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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Débora Bolsoni

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 31.10.2022
29.07.1975 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Registro Fotográfico Cia de Foto/Itaú Cultural

Lanças, 2008
Débora Bolsoni
Alumínio

Débora de Lima Bolzoni (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1975). Artista visual, educadora. Sua produção inclui desenhos, esculturas e instalações. Em sua abordagem predominantemente espacial, explora e propõe possíveis relações entre os objetos de suas instalações e o ambiente em que estão inseridas. Para tanto, a artista observa e resgata do cot...

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Débora de Lima Bolzoni (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1975). Artista visual, educadora. Sua produção inclui desenhos, esculturas e instalações. Em sua abordagem predominantemente espacial, explora e propõe possíveis relações entre os objetos de suas instalações e o ambiente em que estão inseridas. Para tanto, a artista observa e resgata do cotidiano elementos triviais – como os da construção civil ou da culinária doméstica – para que, em diferentes contextos e configurações, estabeleçam novos sentidos.

Durante a infância em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, acompanha o processo de construção, conduzido por seu pai empreiteiro, das casas em que vivem. O relacionamento próximo com os materiais de construção bem como a percepção espacial e sociocultural do ambiente se tornam fundamentais e são retomados em sua formação e suas práticas artísticas.

Na adolescência, frequenta cursos de artes visuais na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV Parque Lage), no Rio de Janeiro, e na Saint Martin School of Art, em Londres. Em 1995, entra na Escola de Comunicação e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP) e se forma bacharel em gravura. Em seguida, obtém licenciatura em artes pelo Instituto Metodista Bennett, no Rio de Janeiro. 

Em 2014, torna-se mestre em poéticas visuais pela ECA com dissertação composta por ensaios sobre sua prática artística, como a influência dos artistas Hélio Oiticica (1937-1980) e Cildo Meirelles (1948), principalmente na questão do espaço expositivo que se articula pela inserção das obras e interação com o público.

O interesse pela articulação do espaço a partir de elementos construtivos é percebido na série Baldios. Ela tem início em 1999 e atravessa várias fases de sua produção – faz referência às características vernaculares da arquitetura brasileira e suas representações socioculturais. Dessa série, a obra Bolo (1999) coloca dois blocos cerâmicos de vedação (conhecidos como "tijolo baiano") apoiados sobre um suporte de bolo, e sobre eles há uma camada de massa de cimento colorida, salpicada com fragmentos de granito. A alusão à confeitaria está presente no jogo de palavras que a obra evoca (massa de pedreiro/massa de confeiteiro) e o embaralhamento das atribuições de gênero se apresenta nas práticas consideradas tradicionais do universo masculino (a construção) e feminino (a culinária).

Em Quebra-mola de paçoca, concebida em 2007 para a mostra 30º Panorama da Arte Brasileira: Contraditório (MAM/SP), a artista reforça o interesse pelo embaralhamento entre seus materiais/ingredientes constitutivos. Nessa obra, utiliza a receita da tradicional paçoca (doce das festividades juninas feito com farinha de amendoim, farinha de mandioca e açúcar) para montar, com 8 metros de comprimento, um quebra-mola (conhecido também como lombada), elemento transversal de concreto utilizado para redução de velocidade nas ruas brasileiras.

O interesse pela troca de contexto de elementos arquitetônicos é retomado na instalação Lanças (2008), criada para o edifício do Itaú Cultural por ocasião da mostra Quase líquido. A artista percebe um grande espaço vazio entre o hall de elevadores e a estrutura que compõe a fachada. Esse recuo foi previsto para acomodar a escultura Série Veneza, de Waltércio Caldas (1946), em exposição durante um determinado período. Lanças apresenta um gradil de barras paralelas, com pontas de lança nas extremidades, que ocupa toda a altura do hall de elevadores, estimulando o olhar do espectador para os contrastes e as sobreposições, com estilos e usos variados, que se encontram na paisagem da cidade. 

A partir das referências históricas e identitárias de materiais e saberes da cultura popular – entre eles a arquitetura e a culinária –, Débora Bolsoni apresenta os princípios que orientam e articulam sua prática artística, onde o espaço é ativado pela integração dos elementos, com sentidos remanejados e ampliados.

Obras 4

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Registro fotográfico João Luís Gago Batista

Buraco 1

Buraco iluminado internamente e lente biconvexa
Registro Fotográfico Cia de Foto/Itaú Cultural

Lanças

Alumínio

Exposições 55

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Fontes de pesquisa 5

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