Maria Vasco
Texto
Maria da Cunha Vasco. (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1879 – Lausanne, Suíça, 1965). Pintora. É aluna do pintor alemão Benno Treidler (1857-1931), no Rio de Janeiro. Entre 1898 e 1908, participa de todas as edições da Exposição Geral de Belas Artes (Egba), na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio, sendo premiada em 1898, 1904 e 1905. Sua obra é citada pelo crítico Gonzaga Duque (1863-1911), em Contemporâneos: Pintores e Esculptores (1929), e por Laudelino Freire (1873-1937) em Um Século de Pintura (1916). Em 2004, integra, postumamente, a mostra Mulheres Pintoras, na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Análise
A pintora Maria Vasco aparece na literatura crítica geralmente associada à irmã, Ana Vasco (1881-1938), também paisagista. Ambas estudam no Rio de Janeiro com o pintor alemão Benno Treidler, com quem têm aulas de pintura ao ar livre e aquarela.
O crítico Gonzaga Duque salienta o talento das irmãs e aponta a influência de Treidler na qualidade de suas produções. Menciona, ainda, a presença de ambas nas Exposições Gerais de Belas Artes de 1904, quando são premiadas, e de 1906.
As paisagens produzidas por Maria e aquelas pintadas por Anna, com frequência fixam bairros e pontos pitorescos da cidade do Rio de Janeiro: Copacabana, Ipanema, Praia do Leme, Lagoa Rodrigo de Freitas, entre outros. Petrópolis, no interior do estado, é outro tema constante.
Na aquarela Cantinho do Leme, 1898, Maria trabalha com manchas e pinceladas impressionistas, rápidas, curtas e justapostas, aliadas a uma paleta na qual predominam rosas, lilases e amarelos. Chama a atenção o detalhe da personagem feminina que pinta uma tela sobre o colo. Protegida do sol por uma sombrinha, a figura à esquerda da composição remete à atividade artística exercida por ela e suas irmãs, e a seu conhecimento da técnica de pintar ao ar livre, associada ao impressionismo. A mata, ao redor da personagem, é banhada por luz e o Pão de Açúcar aparece, imponente, ao fundo. A marinha de 1901, intitulada Paisagem, tem fatura e paleta semelhantes às da tela já citada, confirmando o tratamento plástico característico das aquarelas da artista.
Exposições 12
Fontes de pesquisa 4
- BERGER, Paulo (org.). Pinturas e pintores do Rio antigo. Apresentação de Sérgio Sahione Fadel. Textos de Paulo Berger, Herculano Gomes Mathias e Donato Mello Júnior. Rio de Janeiro: Kosmos, 1990.
- DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
- DUQUE, Gonzaga. Contemporâneos: pintores e esculptores. Rio de Janeiro: Tipografia Benedicto de Souza, 1929.
- FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
Como citar
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MARIA Vasco.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa23992/maria-vasco. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7