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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Chapetuba Futebol Clube

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 02.08.2023
17.03.1959 Brasil / São Paulo / São Paulo
Registro fotográfico Hejo

Chapetuba Futebol Clube, 1959
Hejo
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

Peça de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), encenação de Augusto Boal (1931-2009), a montagem do Teatro de Arena de São Paulo aprofunda as características de realismo psicológico e verismo buscados pelo grupo no período.

Texto

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Histórico

Peça de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), encenação de Augusto Boal (1931-2009), a montagem do Teatro de Arena de São Paulo aprofunda as características de realismo psicológico e verismo buscados pelo grupo no período.

Abordando o futebol, o texto cruza dois temas de grande significação no Brasil: as acirradas paixões que o esporte desperta no país e o desvendamento das trapaças que rondam alguns campeonatos. Oduvaldo Vianna Filho explora o funcionamento de um pequeno time interiorano, expondo à platéia meia dúzia de vidas humanas perpassadas de esperanças de conseguir um lugar ao sol, ao mesmo tempo que evidencia como a cartolagem manipula e direciona esses jovens ingênuos. Os bastidores do futebol são assim trazidos à tona, destacando tipos populares de enorme empatia e comunicabilidade e, ao mesmo tempo, a sórdida engrenagem da qual são vítimas. São as conhecidas facetas do esporte nacional que aqui adquirem configuração dramática.

Estreada logo a seguir a Eles Não Usam Black-Tie, Chapetuba Futebol Clube usufrui do prestígio alcançado pelo grupo com a montagem anterior, contando com um elenco jovem e vibrante, em sua maior parte composto por egressos do Teatro Paulista do Estudante, em desempenhos considerados convincentes.

A direção de Augusto Boal é ágil, apelando para o realismo na ambientação e no desenho das personagens, aprofundando suas pesquisas em torno de um modo brasileiro de interpretação. Mais uma vez, são os pobres e desvalidos os protagonistas da trama, que não dispensa surpresas.

Na apreciação do crítico Sábato Magaldi (1927), "Chapetuba F. C. examina, por dentro, o mecanismo do esporte, engastando-o no quadro amplo da realidade social, que o condiciona e sem dúvida lhe determina as características. O texto transcende, neste caminho, as fronteiras da tipificação de um grupo humano, para situar-se como estudo de indivíduos de uma classe desfavorecida, em face da ordem social injusta. Os vários jogadores, sem serem abstrações, simbolizam as diversas fases de uma evolução, em que lutam desesperadamente por sobreviver. E sabe-se, com certeza, que o tempo os esmagará".1

Nota

1. MAGALDI, Sábato. Um palco brasileiro: o Arena em São Paulo. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 35.  

 

Ficha Técnica

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Autoria
Oduvaldo Vianna Filho (Melhor Autor - Prêmios Saci, Governador do Estado, Associação Paulista de Críticos Teatrais e Associação Brasileira de Críticos Teatrais do RJ)

Direção
Augusto Boal

Direção de cena
Orion de Carvalho

Música
Chico de Assis

Elenco
Arnaldo Weiss / Eunápio
Chico de Assis / Cafuné
Edmundo Mogadouro / Benigno
Flávio Migliaccio / Bila
Henrique Cesar / Pascoal
Milton Gonçalves / Zito
Nelson Xavier / Maranhão
Oduvaldo Vianna Filho / Paulinho
Riva Nimitz / Fina
Xandó Baptista / Durval

Produção
Henrique Cesar

Obras 1

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Fontes de pesquisa 6

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  • BOAL, Augusto. Teatro do oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.
  • CHAPETUBA FUTEBOL CLUBE. Direção Augusto Boal. São Paulo, 1959. 1 folder. Programa do espetáculo, apresentado no Teatro de Arena em março de 1959.
  • MAGALDI, Sábato. Um palco brasileiro: o Arena de São Paulo. São Paulo: Brasiliense, 1984. (Tudo é história, 85).
  • MOSTAÇO, Edelcio. Teatro e política: Arena, Oficina e Opinião. São Paulo: Proposta, 1982.
  • ROCHA, Elaine Pereira. Milton Gonçalves - Memórias históricas de um ator afro-brasileiro. São Paulo: e-Manuscrito, 2019. pp. 268-270.
  • Teatro de Arena. Dionysos, Rio de Janeiro, n. 24, out. 1978. Edição especial.

Como citar

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