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Enciclopédia Itaú Cultural
Música

Letícia Sabatella

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 16.09.2019
08.03.1971 Brasil / Minas Gerais / Belo Horizonte
Registro fotográfico Marcus Leoni

Letícia Sabatella, 2019

Letícia Sabatella (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1971). Atriz, cantora e diretora. Inicia a carreira no balé, passa pelo cinema e teatro, mas trabalha predominantemente para a televisão, em que se destaca interpretando personagens com histórias dramáticas. Tem em sua trajetória trabalhos que interligam múltiplas linguagens artísticas, como inter...

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Letícia Sabatella (Belo Horizonte, Minas Gerais, 1971). Atriz, cantora e diretora. Inicia a carreira no balé, passa pelo cinema e teatro, mas trabalha predominantemente para a televisão, em que se destaca interpretando personagens com histórias dramáticas. Tem em sua trajetória trabalhos que interligam múltiplas linguagens artísticas, como interpretação, canto e dança, além do ativismo em defesa do meio ambiente e dos direitos humanos. 

Criada em Curitiba, no Paraná, onde vive dos 4 aos 20 anos, Sabatella se aproxima dos palcos por meio do balé amador, no Teatro Guaíra. Ali, passa a infância assistindo a espetáculos de dança, teatro, concertos e óperas. Aos 14 anos, estreia como atriz na peça O Jardim da Terra, do Grupo Alma Nua. Ingressa na faculdade de Artes Cênicas em 1988, período em que participa do Coral Sinfônico do Paraná.

O primeiro trabalho para a televisão acontece em 1991: a convite do diretor Luiz Fernando Carvalho (1960), participa do episódio “Os Homens Querem Paz”, do programa Caso Especial (Rede Globo), no papel de Rita.

Poucos meses depois, a atriz ganha destaque na novela O Dono do Mundo, da mesma emissora, ao interpretar a personagem Taís, mulher que decide se prostituir para ascender socialmente1. Na trama escrita por Gilberto Braga (1945), atua como par romântico de Beija-Flor, personagem vivido pelo ator Ângelo Antônio (1964). A atriz lembra que, apesar do caráter duvidoso dos personagens, eles eram carismáticos. As discussões sobre os comportamentos do casal – como a propina oferecida a Beija-Flor, incentivado por Taís a aceitar – fomentam debates sobre honestidade e corrupção no Brasil, um ano antes do impeachment do então presidente Fernando Collor (1949). 

Embora uma rápida passagem pela TV Manchete, em 1994, para a novela 74.5 – Uma Onda no Ar, é na Globo que Letícia Sabatella desenvolve boa parte da carreira televisiva, participando de folhetins de sucesso, como Torre de Babel (1998) e O Clone (2001).

Na emissora, a atriz passa a integrar com mais frequência o elenco de projetos especiais, a exemplo de Hoje É Dia de Maria (2005), reencontro dela com o diretor Luiz Fernando Carvalho. A minissérie de duas temporadas, baseada em contos da oralidade popular, é umas das primeiras experiências nacionais de alta audiência a mesclar linguagem cinematográfica à teledramaturgia.

No cinema, atua em curtas-metragens como Decisão (1997) e Balé da Chuva (2014) e também faz participações em longas, a exemplo de Chico Xavier (2010), interpretando Maria, mãe do famoso médium brasileiro.   

Fora das telas, Sabatella se dedica a alguns espetáculos teatrais que flertam com a música, sua primeira paixão artística. Assim, pode exercer, além do trabalho de atuação, o de canto e composição. Em 2011, estreia Alma Boa de Lugar Nenhum, no papel de Geni, um misto de show e teatro, em que interpreta textos de Bertolt Brecht e canta composições de autoria própria e do cancioneiro popular.

Em 2014, encena Trágica 3, como Antígona, sob direção de Guilherme Leme (1961). Na peça – releitura contemporânea das tragédias gregas Antígona, Medeia e Electra – Sabatella dá vida à personagem clássica com “toda a emoção mediterrânea expressa em lágrimas no rosto lavado”, como elogia o crítico Jefferson Del Rios (1943), de O Estado de S.Paulo

A trajetória artística de Letícia Sabatella está ligada também à atuação em movimentos sociais de luta por melhores condições ambientais e por direitos de igualdade entre as pessoas. Temas que a atriz interliga ao trabalho, sobretudo em projetos paralelos à televisão. “Não que eu seja a arma, ferramenta única”, diz a atriz, “mas [utilizo meu trabalho] em nome das pessoas que se entregam, se dedicaram, que já foram mortas por isso; que já lutaram para que mais pessoas tivesse dignidade, liberdade ou condições de igualdade, para que esse sentido do amor fosse mais plenamente realizado”2.

Nesse sentido, por exemplo, a atriz roda o documentário Hotxuá (2012), dirigido por ela e Gringo Cardia, sobre o cotidiano e a celebração do período chuvoso na cultura dos índios krahô, no Tocantins; e também participa da peça Haiti Somos Nós (2016), da Cia. de Teatro Os Satyros, em que divide a cena com haitianos refugiados no Brasil. Une-se a grupos e entidades contrárias à obra de transposição do Rio São Francisco, no Nordeste, e, em 2016, visita o Papa Francisco, em Roma, para denunciar a crise política brasileira.

As múltiplas habilidades de Letícia Sabatella, como o canto, a atuação e a dança, fazem dela uma artista complexa e polivalente, capaz de trabalhar com diferentes linguagens artísticas. Com sua passagem pela televisão, vivendo personagens de histórias envolventes e dramáticas, torna-se uma atriz popular. Além disso, destaca-se pelo engajamento político em campos progressistas, marca de sua personalidade e também norte de seus projetos profissionais.    

Notas

1. LETÍCIA SABATELLA. Memória Globo. Disponível em: http://memoriaglobo.globo.com/perfis/talentos/leticia-sabatella.htm. Acesso em: 20 jul. 2019.

2. SABATELLA, Letícia. Entrevista concedida pela atriz ao Programa do Jô, Rede Globo, São Paulo, maio 2016. Disponível em:  https://globoplay.globo.com/v/5012722/. Acesso em: 4 ago. 2019

Espetáculos 6

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Mídias (1)

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Letícia Sabatella – Série Cada Voz (2019)
A atriz Letícia Sabatella fala da percepção de si, suas lutas e pondera que a realização individual é incompleta diante das necessidades e realizações coletivas. Ela lembra com arrependimento não ter passado mais tempo com as avós, comenta a importância de estar presente nas relações e afetos, o medo de sobreviver à morte das pessoas que ama e o da melancolia.

A Enciclopédia Itaú Cultural produz a série Cada Voz, em que personalidades da arte e cultura brasileiras são entrevistadas pelo fotógrafo Marcus Leoni. A série incorpora aspectos de suas trajetórias profissionais e pessoais, trazendo ao público um olhar próximo e sensível dos artistas.

Créditos
Presidente: Milú Villela
Diretor-superintendente: Eduardo Saron
Superintendente administrativo: Sérgio Miyazaki
Núcleo de Enciclopédia
Gerente: Tânia Rodrigues
Coordenação: Glaucy Tudda
Produção de conteúdo: Camila Nader
Núcleo de Audiovisual e Literatura
Gerente: Claudiney Ferreira
Coordenação: Kety Nassar
Produção audiovisual: Letícia Santos
Edição de conteúdo acessível: Richner Allan
Direção, edição e fotografia: Marcus Leoni
Assistência e montagem: Renata Willig
Assistência de fotografia: Martha Salomão

Fontes de pesquisa 3

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