Carla Camurati
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Biografia
Carla de Andrade Camurati (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1960). Diretora, produtora, roteirista, atriz. No final dos anos 1970, abandona graduação em biologia na antiga Federação das Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro (Fefierj) e matricula-se em um curso de férias de teatro. O curso é oferecido pelos atores Gilda Guilhon (1958) e Buza Ferraz (1950-2010), atuando na peça Parabéns pra Você (1978) ao lado de Cazuza (1958-1990) e Pedro Cardoso (1961). Após participação na peça Flicts (1980), recebe convite da Rede Globo para atuar na minissérie Amizade Colorida (1981), primeiro trabalho como atriz de televisão.
Inicia uma série de participações em filmes do chamado novo cinema paulista, tais como O Olho Mágico do Amor (1981) pelo qual é premiada como Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Gramado, 1982 e participa de Onda Nova (1983), ambos de Ícaro Martins (1954) e José Antônio Garcia (1955-2005); A Estrela Nua (1985), de Antonio Meliande (1945) – Prêmio Especial do Júri, Gramado, 1985 – e Cidade Oculta (1986), de Chico Botelho (1948-2001). Com o filme Eternamente Pagu (1988), de Norma Bengell (1935-2013) recebe prêmio de Melhor Atriz em Gramado, 1988.
Começa carreira como diretora com os curtas A Mulher Fatal Encontra o Homem Ideal (1987) e Bastidores (1991). No mesmo período, atua em novelas da Rede Globo, SBT e na extinta TV Manchete. Em 1990, volta ao teatro com a peça Batom e Paraquedas e, em 1991, faz Cartas Portuguesas. Retoma a direção de filmes em 1994 com o longa Carlota Joaquina, Princesa do Brasil, seguidos por La Serva Padrona (1998), Copacabana (2001) e Irma Vap – O Retorno (2006). No teatro, dirige as óperas La Serva Padrona (1996), Madama Butterfly (1999/2002), Carmem (2001) e O Barbeiro de Sevilha (2003).
Análise
Carla Camurati tem uma carreira de direção cinematográfica marcada por realizações pouco convencionais de produção comercial, que vão do chamado filme histórico ao registro fílmico de peças de teatro, traduzindo, para muitos, escolhas ousadas. A estreia em longas-metragens com o filme Carlota Joaquina, Princesa do Brasil , leva aos cinemas cerca de 1,3 milhão de espectadores, tornando a diretora referência do chamado cinema da retomada no país.
A diretora capta os recursos diretamente com as empresas patrocinadoras, num momento de crise no mercado após o fechamento da Embrafilme, trabalhando pessoalmente na distribuição junto aos exibidores. Em La Serva Padrona, adapta para o cinema a ópera bufa do compositor italiano Giovanni Pergolesi (1710-1736), escrita em 1733. Apesar de contar com a proximidade da câmera e uma fotografia bem elaborada, o filme se apresenta conservador quanto ao uso da linguagem cinematográfica. Para o crítico Antonio Querino Neto, o cinema operístico de Camurati não se emancipa do palco, e a câmera limita-se a acompanhar os atores em cena. Para o crítico Renato Lemos, o mérito do filme é apresentar a ópera para um público mais amplo.
Irma Vap – O Retorno rearticula elementos teatrais adaptando para as telas uma história baseada no sucesso de palco Irma Vap, dessa vez, com um roteiro mais independente do que o da peça original. O filme não alcança sucesso de público, mas solidifica o trabalho de adaptação e direção cinematográfica da artista.
Espetáculos 6
Exposições 2
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14/7/1998 - 26/7/1998
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28/8/1998 - 13/9/1998
Fontes de pesquisa 1
- Drácula. São Paulo: s.l., 1986. 1 programa de espetáculo. Não catalogado
Como citar
Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo:
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CARLA Camurati.
In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural, 2025.
Disponível em: https://front.master.enciclopedia-ic.org/pessoa14464/carla-camurati. Acesso em: 04 de maio de 2025.
Verbete da Enciclopédia.
ISBN: 978-85-7979-060-7