras 8

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Fontes de pesquisa 7

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