Anelis Assumpção

Anelis Assumpção, 2019
Texto
Anelis Assumpção (São Paulo, São Paulo, 1980). Cantora e compositora. Ao resgatar a sonoridade de importantes movimentos musicais brasileiros, como o tropicalismo e a vanguarda paulista, investe no experimentalismo musical para produzir suas canções. Os gêneros que compõem sua música variam entre afrobeat, dub, groove, reggae, entre outros.
Nascida no bairro da Penha, zona leste da cidade de São Paulo, Anelis tem contato com a música desde cedo: filha do cantor e compositor Itamar Assumpção (1949-2003), incorpora ao seu fazer musical aspectos singulares da chamada “vanguarda paulista”, movimento que eclodiu na cidade de São Paulo no final da década de 1970. Seus arranjos dão continuidade à irreverência sonora típica dos tropicalistas, resgatada pela vanguarda paulista, enquanto a performance no palco resgata o aspecto contracultural que influenciou esses movimentos.
Inicia a carreira em 2001, fazendo backing vocals para Itamar Assumpção. Integra o grupo DonaZica, com Andréia Dias (1973) e Iara Rennó (1977). A estreia como solista ocorre em 2007. Suas canções falam de amor, autoestima, traição, cidade de São Paulo, comida etc. Trata das relações amorosas colocando a mulher como protagonista.
A possibilidade de gravar o primeiro álbum, Sou Suspeita, Estou Sujeita, Não Sou Santa (2011), decorre do licenciamento de direitos autorais sobre a obra de Itamar Assumpção. O álbum é bem acolhido pela crítica nacional e internacional, em particular, pelos principais festivais do Brasil e de Portugal.
O disco de estreia tem canções como “Bola com os amigos”, “Paixão cantada” e “Luz nos meus olhinhos” – alusão à canção “Pela Luz dos olhos teus”, de Tom Jobim (1927-1994) e Miúcha (1937-2018). Há também canções em inglês, como “Neverland”, “One Day” e “Secret”. O álbum se inicia com uma gravação de Itamar, “Mulher segundo meu Pai”, e finaliza com “Paixão cantada (o urso da cara brilhante)”, composta e interpretada pela filha de Anelis, Rubi Assumpção. Esse “retorno ao pai” e a “conclusão pela filha” dão ao disco um caráter de continuidade artística familiar, revelando as origens (o avô/pai) e concluindo com a possibilidade de futuro (neta/filha).
Em 2014, Anelis lança o álbum Amigos Imaginários, com mixagem do produtor americano Victor Rice (1967). Além de canções em português, o disco traz “inconcluso”, em espanhol. Há também parcerias de interpretação e composição com artistas que, assim como ela, levam frescor à cena da música popular brasileira. É o caso de “Declamação” e “Declaração”, produzidas com Céu (1980) e Kiko Dinucci (1977). Com esse disco, conquista o prêmio Deezer de artista do ano (2014) e o prêmio da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), de melhor artista revelação (2015).
O terceiro álbum, Taurina (2018), é inspirado na cidade de São Paulo e nos alimentos. Bem recebido pela crítica, é eleito pelo júri especializado do Prêmio Multishow como o melhor disco de 2018. Ao receber o prêmio, Anelis o dedica a todos os artistas independentes do país.
Além da carreira como cantora e compositora, Anelis trabalha como atriz e apresentadora: participa de vários episódios do programa Telecurso 2000; em 2009, apresenta o reality show Ecoprático, com o músico Peri Pane (1975); e, em 2010, na TV Cultura, o programa Manos e Minas, com o rapper Max B.O. (1979).
O ecletismo e o caráter experimental da produção de Anelis fazem dela uma artista que não se define de antemão, ainda que a combinação de várias referências musicais e a suavidade de seu timbre revelem a peculiaridade de sua produção artístico-musical. É, no entanto, na irreverência e na crítica social dotada de ironia e senso de humor que constrói suas canções, inspiradas na vida cotidiana de uma megalópole como a cidade de São Paulo.
Obras 7
Mídias (1)
Em sua casa, sempre ocupada e em movimento, Anelis não se considera alguém do silêncio. Como elemento de sua produção musical, a escrita se torna estímulo para a criatividade.
Neste vídeo, a cantora também fala sobre o pai, Itamar Assumpção e a irmã, Serena. Comenta o quanto o mercado da música não dissocia a produção familiar de sua trajetória individual.
A Enciclopédia Itaú Cultural produz a série Cada Voz, em que personalidades da arte e cultura brasileiras são entrevistadas pelo fotógrafo Marcus Leoni. A série incorpora aspectos de suas trajetórias profissionais e pessoais, trazendo ao público um olhar próximo e sensível dos artistas.
Créditos
Presidente: Milú Villela
Diretor-superintendente: Eduardo Saron
Superintendente administrativo: Sérgio Miyazaki
Núcleo de Enciclopédia
Gerente: Tânia Rodrigues
Coordenação: Glaucy Tudda
Produção de conteúdo: Camila Nader
Núcleo de Audiovisual e Literatura
Gerente: Claudiney Ferreira
Coordenação: Kety Nassar
Produção audiovisual: Letícia Santos
Edição de conteúdo acessível: Richner Allan
Direção, edição e fotografia: Marcus Leoni
Assistência e montagem: Renata Willig
Assistência de fotografia: Martha Salomão
Links relacionados 1
Fontes de pesquisa 8
- ANELIS Assumpção faz show do 1º álbum solo em SP. O Estado de S. Paulo, 9 jun. 2011.
- ANELIS Assumpção. Barulho Cultural, 23 ago. 2011.
- ANELIS, Assumpção. Site oficial da artista. Disponível em: https://www.anelisassumpcao.com. Acesso em: 20 out. 2019
- Apresentadores do programa "EcoPrático" participam de bate-papo em SP. Folha.com, 11 jun. 2010.
- INSTITUTO Cravo Albin. Anelis Assumpção. In: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro. Disponível em: http://dicionariompb.com.br/anelis-assumpcao. Acesso em: 20 out. 2019
- Patricia Palumbo. Vozes do Brasil. Entrevista concedida ao blog do programa Vozes do Brasil da jornalista Patricia Palumbo. Disponível em: http://patriciapalumbo.com/tag/anelis-assumpcao/ Acesso em: 25 setembro 2012.
- VIEIRA, Kauê [entrevista]. “Anelis Assumpção: feminismo é um mar completo e vai abraçar todas as pessoas”. Revista Hypeness. Disponível em: https://www.hypeness.com.br/2018/12/anelis-assumpcao-feminismo-e-um-mar-completo-e-vai-abracar-todas-as-pessoas/. Acesso em: 20 out. 2019
- ZWETSCH, Ramiro. “Taurina, de Anelis Assumpção é um disco para a história”. Radiola Urbana. Disponível em: https://radiolaurbana.blogosfera.uol.com.br/2018/09/26/taurina-de-anelis-assumpcao-e-um-disco-pra-historia/. Acesso em: 20 out. 2019
Como citar
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ANELIS Assumpção.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa239305/anelis-assumpcao. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
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