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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Cicarelli

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 12.11.2023
25.01.1811 Itália / Campânia / Nápoles
05.05.1879 Chile / a definir / Santiago
Reprodução fotográfica autoria desconhecida

Retrato da Condessa de Algezur, 1847
Cicarelli
Óleo sobre tela
91,00 cm x 73,00 cm

Alessandro Cicarelli (Nápoles, Itália 1811 - Santiago, Chile, 1879) Pintor e professor. Conclui sua formação artística em Nápoles. Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1840, onde participa ativamente da vida artística, expondo e lecionando. Na Exposição Geral de Belas Artes de 1843, da Academia Imperial das Belas Artes - Aiba, apresenta dois re...

Texto

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Alessandro Cicarelli (Nápoles, Itália 1811 - Santiago, Chile, 1879) Pintor e professor. Conclui sua formação artística em Nápoles. Transfere-se para o Rio de Janeiro em 1840, onde participa ativamente da vida artística, expondo e lecionando. Na Exposição Geral de Belas Artes de 1843, da Academia Imperial das Belas Artes - Aiba, apresenta dois retratos e duas telas que mostram, respectivamente, uma formação de tropas em Nápoles e uma cena ao luar. No ano seguinte, recebe de Dom Pedro II a comenda Cavaleiro da Ordem de Cristo. É designado professor de desenho da imperatriz Dona Teresa Cristina. Em 1846, é incumbido pelo imperador de representar seu casamento com a imperatriz em uma imponente tela, destinada à Sala Encarnada do Paço da Cidade e cuja moldura é encomendada a José Ruqué, mestre dourador da Casa Imperial. Em 1881, a obra é apresentada na exposição de História do Brasil, de 1881, e, posteriormente, é levada para a Europa por Dom Pedro. Cicarelli muda-se para o Chile em 1848 e torna-se diretor da escola de pintura de Santiago a partir de sua criação, em 1849, até cerca de 1871. Três de suas pinturas pertencem à coleção do Museu Nacional de Belas Artes - MNBA, no Rio de Janeiro: o retrato do desembargador Rodrigo de Souza da Silva Pontes e os retratos do conde e da condessa de Aljezur.
 

Análise

Cicarelli forma-se nos moldes do ensino acadêmico Italiano. Especializa-se em retratos e cenas históricas, o gênero então mais valorizado de pintura. Em sua cidade natal, é reconhecido como retratista de estilo severo. No Rio de Janeiro do período, esse tipo de artista é muito apreciado. São retratos e a pintura histórica que Cicarelli expõe na 4ª Exposição Geral, 1843, que lhe valem a comenda de Cavaleiro da Ordem de Cristo, a designação como professor de desenho da Imperatriz e também o elogio do pintor e crítico Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879).

Segundo o pintor e historiador Quirino Campofiorito (1902-1993), a atenção que o imperador Dom Pedro II dá aos artistas dispostos a retratar a família imperial e contribuir para o ensino no país atrai artistas como Cicarelli. O espírito aventureiro desses artistas aportados no Brasil nos anos 1840 e 1850 é o que explicaria a subsquente ida do pintor ao Chile.1

O crítico Gonzaga-Duque (1863-1911), a respeito do quadro Uma revista no Campo de Marte em Nápoles, apresentado em 1843, o julga bem desenhado, colorido com simplicidade e de proporções regulares. Já o Casamento de S. M. D. Thereza Christina, de 1846, parece ao crítico uma obra fraca em composição e colorido, de aspecto geral duro e desagradável.2

Em texto citado pelo crítico e historiador Roberto Pontual (1939-1994), afirma-se que  os retratos e as paisagens - a que hoje não se tem acesso -, são considerados o melhor de sua obra e que, ainda assim, ele é mais conhecido por sua atividade pedagógica no Chile.3

Notas

1. CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.

2. DUQUE, Gonzaga. A arte brasileira. Rio de Janeiro: H. Lombaerts & C., 1888, p. 63.

3. PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.

Obras 1

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Exposições 15

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Fontes de pesquisa 17

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
  • ARTE no Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1982.
  • AULLER, Guilherme. O imperador e os artistas. Petrópolis: Tribuna de Petrópolis, 1955.
  • BRAGA, Theodoro. Artistas pintores no Brasil. São Paulo: São Paulo Editora, 1942.
  • CAMPOFIORITO, Quirino. História da pintura brasileira no século XIX. Rio de Janeiro: Pinakotheke, 1983.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • EXPOSIÇÃO de Retratos Femininos. Rio de Janeiro: Museu Nacional de Belas Artes, 1954.
  • FREIRE, Laudelino. Um século de pintura: apontamentos para a história da pintura no Brasil de 1816-1916. Rio de Janeiro: Fontana, 1983.
  • LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro: Artlivre, 1988.
  • MARTINS, Carlos (org.). Revelando um acervo: coleção brasiliana. São Paulo: BEI Comunicação, 2000. (Brasiliana).
  • MORALES DE LOS RIOS FILHO, Adolfo. Grandjean de Montigny e a evolução da arte brasileira. Rio de Janeiro: Noite, 1941.
  • MORALES DE LOS RIOS FILHO, Adolfo. O ensino artístico: subsídio para a sua história, 1816-1889. Rio de Janeiro: [s.n.], [1938?].
  • Os Pintores Viajantes: Acervo Museu Nacional de Belas-Artes. Rio de Janeiro: MNBA, 1994.
  • PEDERNEIRAS, Raul. O irredentismo em arte. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 20 de set. 1924, p. 6.
  • PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
  • SÃO PAULO (ESTADO). SECRETARIA DA CULTURA. Pintores Italianos no Brasil. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Estado da Cultura/Sociarte, 1982.

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