Benjamim de Oliveira
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Benjamim de Oliveira, aos 80 anos, 1950
Celidônio Mazzei, Benjamim de Oliveira
Acervo Família de Benjamim de Oliveira
Texto
Benjamim Oliveira (Pará de Minas, Minas Gerais, 1870 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1954). Palhaço, ator, cantor, instrumentista e compositor. Benjamim é um dos responsáveis pela difusão do circo-teatro no Brasil, mesclando o ambiente e técnicas circenses com adaptações de clássicos da dramaturgia.
Benjamim, filho de Malaquias Chaves, capataz de fazenda, e de Leandra de Jesus, escravizada na mesma fazenda, nasce alforriado e aos 12 anos foge pela primeira vez com o Circo Sotero. Antes de fugir, exerce diversos trabalhos, como candeeiro, guarda-freio e vendedor de bolos para o público que frequenta o Sotero, onde tem seu primeiro contato com o universo circense.
É no Sotero que aprende suas primeiras acrobacias e técnicas de trapézio com o mestre Severino de Oliveira, de quem adota o sobrenome na vida artística. Três anos depois, foge novamente, possivelmente devido à discriminação racial e agressões sofridas.
Benjamim trabalha em alguns circos pelo interior de Minas Gerais e São Paulo, até que consegue um trabalho remunerado como acrobata no circo do norte-americano Jayme Pedro Adayme, na cidade paulista de Mococa. Aos 20 anos, substitui o palhaço da companhia, marcando seu início nesse papel. Sem experiência, em suas primeiras apresentações é vaiado e criticado pelo público.
Após se firmar como palhaço, passa por outras companhias circenses até 1892, quando começa a trabalhar para o circo do português Manoel Gomes, conhecido como Comendador Caçamba. Nesse momento, Benjamim já é reconhecido pela crítica por sua atuação como palhaço. É com o circo de Comendador Caçamba que chega ao Rio de Janeiro e passa a ter seu trabalho admirado por importantes figuras públicas da época, entre elas, o Marechal Floriano Peixoto (1839-1895), então presidente da recém-proclamada República brasileira.
A partir de 1896, Benjamim atua no circo Spinelli e passa as primeiras décadas do século XX gravando cançonetas, lundus e modinhas, totalizando seis discos pela Columbia Records entre 1907 e 1912. Nesse período, estampa os materiais de divulgação da companhia por seu reconhecimento do público e da crítica.
Ainda atuando no Spinelli, é um dos responsáveis pela introdução do circo-teatro no Rio de Janeiro. Além disso, canta e toca violão nos entreatos, especialmente composições de seu amigo Catulo da Paixão Cearense (1863-1946). A atuação de Benjamim marca uma revolução no circo brasileiro, ao introduzir outras linguagens artísticas, contribuindo para a divulgação de importantes composições e textos para o grande público.
Lembrado como importante nome por representantes do teatro brasileiro, como o ator Procópio Ferreira (1898-1979), Benjamim enfrenta dificuldades financeiras após encerrar sua carreira no circo, em 1940, o que mobiliza artistas e intelectuais, como o escritor Jorge Amado (1912-2001), em uma campanha para que receba auxílio financeiro do governo federal, aprovado apenas sete anos depois de sua aposentadoria.
Mesclando modos de interpretar e incorporando a música em sua atuação, Benjamim de Oliveira particulariza o modo de fazer circo de lona no país, levando para as grandes capitais a estética típica dos espetáculos do interior, aliada a textos conhecidos nos palcos de grandes companhias teatrais.
Obras 6
Exposições 2
Mídias (1)
A 54ª "Ocupação Itaú Cultural" apresenta a vida e a obra de um dos mais importantes artistas circenses do Brasil, Benjamim de Oliveira. Esta "Ocupação" – a primeira a homenagear um artista circense – apresenta a família e a carreira de Benjamim, assim como representa o circo no Brasil entre o final do século XIX e o começo do XX.
Acesse o site da "Ocupação Benjamim de Oliveira": https://www.itaucultural.org.br/ocupacao/benjamim-oliveira/
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Trilha sonora: "The romantic side of the looney cat", piano version, de Ziv Grinberg/(Artlist)
O Itaú Cultural integra a Fundação Itaú para Educação e Cultura. Saiba mais em fundacaoitau.org.br.
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 7
- Benjamin de Oliveira. Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Instituto Cravo Albin: Rio de Janeiro, 2002-2021. Disponível em: https://dicionariompb.com.br/benjamin-de-oliveira/. Acesso em: 9 mar. 2021.
- CARDOSO, Benevuto. Palhaços. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 24 jan. 1954. 2º Caderno, p.2. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/030015_07/37078. Acesso em: 9 mar. 2021.
- CARNEIRO, Nelson. Palhaço, o que é? Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 07 e 08 set. 1947. 2a. Seção, p.1 e 2. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/030015_06/48641. Acesso em: 9 mar. 2021.
- HERÓIS de todo mundo. Benjamin de Oliveira (1870-1954). A cor da cultura. Disponível em: http://antigo.acordacultura.org.br/herois/heroi/benjaminde-oliveira. Acesso em: 9 mar. 2021.
- MARCONDES, Marcos Antônio. Enciclopédia da música brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed., rev. ampl. São Paulo: Art Editora, 1998.
- MUSEU AFRO BRASIL. Benjamim de Oliveira. Disponível em: http://www.museuafrobrasil.org.br/pesquisa/hist%C3%B3ria-e-mem%C3%B3ria/historia-e-memoria/2014/12/30/benjamim-de-oliveira. Acesso em: 9 mar. 2021.
- PEREIRA, Terezinha. Benjamim de Oliveira sob o olhar da pesquisadora Ermínia Silva. Museu Histórico de Pará de Minas. Disponível em: http://muspam.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=150:benjamim-de-oliveira-sob-o-olhar-da-pesquisadora-erminia-silva&catid=36:textos&Itemid=89. Acesso em: 9 mar. 2021.
Como citar
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BENJAMIM de Oliveira.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa6689/benjamim-de-oliveira. Acesso em: 05 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7