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Enciclopédia Itaú Cultural
Artes visuais

Fortuna

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 04.11.2024
1931 Brasil / Maranhão / São Luís
1994 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro

- Sua Dor é Física, Enquanto que a Minha é Moral, 06.07.1964
Fortuna

Reginaldo José de Azevedo Fortuna (São Luís, Maranhão, 1931 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 1994). Caricaturista e jornalista. Em 1947, muda-se para o Rio de Janeiro, onde inicia sua carreira publicando trabalhos nas revistas infantis Sesinho, Vida Infantil, Vida Juvenil e Tico-Tico. Na década de 1950 realiza desenhos para a revista A Cigarra. ...

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Reginaldo José de Azevedo Fortuna (São Luís, Maranhão, 1931 - Rio de Janeiro, Rio de Janeiro 1994). Caricaturista e jornalista. Em 1947, muda-se para o Rio de Janeiro, onde inicia sua carreira publicando trabalhos nas revistas infantis Sesinho, Vida Infantil, Vida Juvenil e Tico-Tico. Na década de 1950 realiza desenhos para a revista A Cigarra. Em 1959, desenha para a revista Senhor, em que conhece o cartunista Jaguar (1932). Na primeira metade da década de 1960 edita, com Ziraldo (1932), a seção de humor publicada na revista O Cruzeiro, intitulada O Centavo. No ano de 1964, trabalha como diretor de arte na revista Pif-Paf, dirigida por Millôr Fernandes (1923). Entre 1965 e 1968, edita o caderno de charges políticas O Manequinho, no jornal Correio da Manhã. Depois de dirigir a equipe editorial da Enciclopédia Barsa, integra, em 1969, o grupo de fundadores do jornal O Pasquim. Em 1975, edita pela Codecri a revista O Bicho, e muda-se para São Paulo, onde dois anos depois trabalha com Tarso de Castro (1941 - 1991), no suplemento Folhetim, publicado pelo jornal Folha de S.Paulo. Ainda sob a direção de Tarso de Castro, trabalha no semanário Enfim (1979) e na revista Careta (1980). Em 1988, torna-se diretor de arte no jornal Softpress, onde permanece até 1990. Como escritor, publica os livros Hay Gobierno! (1968); Aberto para Balanço (1980), em que apresenta uma seleção de seus trabalhos no jornal Correio da Manhã; Diz, Logotipo (1990); e Acho Tudo muito Estranho (Já o Prof. Reginaldo, Não), em 1992. 

Análise

Nascido em São Luís, Fortuna passa, aos 15 anos, a residir no Rio de Janeiro, onde desenha histórias em quadrinhos para revistas infantis como Sesinho, Vida Infantil, Vida Juvenil e O Tico-Tico. Usa na época o pseudônimo de Chico Forte. Colabora em diversas publicações como, por exemplo, na Revista da Semana e A Cigarra, para a qual trabalha por mais tempo.

Em 1957, obtém o primeiro prêmio de desenho humorístico em concurso organizado pela Copa Aeroclube de Bordighera em San Remo, na Itália. Atua como caricaturista e diretor de arte da revista Pif-Paf. Para o estudioso Herman Lima, na maior parte de seus trabalhos e como acontece com os desenhos dos humoristas brasileiros atuais, Fortuna não utiliza legendas, deixando que a imagem expresse seu conteúdo. Em suas composições ocorre um humor espontâneo, marcado também por um pouco de sarcasmo. Lima ressalta o fato de que o artista não ficava antecipadamente elaborando seus desenhos, gostava de criá-los de improviso, quase no momento do fechamento da matéria no jornal.

Para o jornalista e cartunista Gilberto Maringoni, o desenho de Fortuna mantém diálogo com o trabalho da geração de cartunistas europeus surgidos na esteira do pós-guerra, como Saul Steinberg (1914 - 1999),  Jean Jacques Sempé (1932) e André François (1915). Para Maringoni, o rompimento com a caricatura clássica, quase acadêmica, e a aproximação do desenho de humor com as artes plásticas seduziu os humoristas brasileiros dessa geração, como, por exemplo, além de Fortuna, Millôr Fernandes, Ziraldo, Jaguar, Claudius (1937) e Borjalo (1925-2004).

O cartunista tem seus trabalhos publicados em importantes jornais e revistas como Senhor e no Correio da Manhã, no qual atua de 1965 a 1969. Nesse ano, participa da equipe de criação do jornal O Pasquim. Trabalha como editor de arte da Enciclopédia Barsa, da revista Veja e como diretor de redação da revista Cláudia. Edita ainda a revista em quadrinhos alternativa Bicho, com autores nacionais e estrangeiros. Colabora com charges para o Folhetim, suplemento do jornal a Folha de S.Paulo. Alguns de seus melhores desenhos estão publicados no livro de charges Hay Gobierno?, de 1964. Também no livro Aberto para Balanço, de 1980, podemos ver uma parte expressiva de sua produção.

Obras 18

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Exposições 6

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Fontes de pesquisa 9

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  • 150 anos de pintura no Brasil: 1820-1970. Rio de Janeiro: Colorama, 1989.
  • BRAGA, José Luiz. O Pasquim e os anos 70: mais pra epa que pra oba... Brasília: UnB, 1991.
  • CIRNE, Moacy, MOYA, Álvaro de, AIZEN, Naumim. Literatura em quadrinhos no Brasil: acervo da Biblioteca Nacional. Apresentação Eduardo Portella, Paulo Fernando Marcondes Ferraz. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002. 159 p., il. p&b, color.
  • DICIONÁRIO brasileiro de artistas plásticos. Organização Carlos Cavalcanti e Walmir Ayala. Brasília: Instituto Nacional do Livro, 1973-1980. 4v. (Dicionários especializados, 5).
  • FONSECA, Joaquim da. Caricatura: a imagem gráfica do humor. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1999.
  • GOIDANICH, Hiron Crdoso: Enciclopédia dos quadrinhos. Assistência de edição Ana Maria Goidanich Fleck; design da capa Caulos. Porto Alegre: L&PM, 1990. 399 p., il. p&b.
  • LAGO, Pedro Corrêa do. Caricaturistas brasileiros: 1836-1999. Rio de Janeiro: Sextante Artes, 1999. p. 162-163.
  • LIMA, Herman. História da caricatura no Brasil I. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1963.
  • MARINGONI, Gilberto. Forte Fortuna. In: Revista Teoria e Debate, td nº 26 (set/out/nov 1994).

Como citar

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