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Enciclopédia Itaú Cultural
Teatro

Pessoal do Cabaré

Por Editores da Enciclopédia Itaú Cultural
O nome do grupo Pessoal do Cabaré advém de Cabaré Valentin, espetáculo de sucesso que marca o início de suas atividades, conjunto com uma linguagem de intensa teatralidade, marcada pela vivacidade e alegria.

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Histórico

O nome do grupo Pessoal do Cabaré advém de Cabaré Valentin, espetáculo de sucesso que marca o início de suas atividades, conjunto com uma linguagem de intensa teatralidade, marcada pela vivacidade e alegria.

Levando para essa nova formação alguns dos seus principais colaboradores no grupo Companhia Tragicômica Jaz-o-Coração, Buza Ferraz descobre, traduz e seleciona textos do comediante popular alemão Karl Valentin - cuja linguagem influencia os escritos de Bertolt Brecht. Cabaré Valentin, 1980, se baseia na linguagem musical e no humor que, para ser entendido, necessita da colaboração intelectual do espectador. Nesse espetáculo, o diretor parte de uma dramaturgia fragmentada e, trabalhando no pequeno palco do Teatro Cândido Mendes, em Ipanema, investe mais na caracterização dos atores e no tom da representação do que em seus trabalhos anteriores, em que predominava a preocupação com a estética da encenação. O crítico Yan Michalski avalia que "o elenco embarca com total propriedade e com uma alegria de dar gosto na proposta corretamente baseada no grotesco que o texto sugere".1

Em Poleiro dos Anjos, 1981, definido pelo autor como "folhetim afetivo de uma geração", o grupo encena uma série de pequenos textos que giram em torno das lembranças de infância e das perplexidades dos atores na preparação do espetáculo. A linguagem, aparentemente despretensiosa, investiga a fragmentação dramatúrgica sem abandonar a unidade estética. Os atores Ariel Coelho e Gilda Guilhon destacam-se pela pessoalidade de sua interpretação. Depois de realizar um show, Musical dos Musicais, 1982, criado, dirigido e produzido coletivamente, o grupo encomenda ao poeta Alex Polari uma adaptação da obra de Oswald de Andrade, Serafim Ponte Grande, que estréia no mesmo ano. Segundo os críticos Flávio Marinho e Macksen Luiz, o espetáculo não consegue atingir a irreverência e o espírito modernistas. Apesar disso, a linguagem, a trilha sonora, a relação entre a linha de figurinos e cenário com a iluminação criam "um inventivo clima circense-musical, rico em imagens, sugestões e inventiva".2 Em O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, 1984, o diretor Buza Ferraz evita a ambientação e a composição arquetípica das personagens propostas no texto para criar uma linguagem estilizada. A cenografia - alguns móveis e persianas - e a participação de dançarinos de break na ligação das cenas reforçam o caráter plástico da montagem, que coloca na interpretação carregada dos atores seu principal elemento de teatralismo.

Integram o grupo os atores Antônio Grassi, Ariel Coelho, Buza Ferraz, Caique Botkay (música), Caíque Ferreira, Felipe Pinheiro, Gilda Guilhon, Guida Vianna e Juliana Prado.

Andréa Beltrão, Pedro Cardoso, Stênio Garcia, Tim Rescala e Zezé Polessa estão entre os convidados que participam eventualmente de uma montagem do grupo.

Como um dos raros conjuntos que resistem no panorama teatral dos primeiros anos da década de 80, o Pessoal do Cabaré representa, com sua linguagem, a valorização do jogo cênico, da criação pessoal do ator e da exuberância visual da cena, como retomada da teatralidade.

Notas

1. MICHALSKI, Yan. Karl Valentim, cômico e filósofo popular. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 15 jul. 1980. Caderno B.

2. LUIZ, Macksen. Serafim sem provocação. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 17 ago. 1982. Caderno B.

Espetáculos 7

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Fontes de pesquisa 6

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  • LUIZ, Macksen. Serafim sem provocação. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 17 ago. 1982. Caderno B.
  • MARINHO, Flávio. Um Serafim criativo porém desigual. O Globo, Rio de Janeiro, 17 ago. 1982. Segundo Caderno.
  • MICHALSKI, Yan. Karl Valentim, cômico e filósofo popular. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 15 jul. 1980. Caderno B.
  • O GLOBO. Rio de Janeiro, 09 ago. 1984. Segundo Caderno, p. 4.
  • PESSOAL do Cabaré. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Grupos Artes Cenicas.
  • POLEIRO dos Anjos. Rio de Janeiro: Funarte / Cedoc. Dossiê Espetáculos Teatro Adulto.

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