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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Arissana Pataxó

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 02.06.2023
1983 Brasil / Bahia / Porto Seguro
Arissana Braz Bomfim de Souza (Porto Seguro, Bahia, 1983). Artista visual, pesquisadora, professora. Utiliza diversas técnicas, da pintura à fotografia, a fim de abordar a diversidade dos povos indígenas e suas formas de ser e estar no mundo contemporâneo.

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Arissana Braz Bomfim de Souza (Porto Seguro, Bahia, 1983). Artista visual, pesquisadora, professora. Utiliza diversas técnicas, da pintura à fotografia, a fim de abordar a diversidade dos povos indígenas e suas formas de ser e estar no mundo contemporâneo.

Desde criança se interessa por construir e desenhar com objetos que acha ao seu redor. Em sua aldeia, a denominação "artista" não é importante, pois a arte faz parte da vida cotidiana dos Pataxó. Graduada em artes plásticas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 2009, durante a sua formação desenvolve atividades de arte-educação com o povo Pataxó, produzindo oficinas e criando materiais didáticos. Em 2012, torna-se mestre em estudos étnicos e africanos pela mesma instituição. Sua pesquisa de mestrado acerca de ornamentos do povo Pataxó apresenta uma reflexão sobre a relação entre adereços e a identidade e história deste povo.

Sua formação acadêmica, atuação na educação e experiência enquanto Pataxó se mesclam, resultando em obras sensíveis, experiencialmente informadas e complexas. Demonstram a contemporaneidade de encontros culturais, sociais e políticos que nunca cessam e, ao mesmo tempo, o papel da arte como linguagem criativa de tais processos. Em sua trajetória, o mundo da educação e das artes caminham juntos: Arissana é professora de artes na Terra Indígena Coroa Vermelha, na Bahia, e suas aulas têm como proposta realizar diálogos interculturais tangenciados por diferentes linguagens e expressões artísticas.

Também realiza palestras, oficinas, pesquisas e atividades de formação de professores. Participa da ação "Saberes indígenas na escola", realizada pelo Ministério da Educação (MEC), entre 2014 e 2018, e da Bienal do Mercosul, em 2020, apresentando uma fala no programa Lives Bienal 12.

Ainda durante a graduação, em 2007, realiza a sua primeira mostra individual, intitulada "Sob o olhar Pataxó", no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA. A exposição é montada novamente em 2009, no Museu Eugênio Teixeira Leal, em Salvador, Bahia. Ao longo de sua carreira, participa de diversas exposições coletivas. Em 2011, é convidada a integrar a exposição internacional "EcoArt", do Grupo 100 Fronteiras, realizada no Museu de Arte Montenegro, no Rio Grande do Sul. Suas obras são incluídas na sessão "Revelações e formas", cujo intuito é compartilhar processos de criação e percepção de artistas com experiências diversas, provenientes de espaços geográficos e culturais distintos, criando aberturas para novos olhares críticos.

Entre 2013 e 2014, participa da exposição itinerante "¡Mira! – Artes visuais contemporâneas dos povos indígenas", no Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e no Espaço do Conhecimento, ambos em Belo Horizonte, Minas Gerais, e na Casa da Cultura da América Latina, em Brasília, Distrito Federal. O evento reúne mais de 50 artistas do Brasil, Bolívia, Equador, Peru e Colômbia. Na busca pelo diálogo intercultural, e por meio de múltiplas linguagens, a exposição promove o intercâmbio entre as experiências artísticas desenvolvidas pelos povos indígenas da América do Sul.

Em 2016, é indicada ao Prêmio PIPA por sua trajetória artística e fica na segunda colocação na categoria PIPA Online, de voto popular. A aclamação no Brasil é acompanhada pelo reconhecimento no exterior: em 2017, participa da exposição internacional "Pimeässä en Ole Neliraajainen" [No escuro eu não tenho quatro membros], no Centro de Trøndelag para Arte Contemporânea, em Trondheim, Noruega. Participam desta exposição, enquanto artistas e ativistas, Arissana Pataxó e o finlandês Mikko Lipiainen, a fim de estabelecer conexões entre a atividade humana cultural e as áreas do conhecimento político e ecológico.

No ano seguinte, é convidada para participar do Fórum Social Mundial 2018. A exposição "Resistência", apresentada na ocasião, traz uma série de pinturas que oscilam entre os grafismos e a figuração e remetem à resistência e à diversidade dos povos indígenas em suas lutas coletivas por defesa de seus direitos. A mostra também é apresentada em 2019, na Casa Brasileira, em São Caetano do Sul, São Paulo.

Participa do projeto "Um outro céu", em 2020, desenvolvido em parceria com a UFBA, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e a Universidade de Sussex, do Reino Unido, com a proposta de reunir as lutas indígenas e as artes. No ano seguinte, participa de dois eventos criados e geridos exclusivamente por artistas indígenas: o Festival de Arte Indígena rec•tyty, com curadoria do filósofo Ailton Krenak (1953), da pesquisadora Naine Terena (1980), da educadora Cristine Takuá (1981) e do cineasta Carlos Papá (1970), e a mostra "Moquém_Surarî", no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), com curadoria de Jaider Esbell (1979-2021), evento que integra a programação oficial da 34ª Bienal de São Paulo (2021).

A pesquisa artística de Arissana é uma somatória de sua formação acadêmica, atuação na educação e experiência pessoal enquanto Pataxó, que resulta em uma obra sobre a contemporaneidade de encontros culturais, sociais e políticos que remontam a tempos ancestrais. A partir de suas obras, observa-se a contribuição dos povos indígenas na constituição da sociedade, bem como a resistência e lutas seculares pela garantia de seus direitos e valorização de suas culturas.

Exposições 12

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