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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Ricardo Ribenboim

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.05.2024
07.04.1953 Brasil / São Paulo / São Paulo
Registro fotográfico Nelson Multari

KinoTrem, 1997
Ricardo Ribenboim
Intervenção com adesivos

Ricardo Ribenboim (São Paulo, São Paulo, 1953). Gestor cultural, designer gráfico, artista plástico. Com trajetória profissional plural, desenvolve paralelamente pesquisa artística individual e gestão de projetos culturais.

Texto

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Ricardo Ribenboim (São Paulo, São Paulo, 1953). Gestor cultural, designer gráfico, artista plástico. Com trajetória profissional plural, desenvolve paralelamente pesquisa artística individual e gestão de projetos culturais.

Em 1969, aos 17 anos, funda a Escola de Artes da Hebraica1, em São Paulo. À época, estudante do Ginásio Vocacional Oswaldo Aranha, instituição educacional paulistana reconhecida pela orientação crítica, e motivado pela importância dada à sua introdução precoce na formação artística, concebe o espaço com a finalidade de incentivar a atividade entre o público infantil. Após três anos, deixa o projeto para se concentrar na formação acadêmica.

Em 1972 ingressa na Faculdade de Arquitetura de Santos, em São Paulo, onde é aluno de Yutaka Toyota (1931), Evandro Carlos Jardim (1935), Babinski (1931), Luiz Paulo Baravelli (1942) e Carlos Fajardo (1941). Neste período, inicia a produção de projetos gráficos, editoriais e de identidade visual e, em 1986, funda com George Ribeiro Neto (1954) o Escritório Gema Design, do qual permanece diretor até 1995. Em 1996, torna-se diretor técnico do Paço das Artes, em São Paulo. Durante a sua gestão, ao lado da curadora Daniela Bousso (1956), cria a Temporada de Projetos, programa voltado à produção, fomento e difusão da prática artística entre os jovens.

Em 1997, assume a presidência do então Instituto Cultural Itaú (ICI), sucedendo o pintor, arquiteto e urbanista brasileiro Ernest Robert de Carvalho Mange (1922-2005), primeiro diretor-superintendente da instituição. Dentre outras iniciativas, a gestão de Ribenboim cria em 1997 o programa Rumos Itaú Cultural Artes Visuais, cuja função é valorizar a diversidade da arte brasileira com premiação para as categorias de criação, difusão e pesquisa. Em continuidade ao trabalho de informatização do banco de dados inaugurado em 1989,  em abril de 2001 disponibiliza gratuitamente na internet cerca de 3 mil verbetes restritos ao campo das artes visuais por meio da primeira versão da Enciclopédia Itaú Cultural. Também são concebidos eixos curatoriais e linhas temáticas para orientar a atuação do Instituto.

Em 2000, é criado o novo eixo “Investigações”, dedicado à realização de palestras, mostras de filmes, espetáculos cênicos e musicais e exposições, entre as quais Investigações: Rumos Visuais, organizada a partir das obras premiadas na primeira edição do programa Rumos. A entrada de Ribenboim no ICI e suas concepções inovadoras sobre o papel da arte e da cultura nacional representam um momento de atualização da missão institucional, orientada pelo tripé formação, fomento e difusão, e de adequação ao novo contexto histórico, representado especialmente pela popularização da internet. Essa transição institucional é expressada pela mudança do nome do Instituto e de seu novo logotipo, em 1998, que marcam a identidade do Instituto Itaú Cultural.

Em 2002 deixa o Itaú Cultural e funda a Base 7 Projetos Culturais, empresa voltada ao planejamento e coordenação de atividades culturais, em sociedade com o sociólogo e gestor Arnaldo Spindel (1953) e a museóloga Maria Eugênia Saturni (1956). Contribui para a concepção e planejamento de projetos, com destaque para a organização de exposições no Museu Oscar Niemeyer e a constituição do Espaço Frans Krajcberg, ambos em Curitiba, Paraná.

Paralelamente, desenvolve pesquisa artística a partir de instigante diversidade de materiais em suportes físicos e eletrônicos por meio dos quais reflete sobre o espaço de interseção entre artes visuais e  design gráfico. Destacam-se suas participações na Bienal de São Paulo (1974), na Bienal Brasil Século XX (1994), no Open Air Veneza (2000) e na 7ª Bienal de Havana (2000).

Entre as intervenções urbanas, estão o trabalho Bólides marinhos (1992), realizado na praia de Ipanema, Rio de Janeiro, durante a ECO-92, e o conjunto de intervenções que integrou o projeto Arte/Cidade III2, em 1997. Nesse evento, o artista articula a mudança de estados físicos da água com experiências em sítios históricos da cidade de São Paulo: a estação de trens da Luz, o antigo Moinho Central e as Indústrias Matarazzo.

Outro aspecto importante de sua produção é a utilização das novas mídias e a reflexão sobre elas. O artista afirma que vê de maneira ambígua a relação dos indivíduos com as máquinas: de adesão, pelas facilidades que possibilitam ao cotidiano e pelo estímulo à criatividade, e simultaneamente de crítica, por causa da alienação que produzem. Em 1998, realiza pioneiramente a curadoria de WEB-Art da 24ª Bienal Internacional de São Paulo e, em 2001, é selecionado para a Temporada de Projetos 2001 do Paço das Artes, para a qual expõe as instalações Vírus (2000) e Sem nome (1999), marcadas pela utilização da linguagem virtual e pela projeção de imagens.

Em 2019 comemora os 50 anos de carreira, com a exposição individual De Tudo Fica um Pouco, realizada na Galeria Raquel Arnaud, em São Paulo. Nessa mostra, apresenta vinte pinturas inéditas produzidas com peças descartadas, fragmentos de trabalhos antigos e outros materiais reaproveitados. Ao refletir sobre questões sociopolíticas, como a violência urbana e as políticas de cultura do país, evidencia um aspecto mais visceral de sua pesquisa.

Ainda em plena atuação, Ricardo Ribenboim colabora com a curadoria e a produção de relevantes eventos culturais nacionais e internacionais, além de demonstrar capacidade de conduzir sua pesquisa artística em constante diálogo com as problemáticas da arte global.

Notas

1. Posteriormente denominada Ateliê Hebraica.

2. Arte/Cidade é um projeto com curadoria de Nelson Brissac Peixoto que ocorre em São Paulo pela primeira vez em 1994 apresentando uma série de intervenções realizadas por artistas selecionados. A apresentação da proposta de Ribenboim na edição de 1997 pode ser encontrada em https://www.pucsp.br/artecidade/site97_99/ac3/artist/ricardo_ribenboim.html. Acesso em: 9 jan. 2023.

Obras 14

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Registro fotográfico Duda de Oliveira

Agulha

Alumínio
Registro fotográfico Eduardo Castanho

cocadáver

Instalação

Exposições 72

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Fontes de pesquisa 15

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  • APRENDIZAGEM diversificada da arte. Revista Hebraica, ano LIV, n. 611, jan. 2013. Tevet/Shvat 5773. Disponível em: https://issuu.com/hebraicagerenciador/docs/hebraica_jan_13ok. Acesso em: 20 abr. 2022.
  • CADERNOS DA PÓS-GRADUAÇÃO. Campinas: Unicamp. Instituto de Artes: Ano 3, Volume 3, Nº 1, 1999.
  • CIRENZA, Fernanda, Ricardo Ribenboim apresenta instalação em praça de Veneza. Folha de S.Paulo, São Paulo, 20 jul. 2000. Ilustrada. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2007200023.htm. Acesso em: 19 abr. 2022.
  • DE tudo fica um pouco – Ricardo Ribenboim – Galeria Raquel Arnaud. São Paulo: Galeria Raquel Arnaud, 2019. (3min 52s). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Fl8TE93M7lQ&list=TLPQMjAwNDIwMjKMXTX2Iimu2w & index=3. Acesso em: 19 abr. 2022.
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  • MORAIS, Frederico. Um Percurso: Percursos. In: RIBENBOIM, Ricardo. Troca de Pele. São Paulo: Galeria Nara Roesler, 1999, p. 17-19.
  • RIBENBOIM, Ricardo. Arte e Virtualidade. In: Ricardo Ribenboim. Catálogo de Individual no Paço das Artes, 2000.
  • RIBENBOIM, Ricardo. Cotidiano y arte/técnica. Atlántica – Revista de Arte y Pensamiento, n. 23, p. 96-97, 1999. Disponível em: https://mdc.ulpgc.es/utils/getfile/collection/atlantica/id/614/filename/615.pdf. Acesso em: 19 abr. 2022.
  • RIBENBOIM, Ricardo. Troca de Pele. São Paulo, Galeria Nara Roesler, 1999.
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  • RICARDO Ribenboim – Cultura sem incentivo é utopia. São Paulo: Cultura e Mercado, ago. 2013 (3min 42). Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Q4pn36AicyA. Acesso em: 19 abr. 2022.
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