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Enciclopédia Itaú Cultural
Cinema

Silveira Sampaio

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 29.06.2024
08.06.1914 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
23.11.1964 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro
Registro fotográfico autoria desconhecida

Silveira Sampaio
Silveira Sampaio
Acervo Cedoc/FUNARTE

José Silveira Sampaio (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1914 - idem 1964). Autor, ator, diretor e empresário. Homem de teatro, implementador de um estilo cômico intrinsecamente ligado à cultura carioca dos anos 50 e 60.

Texto

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José Silveira Sampaio (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1914 - idem 1964). Autor, ator, diretor e empresário. Homem de teatro, implementador de um estilo cômico intrinsecamente ligado à cultura carioca dos anos 50 e 60.

Forma-se em 1935 em pediatria pela Faculdade Nacional de Medicina. Ainda é estudante quando vence o Concurso de Novos Autores, promovido pelo Jornal do Brasil, com Futebol em Família, texto escrito em parceria com Arnaldo Faro, encenado no Teatro São José em 1931. Em 1947, funda o grupo amador Os Cineastas e escreve, dirige e produz o filme Uma Aventura aos 40. Filma também As Sete Noivas do Barba Azul, que permanece inacabado.

O primeiro sucesso acontece em 1948, quando apresenta A Inconveniência de Ser Esposa, na companhia de Aimée. A forma como Silveira Sampaio se torna, além de autor, também diretor e protagonista do espetáculo constitui um episódio inesperado: durante um ensaio, sua interferência com o intuito de orientar a interpretação do ator é mal recebida por este e pelo diretor do espetáculo e os dois abandonam a montagem. Na substituição de ambos, o autor revela sua vocação para o teatro. O autor, transformado em ator e diretor, assume em seguida a função de empresário e aceita ocupar o Teatro de Bolso (pequena sala de espetáculos que na época ficava na Praça General Osório, em Ipanema, e mais tarde se transferiria para o Leme, bairro vizinho, também localizado na zona sul carioca) para encenar seus textos. Desenvolve ali um estilo peculiar de comédia, que o crítico Yan Michalski, no livro Ziembinski e o Teatro Brasileiro, descreve como "um tipo de comédia sofisticada inconfundivelmente carioca" e observa, sobre a estréia, no mesmo teatro, das primeiras encenações do diretor polonês no Rio de Janeiro: "A marca registrada que Silveira Sampaio imprimiu àquela sala era tão forte, que seria impensável Ziembinski produzir ali qualquer repertório que fugisse ao gênero comédia. Ainda que as duas produções desse gênero que ali lançaria fossem radicalmente diferentes do tipo de comédia criado por Sampaio, e que só este, com sua peculiar personalidade, sabia cultivar".1

Em 1949, recebe a Medalha de Ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT, pela direção de Um Deus Dormiu Lá em Casa, de Guilherme Figueiredo.

Em 1953, sai do Teatro de Bolso e passa a ocupar o Teatro Serrador, onde estréia um novo texto, O Diabo em Quatro Corpos, com Mara Rúbia no elenco. Depois de uma experiência no teatro musicado, a convite de Carlos Machado, Sampaio se estabelece em uma pequena boate do Hotel Glória, onde cria No País dos Cadillacs, 1956.

Na televisão, usa seu estilo crítico para trabalhar como comentarista político e inventa telefonemas para a Casa Civil e para o próprio presidente, o que o torna uma figura popular, que o leva a ser incluído em delegações oficiais e viagens do Itamaraty ao exterior.

Logo depois de sua morte, em 1964, sua peça mais recente, Da Necessidade de Ser Polígamo, estréia em Nova York, traduzida para o inglês por Roberto de Campos, então ministro do Planejamento e encenada com elenco, diretor e produção americanos. Sua comédia mais conhecida é Só o Faraó Tem Alma, 1950, que teve versão para a televisão com sua metáfora bem-humorada sobre a desigualdade social.

Lopes Gonçalves define seu estilo: "... o traço marcante da sua obra consiste em apresentar o aspecto grotesco dos nossos costumes, mas sem exagero algum, longe da deformação caricatural, apenas cingido a fazer ver melhor o que há de desconexo ou contraditório no fundo lógico de ocorrências. Surgiu, assim, uma série de obras de extraordinária naturalidade dentro da sua originalidade, de agradável leveza firmada em propósitos de conduzir o espectador, ou o leitor, a observações sem esforço, sem dar por isso. E nessa linha sutil de bom humor levemente mordaz conduziu o escritor a sua maneira de atuar no palco, maciamente a envolver o público nas malhas de filósofo zombeteiro e generoso".2

Notas

1. MICHALSKI, Yan. Ziembinski e o teatro brasileiro. São Paulo/Rio de Janeiro: Hucitec/Funarte, 1995. Página 167.

2. GONÇALVES, Lopes. Silveira Sampaio, Revista de Teatro, Rio de Janeiro, SBAT, novembro-dezembro de 1964, página 4.

Obras 2

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Espetáculos 54

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Fontes de pesquisa 8

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  • ESPETÁCULOS Teatrais. [Pesquisa realizada por Rosyane Trotta]. Itaú Cultural, São Paulo, [20--]. 1 planilha de fichas técnicas de espetáculos. Não Catalogado
  • FRASER, Etty. Etty Fraser. São Paulo: [s.n.], s.d. Entrevista concedida a Rosy Farias, pesquisadora da Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. Não Catalogado
  • GONÇALVES, Lopes. Silveira Sampaio, Revista de Teatro, Rio de Janeiro, SBAT, novembro-dezembro de 1964.
  • MICHALSKI, Yan: Ziembinski e o Teatro Brasileiro. São Paulo: Hucitec / MEC / Funarte, 1995.
  • Programa do Espetáculo - O Homem Elefante - 1981. Não catalogado
  • REVISTA de Teatro. Rio de Janeiro: novembro - dezembro 1964.
  • SAMPAIO, Silveira. (Dossiê Personalidade Artes Cênicas) Rio de Janeiro: CEDOC/Funarte.
  • SOUSA, Galante de. O Teatro no Brasil. Tomo II. Rio de Janeiro: MEC/Instituto Nacional do Livro, 1960.

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