Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Gabriela Motta

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 26.08.2024
1975 Brasil / Rio Grande do Sul / Pelotas
Gabriela Kremer Motta (Pelotas, Rio Grande do Sul, 1975). Pesquisadora, crítica e curadora de artes visuais. Pesquisa a relação entre arte contemporânea e instituições de arte, buscando perceber como esses espaços se constituem e como a arte dialoga com a institucionalidade. Na prática curatorial, trabalha com artistas que questionam o espaço ge...

Texto

Abrir módulo

Gabriela Kremer Motta (Pelotas, Rio Grande do Sul, 1975). Pesquisadora, crítica e curadora de artes visuais. Pesquisa a relação entre arte contemporânea e instituições de arte, buscando perceber como esses espaços se constituem e como a arte dialoga com a institucionalidade. Na prática curatorial, trabalha com artistas que questionam o espaço geográfico e as noções de temporalidade e que são atravessados por relações entre matéria, tempo, espaço físico e simbólico. 

Gabriela tem o primeiro contato com artes visuais ao acompanhar processos artísticos como aluna do espaço Torreão, em Porto Alegre, uma escola de artistas dedicada à prática e reflexão sobre arte, criada pelos artistas Elida Tessler (1961) e Jailton Moreira (1960). Nesse espaço, realiza sua primeira curadoria com a exposição Contemporão (2004), com trabalhos dos artistas Luiz Roque (1979), Cristina Ribas (1980) e Cristiano Lenhardt (1975).

Em 2005, defende a dissertação de mestrado Entre Olhares e Leituras: uma Abordagem da Bienal do Mercosul 1997-2003, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A pesquisa, publicada em livro posteriormente, analisa as relações entre agentes da Bienal do Mercosul, apresentando entrevistas com artistas das cinco primeiras edições. O trabalho busca traçar o espaço dessa experiência de arte, tanto em via histórica quanto simbólica. Nas pesquisas e curadorias de Gabriela, ela procura entender como os artistas respondem ao seu contexto, ao seu lugar de origem, e levam essa experiência para seus trabalhos.

Em 2007, realiza em parceria com a curadora Fernanda Albuquerque (1978) a exposição Campo Coletivo, no Centro Universitário Maria Antonia da USP, em São Paulo. A mostra apresenta cinco coletivos de artistas – Poro (Belo Horizonte), Cine Falcatrua (Vitória), Laranjas (Porto Alegre), GIA (Salvador) e Espaço Coringa (São Paulo) – que buscam gerar circuitos alternativos ao do sistema da arte. A exposição propõe-se como lugar de conversa e consulta sobre a atuação desses coletivos, expondo materiais gráficos, projeções e ativações.

Gabriela participa como assistente curatorial do Rumos Artes Visuais (2008-2009), promovido pelo Itaú Cultural. Nesse projeto, realiza mapeamento da produção de arte contemporânea da região Sul, percebendo tendências da arte produzida por jovens artistas. Participa dos prêmios PIPA (2015, 2017 e 2019), do Prêmio Marcantonio Vilaça (2014) e do Rumos Itaú Cultural (2010/2013 e 2017/2018) como curadora, experiências por meio das quais entra em contato com produções de arte contemporânea além da região Sul e relevantes para formação de seu repertório e para sua prática curatorial.

Atua como curadora da Galeria Ecarta, em Porto Alegre, e realiza exposições relevantes para sua trajetória, como a mostra Convivência Espacial (2010), com participação dos artistas Luiz Roque, Marcos Sari (1972), Romy Pocztaruk (1983). A mostra apresenta a convivência entre diversos modos de produção da arte contemporânea, colocando trabalhos com diferenças formais no mesmo espaço para entender como podem se relacionar ou não. 

Em 2014, realiza a curadoria da exposição CantosreV (lê-se Canto Verso), do artista Nelson Felix (1954), um desdobramento de sua pesquisa de doutorado. A pesquisa versa sobre as obras do artista que envolvem deslocamento geográfico e trabalha diferentes dimensões de sua produção, considerando a contiguidade dos trabalhos analisados, a temporalidade supra-humana das obras e sua monumentalidade.

A mostra, realizada no Instituto Ling, em Porto Alegre, promove o diálogo entre obras complementares que falam sobre espaço e experiência. Em 4 Cantos (2008), o artista viaja para quatro extremos de Portugal com quatro blocos de pedra. Em cada canto do país, coloca as pedras no solo e desenha paisagens. No último canto, em um espaço interno, o artista coloca os blocos nos cantos da parede e escreve, em ponteiras de bronze, versos do poema “Casa Térrea”, da poeta portuguesa Sophia de Mello Breyner (1919-2004). Na obra Verso (2013), o artista descobre duas ilhas equidistantes da cidade de São Paulo, uma no Oceano Pacífico, outra, no Oceano Atlântico. Ele viaja até essas ilhas e finca no solo três peças de latão que compõem a letra “A”, em homenagem ao poeta catalão Joan Brossa (1919-1998), no poema visual “Desmuntatge”. Gabriela percebe nesses trabalhos de Felix a contiguidade que, no entanto, desafia as noções de tempo e espaço. Em 2015, defende pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo(ECA/USP), a tese Comoumsótrabalho – Sobre os Projetos de Escala Geográfica de Nelson Felix.

Gabriela publica textos sobre os pontos de contato entre as artes visuais e as instituições de arte. Entre suas ações de formação, destaca-se o Seminário Curadoria em Artes Visuais – Um Panorama Histórico e Prospectivo (2017), realizado no Santander Cultural de Porto Alegre. O evento reúne nomes relevantes da curadoria nacional, como Suely Rolnik (1948), Frederico Morais (1936) e Moacir dos Anjos (1963), e propõe uma reflexão sobre a prática e o pensamento curatorial, debatendo temas de história da arte e questões políticas do mundo contemporâneo nas artes visuais.

A prática curatorial de Gabriela Motta é movida pelo interesse em dialogar com a produção de artistas que são influenciados pelos contextos em que vivem, por seus espaços físicos ou simbólicos. A pesquisa sobre as instituições de arte e a curadoria dão ao seu trabalho uma dimensão crítica, que a permite entender como a produção dos artistas responde a esses temas.

Exposições 6

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 12

Abrir módulo

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: