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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Um Deus Dormiu Lá em Casa

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 13.07.2023
13.12.1949 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro – Teatro Copacabana
Registro fotográfico Arquivo Paulo Autran

Um Deus Dormiu Lá em Casa, 1949
Acervo Idart/Centro Cultural São Paulo

O espetáculo, êxito de crítica e de público, projeta os atores Tônia Carrero e Paulo Autran e consagra o autor Guilherme Figueiredo e o diretor Silveira Sampaio.

Texto

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O espetáculo, êxito de crítica e de público, projeta os atores Tônia Carrero e Paulo Autran e consagra o autor Guilherme Figueiredo e o diretor Silveira Sampaio.

A história cômica de Anfitrião é aproveitada por inúmeros dramaturgos, desde a Antigüidade, e o exemplar mais antigo que se conhece é de Plauto. O deus Júpiter, desejando possuir a mortal Alcmena, assume a identidade de seu marido, o general Anfitrião, e, na companhia de Mercúrio, por sua vez disfarçado de Sósia, o servo do general, entra na casa da mulher um dia antes de Anfitrião voltar da guerra. Na maioria dos textos, a chave de comicidade consiste na série de mal-entendidos provocados com a volta do verdadeiro general, principalmente em cenas como a do encontro entre o falso Sósia e o verdadeiro.

Em Um Deus Dormiu Lá em Casa, Guilherme Figueiredo modifica o enredo original ao eliminar as personagens Júpiter e Mercúrio: o espectador vê apenas Anfitrião, que, ao voltar da guerra, para testar a fidelidade de sua esposa, se apresenta a ela como a encarnação de Júpiter sob a aparência humana de Anfitrião. A comicidade é mantida pelo jogo de enganos: Anfitrião pensa que engana Alcmena, que, desde o início, percebe o estratagema do marido. Esta opção conduz a linguagem a uma perspectiva eminentemente realista, uma vez que os espectadores têm o mesmo ponto de vista de Alcmena, isto é, só vêem o que é humano.

Esse jogo, que na época era bastante inovador, é acompanhado também de outros elementos originais. Além da cenografia de Carlos Thiré, conhecido por sua atividade em pintura, os jovens atores surpreendem. Os críticos são unânimes em aplaudir texto, encenação e interpretação. Tônia Carrero e Paulo Autran recebem diplomas da Associação Brasileira de Críticos Teatrais - ABCT, como as revelações do ano, e Carlos Thiré como cenógrafo. A ABCT confere também medalhas de ouro ao autor e ao diretor. Para Brício de Abreu "aquela Alcmena, altiva, coquette, bela, 'apetitosa', criada pelo autor e movimentada com donaire e graça, encontrou na sra. Carrero uma intérprete que não só convenceu, mas obrigou-nos a admirá-la".1

O espetáculo obtém também grande êxito de público, ficando em cartaz, com casa cheia, por mais de dois meses. Segundo o crítico Gustavo Dória, em O Globo, "Fernando de Barros conseguiu fazer um espetáculo que, agradando a um determinado grupo mais vanguardista, digamos assim, agrada em cheio a qualquer platéia normal".2

A mesma dupla de protagonistas reedita o espetáculo em 1956, oito anos após a montagem original, agora pela Companhia Tônia-Celi-Autran - CTCA, com direção de Adolfo Celi.

Notas

1. ABREU, Brício de. Um deus dormiu lá em casa e a crítica. Sem referências. Arquivo Olavo de Barros em UM DEUS dormiu lá em casa (espetáculo adulto), CEDOC/ Funarte.

2. DÓRIA, Gustavo. Um deus dormiu lá em casa. O Globo, Rio de Janeiro, 14 dez. 1949.

Ficha Técnica

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Autoria
Guilherme Figueiredo (Prêmios da Academia Brasileira de Letras, ABL, e Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT)

Direção
Silveira Sampaio (Medalha de Ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT)

Direção (assistente)
Armando Couto

Cenografia
Carlos Arthur Thiré

Figurino
Carlos Arthur Thiré

Sonoplastia
Jorge Coutinho

Elenco
Armando Couto / Sósia
Paulo Autran / Anfitrião
Tônia Carrero / Alcmena (Prêmio da Associação de Críticos Cariocas)
Vera Nunes / Tessala

Obras 1

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Espetáculos 1

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Fontes de pesquisa 4

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  • ABREU, Brício de. Um deus dormiu lá em casa e a crítica. Sem referências. Arquivo Olavo de Barros em UM DEUS dormiu lá em casa (espetáculo adulto), CEDOC/ Funarte.
  • CARVALHO, Tânia. Tônia Carrero: movida pela paixão. São Paulo: Imprensa Oficial, 2009. 276 p. (Coleção Aplauso). Acesso em: 13 jul. 2023.
  • DÓRIA, Gustavo. Um deus dormiu lá em casa. O Globo, Rio de Janeiro, 14 dez. 1949.
  • UM DEUS DORMIU LÁ EM CASA (ANFITRIÃO). Direção Silveira Sampaio. Rio de Janeiro, 1949. 1 folder. Programa do espetáculo, apresentado no Teatro Copacabana em 1949.

Como citar

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