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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Evandro do Bandolim

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 15.03.2024
19.03.1932 Brasil / Paraíba / João Pessoa
30.12.1994 Brasil / São Paulo / São Paulo
Josevandro Pires de Carvalho (João Pessoa, Paraíba, 1932 – São Paulo, São Paulo, 1994). Compositor, bandolinista. Um dos expoentes do choro na capital paulista, grava cerca de duas dezenas de discos e toca ao lado de grandes artistas da música popular brasileira, como Cartola (1908-1980), Elza Soares (1930-2022) e Inezita Barroso (1925-2015). Se...

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Josevandro Pires de Carvalho (João Pessoa, Paraíba, 1932 – São Paulo, São Paulo, 1994). Compositor, bandolinista. Um dos expoentes do choro na capital paulista, grava cerca de duas dezenas de discos e toca ao lado de grandes artistas da música popular brasileira, como Cartola (1908-1980), Elza Soares (1930-2022) e Inezita Barroso (1925-2015). Seu trabalho também contribui para difundir esse gênero musical no exterior.

Filho de um violonista, muda-se com a família para o Rio de Janeiro aos dois anos de idade. No início da adolescência, sob influência da música do pai e com aulas do bandolinista Luperce Miranda (1904-1977), participa de rodas de choro na então capital federal. Com o passar dos anos, apresenta-se em algumas das mais importantes rádios do país, entre as quais a Mayrink Veiga e a Tupi.

Com 29 anos, lança o primeiro LP de sua carreira pelo selo Chantecler. Na década de 1960, viaja para São Paulo, onde passa a residir e trabalhar com demonstração de instrumentos de corda – violões, bandolins, cavaquinhos – na Casa Del Vecchio, loja especializada no centro da cidade.

Em terras paulistanas, contribui para a popularização do gênero musical de origem negra, formando em torno de si um consistente regional de choro – agrupamento característico de instrumentos de corda e percussão, com violões de seis e sete cordas, cavaquinho e pandeiro. Entre os músicos a acompanhá-lo está Luizinho 7 Cordas (1946), que permanece catorze anos no grupo.

A partir daí, a carreira como músico profissional alcança notável sucesso, sendo convocado a gravar cerca de vinte discos ao longo das décadas. Em meio aos primeiros vinis, encontra-se um título editado e publicado pela fonográfica Marcus Pereira, um dos selos independentes pioneiros no país, responsável por revelar músicos e estilos populares, mas distantes dos interesses da indústria hegemônica. Além de solista, Evandro do Bandolim e seu regional acompanham Cartola em uma de suas últimas apresentações, em 1978 na Ópera Cabaré, clube noturno paulistano. O espetáculo é convertido em disco, Cartola Ao Vivo, lançado no ano seguinte.

Entre suas composições, destacam-se “Meu bandolim no choro”, escrita com Daniel, “Não te metas”, com Amador Pinho, e “No tempo do rapé”, ao lado de Niquinho. Para além das apresentações no Brasil, lança um LP na França, Le Bandolin Brésilien par Evandro, e outros quatro no Japão, onde, no início da década de 1990, toca choro ao lado de músicos daquele país. Já na condição de intérprete, grava músicas de Pixinguinha (1897-1973) e Ernesto Nazareth (1863-1934).

Auxiliando na consolidação do choro como gênero musical autêntico do Brasil, Evandro do Bandolim se consolida em São Paulo e transpõe as fronteiras do país para espalhar pelo mundo os dedilhados dos bandolins, violões e pandeiros que marcam a música popular brasileira.

Obras 1

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Fontes de pesquisa 8

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  • BARROCCO, Enzo Carlos. Com Evandro do Bandolim por outros campos de trigo. Recanto das Letras, Belém, ago. 2007. Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/biografias/619012. Acesso em: 25 set. 2022.
  • DINIZ, André. Almanaque do choro: a história do chorinho, o que ouvir, o que ler, onde curtir. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 2003.
  • GEUS, José Reis de. Pixinguinha e Dino Sete Cordas: reflexões sobre a improvisação no choro. 2009. 162 f. Dissertação (Mestrado em Música) – Escola de Música e Artes Cênicas, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2009.
  • MAGOSSI, José Eduardo Gonçalves. A gravadora Marcus Pereira e o mapa musical do Brasil. Revista Rumores, v.1, n. 9, jan.-jun. 2011.
  • MAIR, Marylinn. A History of Chôro in Context. Mandolin Quarterly, v. 5, n. 1, 2000.
  • MOURA, Jorge Antonio Cardoso. A tradição na escola do bandolim brasileiro. In: V Simpósio Nacional de História Cultural, V, 2010, Brasília. Ler e ver: paisagens subjetivas, paisagens sociais, Brasília: Universidade Federal de Brasília, 2010, [s.p.].
  • NEDER, Alvaro. About Evandro do Bandolim, Apple Music. Disponível em: https://music.apple.com/cl/artist/evandro-do-bandolim/213822550?l=en. Acesso em: 25 set. 2022.
  • SILES, Felipe. O negro no choro paulista: racismo, historiografia, música, território e profissão. 2019. 28 fls. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso en Histórias e Culturas Indígenas e Afro-brasileiras para a Educação) – Faculdade de Conchas, Conchas, 2019.

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