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Enciclopédia Itaú Cultural
Literatura

Adriana Lunardi

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 20.11.2023
28.04.1964 Brasil / Santa Catarina / Xaxim
Adriana Lunardi (Xaxim, Santa Catarina, 1964). Romancista, contista e roteirista de televisão. Em 1979, muda-se para Santa Maria, Rio Grande do Sul, e cursa comunicação social na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Conclui o curso em 1985 e, então, radica-se em Porto Alegre, onde publica seu primeiro livro de contos, As Meninas da Torre ...

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Biografia

Adriana Lunardi (Xaxim, Santa Catarina, 1964). Romancista, contista e roteirista de televisão. Em 1979, muda-se para Santa Maria, Rio Grande do Sul, e cursa comunicação social na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Conclui o curso em 1985 e, então, radica-se em Porto Alegre, onde publica seu primeiro livro de contos, As Meninas da Torre Helsinque, em 1996. Depois de morar em São Paulo em 1998, muda-se, no ano seguinte, para o Rio de Janeiro, onde reside até hoje. Contemplada com a bolsa para escritores da Biblioteca Nacional, em 2000, escreve seu segundo livro de contos, Vésperas, publicado em 2002 e traduzido para francês, espanhol e croata. Corpo Estranho, seu primeiro romance, é lançado em 2006 - o segundo, A vendedora de fósforos, em 2011.

Análise

Tanto no conto como no romance, a escrita de Adriana Lunardi se desenvolve lentamente: explorando a correlação entre ambiente e estados de alma, a narrativa procura desvelar e questionar a conduta das personagens diante dos eventos vividos.

Mesmo quando incide sobre figuras à margem - caso de adolescentes infratores e crianças abusadas em As Meninas da Torre Helsinque (1996) -, o foco é subjetivo, e não centrado na exterioridade dos fatos. De uma presidiária, por exemplo, interessam as reflexões: "Nunca se sabe qual é o lado certo da liberdade", conforme o conto "Sentença".

Em Vésperas (2002), a autora combina dados biográficos e ficção para recriar os momentos finais da vida de nove mulheres, todas importantes figuras no meio intelectual e literário, entre elas Virginia Woolf (1882-1941), Ana Cristina Cesar (1952-1983), Clarice Lispector (1925-1977) e Sylvia Plath (1932-1963).

Corpo Estranho (2006), estreia de Lunardi no romance, apresenta dois protagonistas, Mariana e Paulo. Ela, ilustradora de revistas científicas, aguarda meses o desabrochar de uma flor a fim de retratá-la. Ele, dono de uma galeria de arte, durante anos arrasta a construção de uma casa na serra. O que os define é também o que sintetiza a forma como lidam com a morte de José, irmão de Mariana e amante de Paulo: ela fixa o instante da flor como quem deseja controlar o tempo e ignorar a morte; ele tarda em perceber que findaram também os sonhos com a morte de José.

A morte será o tema também de A vendedora de fósforos (2011) - romance fragmentado em que a narradora-protagonista, após receber a notícia de que a irmã está no hospital, se reencontra com a família e as questões familiares. Uma de suas considerações serve de síntese à forma como a obra Adriana Lunardi, retratando tomadas de consciência, problematiza a literatura: "Ainda hoje parece-me malicioso que o sentido de tudo se revele somente depois, quando não há nada a fazer senão aceitar o novo tamanho e descobrir um lugar onde se caiba. Nisso os sapatos e a consciência se parecem: só quando apertam é que sabemos".

Mídias (1)

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Adriana Lunardi – Encontros de Interrogação (2011)
A escritora catarinense Adriana Lunardi fala sobre a descoberta de sua vocação para a literatura. Com cinco livros publicados, ela diz que seu processo criativo tem várias etapas. Tudo começa com um longo período de luto, angústia e insegurança pela conclusão da obra anterior, até viver em estado de alerta em busca de ideias para um novo trabalho. Ao final do vídeo, Adriana lê um trecho de seu livro A Vendedora de Fósforos (2011).

Depoimento gravado em São Paulo/SP, em setembro de 2011.

Créditos
Presidente: Milú Villela
Diretor-superintendente: Eduardo Saron
Superintendente administrativo: Sérgio Miyazaki
Núcleo de Enciclopédia
Gerente: Tânia Rodrigues
Coordenação: Glaucy Tudda
Produção de conteúdo: Camila Nader, Lucas Rosalin (estagiário)
Núcleo de Audiovisual e Literatura
Gerente: Claudiney Ferreira
Coordenação: Kety Nassar
Produção audiovisual: Camila Fink
Realização do vídeo: Gasolina Filmes
Entrevista: Gabriel Carneiro (terceirizado)
Captação, edição e legendagem (Libras): Sacisamba
Intérprete: Carolina Fomin (terceirizada)
Locução: Júlio de Paula (terceirizado)

Fontes de pesquisa 11

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  • ALMEIDA, Lélia de. Linhagens e ancestralidade na literatura de autoria feminina. Espéculo: Revista de estudios literarios. Universidad Complutense de Madrid, 2004. Disponível em: http://www.ucm.es/info/especulo/numero26/linhages.html. Acesso em: 11 jan. 2013.
  • ANGIOLILLO, Francesca. Vésperas ata escritoras pelo fio da morte. Folha de S.Paulo. São Paulo, 7 set. 2002. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u27181.shtml. Acesso em: 11 jan. 2013.
  • BASTOS DA COSTA, Deise. Figurações da mulher-artista nos contos de Adriana Lunardi. Dissertação (mestrado em história da literatura), Instituto de Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2010.
  • BRIDI, Marlise Vaz. Memórias ficcionais de escritoras: acerca das Vésperas de Adriana Lunardi. In: X Congresso Internacional da Aralic, 2006, Rio de Janeiro, RJ. Anais do X Congresso Internacional da Aralic. Rio de Janeiro: Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2006. p. 1-10.
  • BRIDI, Marlise Vaz. Memórias ficcionais de escritoras: acerca das Vésperas de Adriana Lunardi. In: X Congresso Internacional da Aralic, 2006, Rio de Janeiro, RJ. Anais do X Congresso Internacional da Aralic. Rio de Janeiro: Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2006. p. 1-10.
  • CHIARELLI, Stefania. Resenha de Adriana Lunardi: A vendedora de fósforos. Estudos de literatura brasileira contemporânea, n. 39, jan.-jun. 2012, p. 259-261. Disponível em: http://seer.bce.unb.br/index.php/estudos/article/view/7476. Acesso em: 11 jan. 2013.
  • FRANCO, Adenize. Às vésperas do fim: um passeio pela narrativa contemporânea de Adriana Lunardi. Temas & Matizes, v.5, n.9, 1º semestre 2006. Disponível em: http://e-revista.unioeste.br/index.php/temasematizes/search/titles?searchPage=2. Acesso em: 11 jan. 2013.
  • LISBOA, Adriana. Escrever no Brasil depois de Clarice Lispector: armadilhas ficcionais. Dubito Ego Sum: teoria da literatura. Disponível em: http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/14701840802544025. Acesso em: 11 jan. 2013.
  • OSAKABE, Haquira. Corpo estranho: sobre o romance de Adriana Lunardi. Cadernos Pagu, n. 30. Campinas, jan.-jun., 2008. Disponível em : http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332008000100020#tx03. Acesso em: 11 jan. 2013.
  • TUTIKIAN, Jane F. As meninas da Torre Helsinque. Blau Contos e Poemas, v. 15, p. 5-5, 1997.
  • VASQUES, Marco. Entrevista com Adriana Lunardi. In: ______. Diálogos com a literatura brasileira. Florianópolis: Ed. da UFSC; Porto Alegre: Movimentos, 2004. p.19-30.

Como citar

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