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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Italo Campofiorito

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 05.11.2024
1933 França / Ile de France / Paris
27.05.2020 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Ítalo Campofiorito (Paris, França, 1933 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020). Arquiteto, urbanista, professor universitário, crítico de arte. Importante ativista pela preservação do patrimônio cultural brasileiro, participa de obras emblemáticas do modernismo nacional, como o projeto de urbanização de Brasília.

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Ítalo Campofiorito (Paris, França, 1933 – Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020). Arquiteto, urbanista, professor universitário, crítico de arte. Importante ativista pela preservação do patrimônio cultural brasileiro, participa de obras emblemáticas do modernismo nacional, como o projeto de urbanização de Brasília.

Filho dos artistas modernistas brasileiros Quirino Campofioroto (1902-1993) e Hilda Campofiorito (1901-1997), nasce em Paris, depois que seus pais saem da Itália com a ascensão do fascismo em 1933. A família retorna ao Brasil em 1934. Por influência de seus pais, entra em contato com as artes plásticas desde muito jovem. 

Gradua-se no curso de arquitetura pela Faculdade Nacional de Arquitetura do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1956. Decide cursar arte na Universidade de Sorbonne, em Paris. Neste momento, especializa-se em Estética, História da Arte e Sociologia. 

Volta ao Brasil em 1958 para integrar a equipe de projeto de Brasília. Trabalha na empresa estatal Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), ao lado do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer (1907-2012), até 1961. Nesse ano, realiza também estudos na área de Planejamento Urbano e Rural na Universidade de Londres, na Inglaterra. 

O arquiteto e urbanista exerce influência nas diversas áreas em que atua. Entre 1961 e 1963, assume a chefia do Serviço Metropolitano Urbanístico de Brasília. De 1962 a 1965, trabalha como professor da recém-inaugurada faculdade de arquitetura na Universidade de Brasília (UnB). Entre 1979 e 1980, torna-se diretor do Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (Inepac) do Rio de Janeiro e, posteriormente, atua como secretário da Secretaria do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan) e como presidente da Fundação Nacional Pró-Memória, órgãos que depois são unificados e formam o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)

Ao longo dos anos, envolve-se também com instituições e organizações renomadas no âmbito do patrimônio, inclusive internacionais, como o International Council on Monuments and Sites (Icomos), associação civil não governamental ligada à Organização das Nações Unidades (ONU) por intermédio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Ademais, atua como crítico de arte pela Associação Internacional de Crítica de Arte (Aica) e desenvolve o Plano de Reestruturação Urbana de Cochabamba, na Bolívia. 

Cochabamba exemplifica os problemas urbanos que muitas cidades latinas apresentam nas décadas de 1980 e 1990, como a aceleração do processo de urbanização e a falta de políticas públicas para mitigação de problemas sociais. A disputa pela terra ocupa uma das questões centrais de debate e é nesse cenário que se articula o Comitê Impulsionador do Estatuto da Cidade, assumindo a Lei do Estatuto da Cidade do Brasil como exemplo. Nesse processo, o comitê desenvolve uma análise das problemáticas urbanas para estabelecer soluções que democratizem o direito à cidade. A valorização dos espaços verdes, dos cidadãos e da identidade dos lugares são alguns dos princípios levantados. 

Em 1990, colabora na decisão de tombamento da cidade de Brasília como patrimônio nacional. O projeto urbanístico da cidade, encabeçado por Niemeyer e Lúcio Costa (1902-1998), insere o Brasil na vanguarda modernista para os países europeus.  Na época, Campofiorito redige um texto simples que consiste em ideias para a legislação de preservação. Seu artigo torna-se decreto governamental que certifica o registro da cidade como Monumento da Humanidade pela Unesco. As leis que o arquiteto desenvolve levantam temas importantes sobre a preservação até os dias atuais, como o limite tênue entre a necessidade de preservação estatal dos bens arquitetônicos e a permissão da fluidez da dinâmica das cidades com seus diversos agentes civis. 

De 1996 a 2004, atua como secretário de cultura de Niterói, no Rio de Janeiro. Participa como um dos idealizadores do Museu de Arte Contemporânea (MAC) da cidade e se torna diretor executivo da instituição. Entre 1996 e 2017, integra o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural e toma importantes decisões para preservação de bens considerados patrimônio cultural nacional. 

Italo Campofiorito faz parte de uma geração de arquitetos que transforma o modo de pensar arquitetura no Brasil. Sua atuação multidisciplinar e seu ativismo político na defesa do patrimônio cultural nacional deixa um importante legado histórico para os brasileiros.

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