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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Marcio Abreu

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 27.10.2022
11.12.1970 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Reprodução fotográfica Marcus Leoni/Itaú Cultural

Marcio Abreu, 2022

Marcio Alexandre Abreu dos Santos (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1970). Ator, diretor teatral, dramaturgo. Fundador da companhia brasileira de teatro, sediada em Curitiba (PR), onde desenvolve trabalhos com dramaturgias próprias e processos colaborativos junto a artistas nacionais e internacionais. É reconhecido como um dos principais nomes do...

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Marcio Alexandre Abreu dos Santos (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1970). Ator, diretor teatral, dramaturgo. Fundador da companhia brasileira de teatro, sediada em Curitiba (PR), onde desenvolve trabalhos com dramaturgias próprias e processos colaborativos junto a artistas nacionais e internacionais. É reconhecido como um dos principais nomes do teatro contemporâneo, acumulando prêmios de direção e dramaturgia e trabalhos com grandes nomes da cena teatral.

Aos 15 anos, muda-se com a família para a capital paranaense, onde tem seus primeiros contatos com o universo da arte através do circuito independente curitibano, sobretudo com a literatura e o teatro. 

Em seguida, ingressa na Escola Internacional de Teatro da América Latina e Caribe (EITALC), criada em Cuba e sediada na Cidade do México à época. Através da metodologia itinerante e antropológica da escola, passa a conhecer diversos países e culturas da região e aproxima-se de referências do teatro latino-americano, como o brasileiro Fernando Peixoto (1937-2012) e o argentino Oswaldo Dragun (1929-1999).

Em sua formação passa também pela Escola Internacional de Antropologia Teatral (ISTA), na Dinamarca, fundada e dirigida pelo italiano Eugenio Barba (1936), onde aprofunda os conhecimentos aprendidos na EITALC.

De volta a Curitiba, funda nos anos 1990 o Grupo Resistência de Teatro, passando por diversas funções do fazer teatral e marcando sua iniciação e inserção nas artes cênicas. Após seis anos, deixa o grupo e segue com sua carreira independente.

Em 2000, funda a companhia brasileira de teatro, que funciona como um coletivo de artistas de diversas regiões do país e com integrantes variáveis de acordo com cada projeto. Tem como foco principal a pesquisa em processos colaborativos, com o desenvolvimento de novas formas de escrita e de criação na cena teatral contemporânea. Com mais de vinte anos de produção, o grupo tem no núcleo principal Marcio Abreu, Nadja Naira (1972), Giovana Soar (1969), Cassia Damasceno e o produtor José Maria, além de contar alguns colaboradores frequentes como Renata Sorrah (1947) e Rodrigo Bolzan (1977).

A companhia incorpora as experiências do trânsito e do intercâmbio cultural, características da trajetória de Marcio Abreu, em seu modo de funcionamento, constituindo-se através de uma permeabilidade nas trocas com artistas diversos a cada nova montagem. É nesse espaço que Marcio desenvolve a noção de dramaturgia expandida, em que  articula o campo dramatúrgico ao da própria encenação e direção dos espetáculos. Segundo o artista, há uma relação indissociável entre os elementos que constituem uma obra teatral e todos estão sujeitos à transformação no encontro com o outro. Defende-se o exercício da alteridade tanto no conteúdo da peça, quanto no processo criativo pautado no diálogo coletivo. 

O autor assina dramaturgia e direção de inúmeros trabalhos da companhia com reconhecimento nacional, destacando-se Vida (2010), pelo qual recebe os prêmios Trófeu Gralha Azul de direção e dramaturgia; Isso te interessa? (2011), texto de Noëlle Renaude (1949), que lhe rende os prêmios APCA e Bravo! de melhor espetáculo do ano e Questão de Crítica de melhor direção; Esta Criança (2012), do francês Joël Pommerat (1963), sua primeira colaboração com Renata Sorrah e pela qual recebe o prêmio Shell de melhor direção; KRUM (2015), texto de Hanock Levin (1943-1999), mais uma vez com Renata e que lhe rendeu o Prêmio Cesgranrio e Questão de Crítica de melhor espetáculo; e PRETO (2017), dramaturgia em parceria com Grace Passô (1980) e Nadja Naira.

Em 2012, recebe o prêmio de Personalidade de Teatro do Ano pela Folha de São Paulo e tem seu texto Vida, publicado na França, em uma coletânea de dramaturgias contemporâneas de autores latino-americanos. Nos anos seguintes, publica as dramaturgias de Nômades (2015), Maré / PROJETO bRASIL (2016) e PRETO (2019) pela Editora Cobogó.

Fora da cia. brasileira também assina a dramaturgia e direção do espetáculo Nômades (2015), com as atrizes Andréa Beltrão (1963), Malu Galli (1971) e Mariana Lima (1972), além de espetáculos do consagrado Grupo Galpão: Nós (2016) e Outros (2018). Os textos desses dois espetáculos têm co-autoria do ator e fundador do grupo Eduardo Moreira (1961) e são publicados pela Editora Javali em 2018 e 2020 respectivamente.

Em 2022, divide direção e adaptação de texto com Enrique Diaz (1967) no espetáculo O Espectador, inspirado em texto do dramaturgo romeno Matéi Visniec (1956). No elenco estão Renata Sorrah, Andrea Beltrão, Marieta Severo (1946) e Ana Baird (1970).

Em paralelo à sua carreira artística, possui ainda atuação importante no campo da pedagogia teatral, ministrando cursos, oficinas, seminários e palestras sobre processos de criação e dramaturgia em todo o país. Destaca-se sua atuação como orientador do Núcleo de Encenação do Serviço Social da Indústria do Paraná (Sesi PR).

Seus trabalhos são marcados por uma forte presença dos corpos em cena na fronteira entre o real e a ficção, tensionando a representação tradicional e dialogando com a influência do teatro pós-dramático performativo. Há também uma recorrente relação direta com o público em suas encenações, fruto de sua constante busca por uma experiência compartilhada. Já as suas dramaturgias carregam, além do pensamento de encenador, um convite à reflexão crítica sobre a realidade brasileira e do ser humano, se relacionando com as urgências de seu tempo e transbordando as questões sociais cotidianas. 

Marcio Abreu consagra-se como um dos principais encenadores e dramaturgos do teatro brasileiro contemporâneo, consolidando um estilo próprio de dramaturgia expandida e com trabalhos marcados pelo acontecimento cênico compartilhado entre artistas e público. Seu reconhecimento lhe permite trabalhar com artistas de diversas partes do país e de diversas gerações, sem perder de vista sua criticidade e o desejo de provocar reflexão com suas obras.

Espetáculos 48

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Mídias (1)

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Marcio Abreu - série Cada Voz (2022)
O dramaturgo e diretor Márcio Abreu, criador da Companhia Brasileira de Teatro, reflete sobre suas mais recentes produções e sobre o próprio ato da criação artística (que, segundo ele, gera um campo de sensibilidade e uma abertura para a leitura de mundo). Seu discurso revela as influências de sua infância e as experiências de trânsito e deslocamento em sua trajetória.

Cada voz
A série “Cada voz” é um projeto da "Enciclopédia Itaú Cultural" com registros de depoimentos de artistas de diferentes áreas de expressão, como literatura, música, teatro e artes visuais. Conduzidos pelo fotógrafo Marcus Leoni, os vídeos capturam o pensamento dos artistas sobre seu processo de criação e sua visão sobre a própria trajetória. Os registros aproximam o público do artista, que permite a entrada no camarim, no ateliê ou na sala de escrita.

ITAÚ CULTURAL

Presidente: Alfredo Setubal
Diretor: Eduardo Saron
Gerente do Núcleo de Enciclopédia: Tânia Rodrigues
Produção de conteúdo: Pedro Guimarães
Núcleo de Audiovisual e Literatura
Gerente: André Furtado
Coordenação: Kety Nassar
Produção audiovisual: Amanda Lopes
Edição de conteúdo acessível: Richner Allan
Direção, edição e fotografia: Marcus Leoni
Montagem: Renata Willig
Interpretação em Libras: FFomin Acessibilidade e Libras (terceirizada)

O Itaú Cultural integra a Fundação Itaú para Educação e Cultura. Saiba mais em fundacaoitau.org.br.

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