Ordenação

Tipo de Verbete

Filtros

Áreas de Expressão
Artes Visuais
Cinema
Dança
Literatura
Música
Teatro

Período

A Enciclopédia é o projeto mais antigo do Itaú Cultural. Ela nasce como um banco de dados sobre pintura brasileira, em 1987, e vem sendo construída por muitas mãos.

Se você deseja contribuir com sugestões ou tem dúvidas sobre a Enciclopédia, escreva para nós.

Caso tenha alguma dúvida, sugerimos que você dê uma olhada nas nossas Perguntas Frequentes, onde esclarecemos alguns questionamentos sobre nossa plataforma.

Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Teatro do Estudante do Brasil (TEB)

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 11.05.2023
1938 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
1952 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Criado por Paschoal Carlos Magno (1906-1980), o Teatro do Estudante do Brasil tem seu ponto alto com a montagem de Hamlet, de William Shakespeare, em 1948, que coroa a iniciativa em prol de um teatro feito com qualidade artística.

Texto

Abrir módulo

Criado por Paschoal Carlos Magno (1906-1980), o Teatro do Estudante do Brasil tem seu ponto alto com a montagem de Hamlet, de William Shakespeare, em 1948, que coroa a iniciativa em prol de um teatro feito com qualidade artística.

Inaugurado em 1938, o Teatro do Estudante do Brasil - TEB, se dedica a montagens de grandes autores nacionais e estrangeiros - William Shakespeare, Gonçalves Dias, Sófocles, Henrik Ibsen, Martins Pena. O espetáculo de estréia, com direção de Itália Fausta (1879-1956), é Romeu e Julieta, que conta com o corpo de baile do Theatro Municipal e sua orquestra de cordas. Os críticos aplaudem desde o início a iniciativa de Paschoal Carlos Magno que, a médio prazo, promete deixar para trás os tempos da chamada Geração Trianon, formada exclusivamente pela prática, sem espírito de equipe, sem conhecimento da modernidade cênica. Romeu e Julieta recebe elogios tanto pela direção quanto pelos atores.

Em 1948, o TEB apresenta uma histórica montagem de Hamlet, dirigida por Hoffmann Harnisch, com uma composição realista do ator Sergio Cardoso, a primeira de que se tem notícia no teatro brasileiro. Em 1951, realiza uma turnê de dois meses e meio pelo norte do país representando gratuitamente, tanto em salas fechadas quanto em espaços abertos, um repertório de sete espetáculos. Trata-se de um trabalho de formação de atores e público, como também, da disseminação de uma dramaturgia diferenciada, com montagens de Édipo Rei e Antígone, de Sófocles; Hécuba, de Eurípides; Romeu e Julieta, de William Shakespeare; Os Espectros, de Henrik Ibsen; Autos, de Gil Vicente, e O Noviço, de Martins Pena. Esther Leão desempenha a função de ensaiadora durante a excursão.

Como grande incentivador da atividade teatral, Paschoal Carlos Magno cria o Teatro Duse no porão de sua casa, no bairro de Santa Tereza, no Rio de Janeiro. Pelo pequeno teatro de cem lugares, passa boa parte dos grupos de estudantes e amadores da época.1

A realização de maior vulto do TEB é a formação de elencos para a apresentação de espetáculos em lugares públicos da cidade. Em 1953, Paschoal Carlos Magno consegue 15 caminhões e os transforma em teatros ambulantes, realizando 500 apresentações.

Paschoal Carlos Magno escreve sobre a criação do TEB: "Eu tinha chegado da Europa e via aqui a situação melancólica do teatro brasileiro, um teatro sem muita orientação técnica, representado por atores e atrizes sem a menor preparação. Digo melancólico, porque havia uma crescente ausência de público e um número cada vez maior de companhias que multiplicavam seus frágeis esforços, suas energias, sem encontrar eco por parte da platéia e da imprensa. (...) percebendo que nada se pode fazer nesse país sem o apoio dos estudantes, apesar da má vontade de algumas autoridades de ontem, de hoje e de sempre, percebendo que nada se pode fazer aqui sem a participação dos moços, (...) reuni, na casa de minha mãe, dezenas de jovens planejando criar o Teatro do Estudante do Brasil".2

Notas

1. Paschoal Carlos Magno participa da criação do Teatro dos Estudantes do Brasil (TEB), vinculado à Casa dos Estudantes do Brasil (CEB). A criação do Teatro Duse acontece concomitantemente ao afastamento de Paschoal Magno do TEB, enquanto funda o Teatro do Estudante, em 1952, abrigado pelo Teatro Duse.

2. MAGNO, Paschoal Carlos. O teatro do estudante. Dionysos, Rio de Janeiro, n. 23, p. 3, 1978.

Espetáculos 37

Abrir módulo

Fontes de pesquisa 3

Abrir módulo
  • DÓRIA, Gustavo A. Moderno teatro brasileiro: crônica de suas raízes. Rio de Janeiro: Serviço Nacional de Teatro, 1975.
  • TEATRO do Estudante do Brasil. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Grupos Teatro Adulto.
  • Teatro do Estudante do Brasil, Teatro Universitário e Teatro Duse. Dionysos, Rio de Janeiro, n. 23, set. 1978. Edição especial.

Como citar

Abrir módulo

Para citar a Enciclopédia Itaú Cultural como fonte de sua pesquisa utilize o modelo abaixo: