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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Bar Doce Bar

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
Última atualização: 27.03.2018
07.05.1982 Brasil / Rio de Janeiro / Rio de Janeiro – Teatro Cândido Mendes
O espetáculo, de linguagem cômica e despretensiosa, inicia com sucesso a moda do chamado besteirol, tendência teatral carioca própria dos anos 80.

Texto

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Histórico

O espetáculo, de linguagem cômica e despretensiosa, inicia com sucesso a moda do chamado besteirol, tendência teatral carioca própria dos anos 80.

Escrito, dirigido e interpretado por Pedro Cardoso (1961) e Felipe Pinheiro, o texto usa como ponto de partida, para as cenas independentes que encadeia, o ambiente de um botequim onde os músicos, os atores e até o iluminador bebem e contam as piadas que os dois atores interpretam. Esse mote libera o espetáculo de qualquer preocupação com a relação entre os quadros. Quando as portas do teatro se abrem, o grupo já está em cena, esperando o público no bar, onde há vinho branco e vodka. E eles explicam de saída: "É um espetáculo que só se agüenta de cara cheia". A partir daí, nada escapa da gozação.

Há o striptease de um bêbado, a aparição de uma cantora anã, o quadro de um tiete inveterado, uma furtiva interrupção do humor para um tímido que tenta se aproximar de uma moça. A cena mais antológica do espetáculo apresenta Felipe Pinheiro pedindo um suco num balcão para um hipotético vendedor que atende uma hipotética aglomeração de fregueses. O texto é uma única frase - "moço, me dá um suco" - que passa pelas mais variadas intenções, acompanhando a persistente tentativa do jovem.

O espetáculo começa a temporada ocupando o horário de meia-noite, às sextas e aos sábados. O público, que começa muito reduzido, se amplia e o grupo termina fazendo cinco sessões semanais. O espetáculo vira moda. Pedro Cardoso recebe o Prêmio Mambembe de ator revelação. Segundo o crítico Flávio Marinho, Felipe Pinheiro e ele são os grandes responsáveis pelo sucesso do espetáculo. "O primeiro, transpirando malícia, é capaz de arrancar uma gargalhada com um monossílabo ou um olhar. O segundo, uma grata revelação de ator, tem recursos vocais e corporais que compõem um leque multicolorido de possibilidades. Olho nele: ainda vai dar o que falar".1

Os jovens atores contam ao crítico Yan Michalski (1932-1990) que a idéia do espetáculo surge quando eles se apresentam com o Pessoal do Cabaré em São Paulo: "Só tínhamos trabalho à noite, e como ao lado da casa onde morávamos havia uma obra barulhenta, acordávamos cedo, com um longo dia pela frente sem nenhum compromisso. Para matar o tempo, procurávamos divertir um ao outro contando piadas. Contando e representando. Aos poucos, começamos a pensar como essas piadas ficariam no palco".2

Notas

1. MARINHO, Flávio. Acertos em cena. Visão, Rio de Janeiro, n. 28, p. 50, 12 jul. 1982. 

2. PESSOAL do Cabaré. Citado por MICHALSKI, Yan. Quatro festas para o enterro de um bar. Jornal do Brasil, 1 maio 1983.

 

Ficha Técnica

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Roteiro
Álvaro Ramos
Felipe Pinheiro
Pedro Cardoso

Direção
Felipe Pinheiro
Pedro Cardoso

Iluminação
Aurélio de Simoni
Luiz Paulo Nenen

Direção musical
Tim Rescala

Trilha sonora
Tim Rescala

Elenco
Felipe Pinheiro
Gilberto Márcio
Pedro Cardoso (Troféu Mambembe - ator revelação)
Tim Rescala

Fontes de pesquisa 4

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  • ANUÁRIO Brasileiro de Artes Cênicas 1982. Rio de Janeiro: MinC / Fundacen, 1989.
  • BAR Doce Bar. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Espetáculos Teatro Adulto.
  • MARINHO, Flávio. Acertos em cena. Visão, Rio de Janeiro, n. 28, p. 50, 12 jul. 1982.
  • MICHALSKI, Yan. Quatro festas para o enterro de um bar. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 1 maio 1983.

Como citar

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