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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Waldir Azevedo

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 18.09.2023
27.01.1923 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
21.09.1980 Brasil / São Paulo / São Paulo
Waldir Azevedo (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1923 - São Paulo, São Paulo, 1980). Compositor, instrumentista. Autor de uma das mais importantes composições do choro, “Brasileirinho”, Waldir é responsável por realizar experimentações com o cavaquinho, instrumento que ganha destaque em suas execuções.

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Waldir Azevedo (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1923 - São Paulo, São Paulo, 1980). Compositor, instrumentista. Autor de uma das mais importantes composições do choro, “Brasileirinho”, Waldir é responsável por realizar experimentações com o cavaquinho, instrumento que ganha destaque em suas execuções.

Nascido e criado nos subúrbios cariocas de Piedade e Engenho Novo, Waldir Azevedo compra aos sete anos de idade seu primeiro instrumento, uma flauta e mais tarde passa para o cavaquinho e violão. No carnaval de 1933 ainda apresenta-se como flautista, mas passa a se interessar com mais atenção ao cavaquinho ao ganhar o prêmio principal do programa Talentos Ok, da Rádio Guanabara, quando executa o choro “Cambucá”, de Pascoal de Barros. Após a participação é contratado para fazer parte do regional1 da rádio sob o comando de César Moreno. Em 1945 fica sabendo por acaso da abertura de uma vaga para cavaquinista no regional de Dilermando Reis (1916-1977), da Rádio Clube do Brasil. Candidata-se e assume o posto, em que permanece por dois anos, chegando a assumir a liderança do regional após a saída de Dilermando.

O cavaquinho é parte indissociável da carreira de Waldir. Além de suas composições serem exclusivamente pensadas para o instrumento, o artista lhe dá protagonismo, deixando de ser um acompanhamento da banda para ser tocado como um solo durante toda a música. Uma característica recorrente de suas execuções é que elas são tocadas em arpejo, técnica na qual as notas são tocadas em sequência, não construindo um acorde, mas dando destaque para elas individualmente. Tal escolha faz com que a execução possa ser ágil e precisa já que a mão toca as cordas sem a necessidade de configuração do acorde.

Tal elemento pode ser visto em sua primeira composição, o choro “Brasileirinho”, cujo tema foi composto em uma única corda do cavaquinho. A música composta e lançada em disco em 1949, torna-se ainda tema musical para várias campanhas políticas naquele ano e a cantora Ademilde Fonseca (1921-2012) grava uma versão com letra composta por Pereira Costa (1920-s/d). A música torna-se um clássico atemporal do choro e da música popular brasileira. A música também é importante para pensar a importância que o rádio tinha no período, já que segundo o próprio Waldir, a composição da segunda parte do choro acontece de improviso e ao vivo em uma das apresentações do regional, após o compositor mostrar a primeira parte para os demais músicos da banda. Para estabelecer a composição final, Waldir precisou ouvir a gravação do programa algumas vezes e identificar as notas realizadas. 

No ano seguinte da gravação de “Brasileirinho”, Azevedo lança “Delicado”, composição que mantém sua origem no choro especialmente na presença do cavaquinho, mas que ganha uma base melódica vinda do baião, ritmo em destaque no período com o sucesso de Luiz Gonzaga (1912-1989).

O sucesso de suas canções internacionalmente, o leva a excursionar por diversos países a ter algumas delas gravadas por grupos estrangeiros como o choro “Vê Se Gostas”. Regravado inúmeras vezes, ganha uma de suas versões mais célebres com a orquestra de Percy Faith, que a populariza nos Estados Unidos, em 1952. Durante sua carreira registra composições próprias e participa de gravações de grupos de choro.

Waldir Azevedo se destaca pela experimentação e por dar protagonismo ao cavaquinho, instrumento que até então era visto apenas como acompanhamento da banda, sem a execução solo como acontecia com outros instrumentos como o violão. Sua principal composição torna-se um marco da música popular brasileira (MPB) e contribui com a projeção do choro internacionalmente.

Notas

1. conjunto musical que executa composições próprias de uma região, usando instrumentos típicos locais.

Obras 24

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