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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

José Patrício da Silva Manso

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 17.11.2017
1753 Brasil / São Paulo / Santos
1801 Brasil / São Paulo / Campinas

Imaculada Conceição - painel da portaria, 1777
José Patrício da Silva Manso
Óleo sobre tela
172,00 cm x 74,00 cm

José Patrício da Silva Manso (Minas Gerais, ca.1753 – São Paulo, São Paulo, 1801). Pintor e dourador. A documentação sobre sua vida e a atribuição de obras não são definitivas. A maior parte das informações é de segunda mão ou não detalhada. Considera-se que Silva Manso nasce em Minas Gerais1, apesar de Mário de Andrade (1893-1945) tê-lo por san...

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Biografia

José Patrício da Silva Manso (Minas Gerais, ca.1753 – São Paulo, São Paulo, 1801). Pintor e dourador. A documentação sobre sua vida e a atribuição de obras não são definitivas. A maior parte das informações é de segunda mão ou não detalhada. Considera-se que Silva Manso nasce em Minas Gerais1, apesar de Mário de Andrade (1893-1945) tê-lo por santista2. Encontra-se em São Paulo em torno de 1777. Presume-se ter sido contratado, entre essa data e 1780, para pintar o arco, o teto da capela-mor, as tribunas e quatro painéis do Santíssimo Patriarca na igreja do mosteiro de São Bento de São Paulo. Com a demolição da igreja, as obras perdem-se3. Em 1780 ou 1781, recebe um pagamento não especificado da igreja da ordem terceira da penitência de São Francisco, em São Paulo4. Depois disso e até 1784, acredita-se que pinta o forro da capela-mor da igreja da matriz de Itu, São Paulo, onde sua família vive. Entre 1785 e 1787, pinta o painel da sacristia e o teto da capela-mor da igreja da ordem terceira do Carmo de São Paulo5. Entre 1787 e 1788, há indicações de que esteja no mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, restaurando pinturas de Frei Ricardo do Pilar (1635-1700) e realizando oito telas sobre a vida de José no Egito6. Em 1789, em Itu, é padrinho do filho do pintor Frei Jesuíno de Monte Carmelo (1764-1819), tido por Mário de Andrade como discípulo de Silva Manso7. Falece em 1801 e é enterrado na igreja do mosteiro de São Bento de São Paulo, com licença expressa do bispo8.

Análise

A única obra existente de José Patrício da Silva Manso cuja autoria é documentada é a pintura do teto da sacristia da igreja da ordem terceira do Carmo de São Paulo. Por ela corrobora-se a atribuição não documentada – mas afirmada por diversos autores – da pintura do teto da capela-mor da igreja da matriz de Itu, São Paulo, sua obra mais conhecida e reproduzida.

Esse teto apresenta um medalhão central ligado aos cantos e aos lados por rocalhas e guirlandas floridas. Ao fundo, um céu ilusionista claro, com nuvens e anjos. Diferentemente de pinturas de teto do Nordeste e mesmo de Minas Gerais, não há imitação de arquitetura. As principais cores são azul, vermelho e branco, comuns nesse tipo de pintura.

No medalhão, figura-se a apresentação do Menino Jesus no templo. A composição da cena é em diagonal ascendente e remete a traçados do barroco europeu. As roupas das figuras têm planejamento cuidadoso e os rostos, apesar de não harmoniosos, distinguem as emoções de cada participante. Um detalhe interessante é o chão do templo, em que se busca apresentar os quadrados do piso em perspectiva, expediente que visa mostrar habilidade no ofício.

Características gerais que se espera encontrar em outras obras atribuídas a Silva Manso são: coloração clara e desenho mais preciso nos motivos decorativos, como rocalhas e flores, do que nas figuras humanas e nas cenas, e evidente conhecimento das técnicas do ofício e dos modelos.

Notas

1 ARAÚJO, Maria Lucília Viveiros. O mestre-pintor José Patrício da Silva Manso e a pintura paulistana do setecentos. Dissertação (Mestrado em Artes) – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo , São Paulo, 1997. p. 54 e 58. A autora não encontra registro do pintor ou de sua família em Santos. 

2 ANDRADE, Mário. Padre Jesuíno do Monte Carmelo. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1963. p. 32.

3 ARAÚJO, Maria Lucília Viveiros. O mestre-pintor José Patrício da Silva Manso e a pintura paulistana do setecentos. Dissertação (Mestrado em Artes) – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo , São Paulo, 1997. p. 55.

4 Ibidem, p. 56.

5 Ibidem, p. 72. Essas são as únicas obras documentadas com certeza.

6 Ibidem, p. 57.

7 Ibidem, p. 57. Não há documentação que comprove essa relação de trabalho. Há, sim, prova da relação de compadrio e também do fato de ambos os pintores terem trabalhado em algumas igrejas em comum, mas não se sabe exatamente se no mesmo momento.

8 Ibidem, p. 58.

Obras 8

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Exposições 4

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Fontes de pesquisa 10

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ANDRADE, Mário de. Padre Jesuíno do Monte Carmelo. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1963. 273 p. (Obras completas de Mário de Andrade, 16).
  • ARAÚJO, Emanoel (Coord.). Um olhar crítico sobre o acervo do século XIX: reflexões iconográficas. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo, 1994.
  • ARAÚJO, Emanoel (org.). A Mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica. São Paulo, SP: Tenenge, 1988.
  • ARAÚJO, Maria Lucília Viveiros. O mestre-pintor José Patrício da Silva Manso e a pintura paulistana do setecentos. Dissertação (Mestrado em Artes) – Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo , São Paulo, 1997.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988. MARTINS, Judith. Dicionário de artistas e artífices dos séculos XVIII e XIX em Minas Gerais. Rio de Janeiro: Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 1974. 2v.,(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 27).
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Negros, pardos e mulatos na pintura e na escultura brasileira do século XVIII. In: ARAÚJO, Emanoel (org.). A Mão afro-brasileira: significado da contribuição artística e histórica. São Paulo: Tenenge, 1988.
  • LEMOS, Carlos A. C. Lemos. MANUEL, Pedro. Na terra dos tropeiro. In: ARTE no Brasil. Introdução Pietro Maria Bardi. São Paulo: Abril Cultural, 1982.
  • VALLADARES, Clarival do Prado. Rio Barroco: análise iconográfica do Barroco e Neoclássico Remanentes no Rio de Janeiro. Apresentação Marcos Tamoyo; edição Rio de Janeiro (Cidade). Prefeitura; fotografia Clarival do Prado Valladares. Rio de Janeiro: Bloch, 1978. [400] p., il. color. v.1.

Como citar

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